Israel nega acordo para cessar-fogo em Gaza
Um grupo de 28 brasileiros segue na expectativa da abertura de um corredor humanitário na fronteira com o Egito
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A guerra em Israel completa nesta segunda-feira (16), seu décimo dia, com a expectativa para um cessar-fogo em Gaza. Israel nega que um acordo tenha sido feito para retirada de estrangeiros da região.
Um grupo de 28 brasileiros segue na expectativa da abertura de um corredor humanitário em Rafah, cidade palestina na fronteira com o Egito. No entanto, o governo do Brasil diz para que não saiam até um acordo ser firmado.
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A comunidade internacional, agências humanitárias e milhares de palestinos vivem a expectativa de que a passagem entre a Faixa de Gaza e o Egito possa ser aberta na manhã desta segunda-feira. Mas diplomatas brasileiros, tanto em Ramallah quanto do lado egípcio da fronteira, garantiram à reportagem que o ponto de cruzamento continua fechado para a saída dos estrangeiros. O Hamas também negou que haja um acordo neste sentido.
As primeiras notícias de uma abertura da passagem entre Gaza e o Egito, em Rafah, surgiram com uma reportagem da agência Reuters que, citando fontes na região, revelou que a fronteira seria aberta para permitir que a ajuda humanitária entre em Gaza.
O acordo entre EUA, Egito e Israel teria sido fechado depois da visita do secretário de estado norte-americano, Antony Blinken, ao Cairo.
Mas instantes depois da publicação da informação, o governo de Israel emitiu um alerta de que não houve um acordo sobre um cessar-fogo no Sul de Gaza. Ataques foram registrados na manhã desta segunda, na região onde supostamente haveria um entendimento.
Um dos representantes do Hamas declarou à agência Reuters que a notícia de um acordo de abertura da fronteira não seria verdadeira.
Tanto o embaixador do Brasil no Egito como em Ramallah indicaram à reportagem que os brasileiros não foram deslocados ainda de sua base. O presidente Lula tem disparado telefonemas a líderes da região, apelando para que o grupo seja autorizado a deixar a Faixa de Gaza.
O grupo de pessoas prontas para a evacuação de Faixa de Gaza reúne 28 brasileiros e imigrantes palestinos. Ao todo, são 14 crianças, 8 mulheres e 6 homens adultos. Desses, 10 encontram-se em Rafah, e 18 em Khan Younes, um pouco mais ao norte.
São 22 cidadãos brasileiros, 3 imigrantes palestinos e 3 palestinos com residência no Brasil, segundo a última atualização. Até o momento, o Brasil já repatriou 916 pessoas de Israel.
Uma aeronave da Presidência da República, um VC-2 com capacidade para até 40 passageiros, mais tripulantes, já está em Roma, na Itália, à espera da liberação.
BIDEN DIZ QUE HAMAS PRECISA SER ELIMINADO
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a eventual ocupação da Faixa de Gaza por Israel seria um "grande erro" e defendeu a criação de um Estado Palestino. Ele também afirmou que o Hamas, autor dos ataques a Israel, deve ser extinto. O embaixador de Israel na ONU respondeu Biden.
Biden disse estar confiante de que Israel agirá conforme as "regras de guerra" e que não privará os palestinos de mantimentos essenciais à vida, como água e medicamentos. As declarações foram em entrevista ao programa 60 Minutes, da TV CBS.
O democrata culpou o Hamas pela situação crítica de Gaza e afirmou que o grupo extremista precisa ser "totalmente eliminado" pelo exército de Israel. Entretanto, ponderou que a ocupação de Gaza pelas forças israelenses seria um "erro".
Joe Biden também defendeu a necessidade de "haver um caminho para a formação de um Estado Palestino".
O presidente norte-americano acusou o governo do Irã de financiar grupos extremistas como o Hamas e o Hizbullah, mas ressaltou que ainda não tem "nenhuma evidência" de que o regime iraniano "tinha conhecimento dos ataques" perpetrados pelo Hamas em Israel no último dia 7.
Desde a deflagração da guerra na semana passada, os Estados Unidos se posicionaram em defesa do Estado israelense e prometeram dar suporte ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Além de enviar dois porta-aviões de guerra para a costa israelense, os EUA também enviaram armas e munições para Israel, além de reforçarem sua presença militar naquele país, embora a Casa Branca tenha afirmado que não pretende enviar seus soldados para o combate.
EMBAIXADOR DE ISRAEL NA ONU RESPONDE EUA
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, respondeu ao aviso do presidente dos EUA, Joe Biden, de que ocupar Gaza depois de destruir o Hamas seria um "grande erro", dizendo que Israel "não tem interesse" em governar os palestinianos.
Erdan também agradeceu a Biden por compreender a necessidade de Israel de destruir o grupo extremista Hamas.
O"brigado, presidente Biden, por reconhecer o que Israel tem dito desde que ocorreu o bárbaro massacre do Hamas: o objetivo de Israel é a eliminação total das capacidades do Hamas", disse Erdan.
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