Hong Kong importa pés de galinha do Brasil e recebe 300 kg de cocaína
De acordo com o jornal South China Morning Post, trata-se da maior ocorrência de tráfico marítimo de cocaína em uma década
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Uma carga de pés de galinha congelados que saiu do Brasil com destino a Hong Kong escondia cerca de 300 kg de cocaína, disseram autoridades da cidade chinesa semiautônoma na quinta-feira (19).
De acordo com o jornal South China Morning Post, trata-se da maior ocorrência de tráfico marítimo de cocaína em uma década. A carga da droga, avaliada em mais de 260 milhões de dólares honcongueses (R$ 172,7 milhões), estava escondida em 30 das 1.800 caixas de pés de galinha importados do Brasil.
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Funcionários da alfândega em Hong Kong disseram ao SCMP que ao menos três pessoas foram presas pelo crime, que foi descoberto em 22 de dezembro e só divulgado nesta quinta pelas autoridades.
Um caminhoneiro de 67 anos que apareceu para recolher a carga foi detido no mesmo dia, e outros dois homens, de 38 e 72 anos, foram presos na quarta-feira (18). Os três foram libertados posteriormente, mas os dois últimos ainda aguardam julgamento.
Agora as autoridades tentam identificar e rastrear outros membros do que seria uma quadrilha especializada em tráfico de drogas. O grupo usou um documento falso simulando um registro comercial de uma empresa honconguesa real para obter a licença de importação da carga de frango - e drogas.
O documento, no entanto, levantou suspeitas na alfândega porque a empresa de fachada escolhida não tinha registro como importadora de alimentos. Logo, não poderia ter encomendado as toneladas de pés de galinha.
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A carga então foi inspecionada, e a droga, encontrada dividida em 300 placas, cada uma pesando 1 kg. A substância estava embalada em uma espécie de balão, de modo que não entrasse em contato com a umidade dos pés de galinha congelados. Além disso, segundo os oficiais da alfândega, o tipo de embalagem serviria para conter o cheiro da cocaína e despistar cães farejadores.
Philip Chan Siu-kau, do departamento de investigação de drogas da alfândega, disse ao SCMP que esta foi a maior apreensão de cocaína de 2022, equivalente a quase um terço do total apreendido no ano passado. A suspeita é de que parte da cocaína seria utilizada no tráfico de drogas de Hong Kong, e o restante seria enviado à Austrália, onde a droga chega a valer cinco vezes mais.
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