Incêndios florestais matam 6 no Havaí e forçam moradores a fugir pelo mar
As rajadas de ventos, que chegam a 130 km/h, espalham as chamas e dificultam o trabalho dos bombeiros
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Incêndios florestais mataram ao menos seis pessoas, forçaram a retirada de centenas de moradores e turistas e provocaram quedas de energia em várias regiões do Havaí, nos Estados Unidos, nesta quarta (9). Segundo o governo local, a situação é crítica, e algumas pessoas tiveram que pular no mar para fugir das chamas que se alastram devido aos fortes ventos.
Os incêndios ocorrem em um momento em que os EUA sofrem os impactos de fenômenos climáticos extremos em série. Na véspera, duas pessoas morreram em decorrência de tempestades, na Carolina do Sul e no Alabama, e mais de 1,1 milhão de propriedades em 11 estados do país ficaram sem energia.
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A região mais atingida é a ilha de Mauí. O dirigente da área, Richard Bissen, confirmou que ao menos seis pessoas morreram em decorrência do fogo em um encontro com a imprensa. Detalhes sobre o total de óbitos e danos a construções ainda eram escassos nesta quarta-feira.
"As pessoas estão pulando na água para evitar o fogo", disse o major-general do Exército americano, Kenneth Hara, à rede Hawaii News Now. O governo local decretou estado de emergência e disse que 12 pessoas foram salvas após se jogarem no mar. Já a Guarda Costeira, que participa das operações de resgate, prometeu enviar reforços e mais embarcações para Mauí.
As rajadas de ventos, que chegam a 130 km/h, espalham as chamas e dificultam o trabalho dos bombeiros, impedindo que seus helicópteros alcem voo para despejar água sobre as chamas ou mapear a dimensão dos incêndios.
Segundo especialistas, os ventos são provocados pelo furacão Dora, que não deve atingir o território americano e, na manhã desta quarta, estava a cerca de 800 km ao sul do Havaí. A seca na região é outro fator que contribui para a propagação dos incêndios.
"O fogo pode estar a um ou mais quilômetros de distância, mas, em um ou dois minutos, pode chegar à sua casa", alertou o chefe dos bombeiros, Jeff Giesea, de acordo com a Associated Press.
O serviço de chamadas de emergência caiu devido à quantidade de ligações, segundo o jornal americano The New York Times. Autoridades orientaram moradores a entrar em contato diretamente com os departamentos de polícia locais em caso de emergência.
Meteorologistas esperam que os ventos no Havaí diminuam ainda nesta quarta, à medida que um sistema de alta pressão ao norte enfraquece o furacão Dora, que se move para o oeste, afastando-se das ilhas.
Enquanto isso, no Alasca, enchentes provocadas pelo derretimento de geleiras provocaram o desabamento de casas e forçaram a retirada de pessoas. Os EUA, assim como outras nações do Hemisfério Norte, vêm registrando temperaturas altíssimas neste verão. Cientistas apontam que a primeira semana de julho foi a mais quente desde 1979, com a temperatura média global batendo recordes consecutivos.
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.
Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.
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