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Internacional

Milei escreve nova carta a Lula em busca de aproximação após oferecer ajuda a Musk

Carta foi entregue pela chanceler argentina, Diana Mondino, na segunda-feira (15)


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Imagem ilustrativa da imagem Milei escreve nova carta a Lula em busca de aproximação após oferecer ajuda a Musk
Milei enviou carta para Lula |  Foto: Reprodução/Instagram/Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, escreveu uma nova carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na busca por uma aproximação entre os governos. A chanceler argentina, Diana Mondino, primeira ministra a ser enviada por Milei para uma visita oficial ao Brasil, entregou a carta em Brasília, nesta segunda-feira, dia 15. A entrega da carta foi noticiada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Mondino foi recebida no Palácio do Itamaraty pelo ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores). Eles tiveram uma reunião privada, uma reunião ampliada e depois deram uma declaração à imprensa e responderam perguntas de jornalistas, antes de almoçarem juntos e com integrantes dos dois governos. Ela também foi recebida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, mas não pelo petista.

O Estadão apurou que o conteúdo não veio a público ainda, porque o ministro Mauro Vieira ficou de entregar a carta ainda lacrada ao presidente Lula. Mas a missiva é uma nova forma de reiterar a "prioridade na relação com o Brasil", segundo a ministra disse a interlocutores da diplomacia brasileira.

A chanceler tem pregado uma relação pragmática por parte de Milei. Questionada sobre um encontro entre ambos, Mondino despistou e argumentou que as agendas internacionais de ambos são "complexas", mas que "em algum momento teremos que esperar por isso".

A estratégia de Milei tem sido falar reservadamente e por escrito com Lula, mas isso não deve ser o suficiente. O Palácio do Planalto desconfia da aparente "moderação" e quer um gesto público de Milei em sinal de desculpas a Lula.

Trata-se da terceira carta de Milei a Lula desde sua eleição, marcada por divergências, ofensas e provocações na campanha eleitoral para a Casa Rosada. O argentino, ícone da direita regional e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, mandou uma carta para convidar Lula a sua posse - o que foi ignorado pelo petista - e depois escreveu outra comunicando a decisão de não ingressar no Brics. Nesta segunda, ele disse que aguardava por um momento para se reunir com Lula pela primeira vez.

Existe um calendário internacional que pode levar Lula e Milei aos mesmos eventos em 2024: uma reunião de presidentes sul-americanos em Santiago, que o governo chileno tenta promover em meados de maio, e as cúpulas já agendadas do G-7 na Puglia, Itália, do Mercosul em Assunção, no Paraguai, em julho, e do G-20, no Rio, em novembro.

Ministra de Milei recua em posição sobre Elon Musk

Durante a visita, Diana Mondino afirmou que o governo argentino não pretende intervir em questões internas do País, depois de Javier Milei ter oferecido "a ajuda que precisasse" ao magnata Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que trava embate com o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Os temas internos e judiciais de cada país são próprios de cada país. O governo argentino jamais vai interferir nos processos democráticos ou nos processos judiciais de cada país. Confiamos na Justiça de cada país. Nós defendemos a liberdade de expressão em todos os sentidos", disse em resposta a questionamento de jornalistas no Itamaraty.

Musk passou a ser investigado no Brasil depois de acusar o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem chamou de "ditador", de censura e ameaçar descumprir decisões judiciais no Brasil.

Como mostrou o Estadão, a declaração de Milei em encontro com Elon Musk na semana passada pegou de surpresa os diplomatas que estavam envolvidos na organização da visita de Diana Mondino a Brasília e interrompeu a trajetória de pacificação que vinha sendo sinalizada. Isso porque o teor da manifestação foi percebido no governo brasileiro como um posicionamento evidente a favor da narrativa de Musk.

Nesse contexto, a passagem de Mondino por Brasília serve para testar se os governos conseguem avançar em um trabalho conjunto, apesar das divergências.

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