Justiça sentencia último policial condenado por assassinato de George Floyd
Tou Thao impediu transeuntes de intervir enquanto outros três policiais imobilizavam Floyd durante sua detenção
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O ex-agente da polícia de Minneapolis Tou Thao foi sentenciado nesta segunda-feira (07) a quatro anos e nove meses de prisão por seu envolvimento no assassinato de George Floyd, ex-segurança negro morto após ter seu pescoço prensado por um policial branco por mais de nove minutos em 2020.
Thao foi o último dos quatro agentes envolvidos no crime a ter sua sentença estipulada. Ele já tinha sido considerado culpado de cumplicidade com um homicídio doloso em segundo grau pelo mesmo tribunal estadual há três meses. Antes, no ano passado, ele foi sentenciado a três anos e meio de prisão por uma corte federal, considerado culpado de negar assistência médica e violar os direitos civis de Floyd -o ex-policial chegou a apelar da sentença, mas teve seu pedido negado na sexta-feira.
O ex-policial cumprirá as penas federal e estadual de forma concomitante. Isso significa que ele a princípio passará três anos e meio em um presídio federal, e cumprirá o restante do tempo de seu tempo de cárcere, dois anos e três meses, em uma prisão estadual.
Thao se defendeu das acusações feitas pelo procurador-geral do Minnesota, Keith Elisson, afirmando que não tinha a intenção de causar nenhum mal ou machucar alguém. "Fiz o melhor que achava que podia", disse antes de o juiz responsável pelo caso, Peter Cahill, do condado de Hennepin, ler sua decisão.
Já o magistrado afirmou que esperava "um pouco mais de remorso, arrependimento, de tomada de responsabilidade" dele. A pena que ele deu foi maior do que aquela originalmente pedida por Ellison, de quatro anos e três meses.
Thao foi o responsável por conter os transeuntes que demonstraram preocupação com Floyd ao passar diante do ex-segurança no momento em que ele era imobilizado pela polícia. Em um testemunho anterior, o ex-agente afirmou que seu papel foi de um mero "cone de trânsito humano".
Enquanto isso, dois dos colegas de Thao, Thomas Lane e J. Alexander Kueng, impediam que o ex-segurança se movimentasse prendendo suas pernas, e Derek Chauvin prensava seu pescoço com o joelho. Floyd, por sua vez, dizia "não consigo respirar" repetidas vezes -- a frase, imortalizada em um vídeo do momento que viralizou nas redes sociais, tornou-se mote de um movimento contra a brutalidade policial nos Estados Unidos que forçou o país a encarar o racismo institucionalizado.
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Lane e Kueng admitiram terem agido como cúmplices do homicídio culposo de segundo grau em um tribunal estadual no ano passado. O primeiro foi condenado a dois anos e três meses de prisão, e o segundo, a três anos.
Assim como Thao, ambos também foram considerados culpados de violar os direitos civis de Floyd por uma corte federal naquele mesmo ano. Lane foi sentenciado a dois anos e meio em cárcere, e Kueng, a três anos, a serem cumpridas de forma concomitante com as penas que receberam em âmbito estadual.
Já Chauvin foi condenado a 22 anos e meio de prisão por homicídio culposo de segundo grau por um tribunal estadual e a 21 anos de prisão por uma corte federal por violar os direitos civis de Floyd, também a serem cumpridos de maneira concomitante.
A equipe de defesa de Thao não respondeu aos pedidos de comentários da agência de notícias Reuters. Ao jornal Washington Post, porém, seu advogado Robert Paule afirmou que voltaria a recorrer em ambos os casos estadual e federal.
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