Explosão de pagers e walkie-talkies: líder diz que Hezbollah sofreu "golpe severo"
Hassan Nasrallah prometeu retaliação contra Israel, que não assumiu a autoria das explosões dos últimos dias
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Caças israelenses bombardearam uma série de posições militares do Hezbollah nesta quinta-feira, 19, em meio a tensões com a milícia xiita radical libanesa após a explosão de pagers e walkie-talkies que deixaram 37 mortos e mais de 3 mil feridos em diversas partes do Líbano.
Os aviões de Israel também voaram sobre a capital libanesa, Beirute, durante o discurso do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que admitiu que as explosões de dispositivos infligiram um "golpe severo" à milícia e cruzaram uma "linha vermelha". Nasrallah prometeu retaliação contra Israel, que não assumiu a autoria das explosões dos últimos dias.
Segundo o New York Times, o sobrevoo dos caças israelenses em Beirute sacudiu prédios e fez moradores correrem para as ruas.
Durante seu pronunciamento, o chefe do Hezbollah apontou que, apesar das explosões que feriram e mataram integrantes da milícia, o grupo continuará com bombardeios diários ao norte de Israel.
Segundo Nasrallah, os israelenses que foram retirados da região não poderão retornar para suas casas até que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas termine na Faixa de Gaza. O Hezbollah iniciou os ataques contra o território israelense em solidariedade ao seu aliado em Gaza - os dois grupos são apoiados pelo Irã.
O governo israelense está sob forte pressão interna para que resolva a situação na fronteira norte, para que mais de 60 mil israelenses possam voltar para suas casas.
Fogo cruzado
Durante o discurso de Nasrallah, o Hezbollah anunciou que atacou 17 posições israelenses ontem, duas delas com drones. Hospitais de Israel disseram que oito pessoas ficaram feridas. As Forças de Defesa de Israel anunciaram que dois soldados morreram em decorrência dos ataques do Hezbollah.
Ao mesmo tempo, as forças israelenses informaram ter conduzido cerca de 30 bombardeios contra plataformas de lançamento de foguetes e infraestruturas do Hezbollah, principalmente no sul do Líbano. Segundo fontes do governo, foram os bombardeios mais intensos desde o início do conflito na região, há 11 meses.
Os ataques a pagers e walkie-talkies esta semana - amplamente atribuídos a Israel - aumentaram os temores de uma guerra regional mais ampla que poderia envolver tanto o Irã, que apoia o Hezbollah, quanto os EUA, o aliado mais importante de Israel.
Durante uma conversa com Nasrallah, o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, afirmou que Israel "enfrentará uma resposta esmagadora do eixo da resistência" - expressão usada para designar os principais aliados de Teerã no Oriente Médio.
ONU
O Conselho de Segurança da ONU marcou para hoje uma reunião para discutir os ataques com explosivos no Líbano. Em uma carta ao Conselho, a missão libanesa disse, segundo a agência Reuters, que uma investigação preliminar apontou que os dispositivos foram alterados antes de chegarem ao país.
A carta afirma que Israel foi responsável pelo planejamento e execução das explosões. O governo israelense não comentou diretamente sobre os ataques ou a carta. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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