Justiça americana aumenta efetivo e expande buscas por brasileiro fugitivo
A Justiça americana mantém a recompensa de US$ 10 mil (R$ 49,7 mil) para quem tiver informações que levem à captura do brasileiro
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Cinco dias após fugir de uma prisão na Pensilvânia (EUA), após ser condenado a pena perpétua por matar a facadas a ex-namorada, Deborah Evangelista Brandão, em abril de 2021, o brasileiro Danilo Souza Cavalcante, 34, segue foragido da Justiça americana.
Na noite desta segunda-feira (4), uma câmera instalada em uma cerca do jardim botânico Longwood Gardens, no extremo sul do perímetro estabelecido para as buscas no Condado de Chester, fez imagens de Danilo caminhando no sentido norte às 20h21 e voltando pelo mesmo caminho às 21h33.
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Com isso, a força tarefa de buscas foi deslocada para o sul, para tentar encontrá-lo. A operação, que já envolvia centenas de agentes policiais, helicópteros, drones e cães, foi reforçada com homens enviados pelas agências federais, como FBI e a Patrulha de Fronteira Aduaneira dos EUA.
Uma nota divulgada pelo escritório do Procurador Distrital do Condado de Chester destacou que Danilo não mudou sua aparência, usa um moletom com capuz e carrega uma mochila nas costas e outra sacola no ombro.
"Superintendentes nas áreas foram imediatamente avisados das informações atualizadas e as escolas em Unionville Chadds-Ford e Kennett Area Consolidated foram fechadas durante o dia", informou o escritório do Procurador Distrital, destacando que as autoridades anunciaram em inglês e espanhol para os moradores da região ficarem atentos e permanecerem em suas casas, além de trancarem as portas e verificarem seus carros e pertences.
A Justiça americana mantém a recompensa de US$ 10 mil (R$ 49,7 mil) para quem tiver informações que levem à captura de Danilo.
Para tentar convencer o brasileiro, as forças de segurança está reproduzindo em helicópteros e carros uma mensagem em português gravada pela mãe do foragido, em que ela pede que ele se entregue. Segundo as autoridades americanas, a mãe de Cavalcante está no Brasil.
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Há dois problemas principais para encontrá-lo. O primeiro é o terreno, uma área densamente florestada com muitas possibilidades de esconderijo. O policial que o viu no domingo, por exemplo, não conseguiu alcançá-lo por conta de obstáculos no caminho.
O segundo problema é que muitos moradores da região estão viajando, em meio a um feriado prolongado nos EUA. Ao menos duas denúncias de arrombamento de casas estão sendo investigadas, afirma o tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia.
Cavalcante foi preso em 19 de abril de 2021 na Virginia pelo assassinato da ex-namorada Deborah Brandão, então com 33 anos, um dia após o crime.
De acordo com a Promotoria, ela foi esfaqueada na frente da filha de 7 anos e do filho de 3 anos em Schuylkill, na Pensilvânia. No dia 22 de agosto, ele foi condenado à prisão perpétua por homicídio em primeiro grau.
O brasileiro responde a outra ação penal por acusação de homicídio na Justiça brasileira desde 2017, por ter matado um homem com seis tiros de arma de fogo, em Figueirópolis (TO).
O processo no Brasil, aberto em novembro de 2017, só foi retomado quando a Justiça brasileira soube da prisão nos EUA, em meados de 2021. Mas o caso segue sem desfecho até hoje. A ação penal está na Vara Especializada no Combate à Violência contra a Mulher e Crimes Dolosos contra a Vida, da Comarca de Gurupi (TO).
Ele é réu em uma acusação de homicídio duplamente qualificado. Em 5 de novembro de 2017, Cavalcante teria dado seis tiros em Válter Júnior Moreira dos Reis, que morreu no local.
De acordo com o Ministério Público, o crime ocorreu por motivo torpe, em razão de uma suposta dívida que a vítima tinha com o réu, referente ao conserto de um veículo.
Depois do crime, ele fugiu e não foi mais visto pelas autoridades brasileiras. O defensor público Magnus Kelly Lourenço de Medeiros, designado para atuar no caso, disse à Folha de S.Paulo nesta sexta (1º) que nunca conseguiu contato com Cavalcante após o crime de 2017.
Segundo ele, embora o processo tenha sido retomado em 2021, as videoconferências que seriam realizadas com apoio do presídio nos EUA nunca aconteceram.
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