EUA vão ampliar checagem de antecedentes para compras de armas de fogo
Medida busca fechar "brechas legais" relacionadas às vendas em feiras e na internet para tentar conter a violência armada no país
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O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (11) que ampliará a verificação de antecedentes para a compra de armas de fogo. A medida busca fechar "brechas legais" relacionadas às vendas em feiras e na internet para tentar conter a violência armada no país.
Considerada histórica, a ação foi anunciada pela vice-presidente Kamala Harris, responsável pelo Gabinete de Prevenção da Violência Armada da Casa Branca.
Atualmente, as lojas físicas de armas já são obrigadas por lei a fazer uma verificação de antecedentes dos compradores em cada venda, mas, segundo Kamala, há milhares de comerciantes não licenciados escapando dessas etapas de checagem.
"Durante décadas, muitas pessoas têm vendido armas em locais que não são lojas tradicionais e escaparam impunes ao não fazer essa verificação", disse ela. "Agora, todos os vendedores de armas terão que verificar seus antecedentes".
A violência armada é um fenômeno comum nos Estados Unidos, onde há mais armas do que pessoas. As sucessivas tentativas de restringir sua circulação têm enfrentado resistência política. No lado democrata, há pressão para aumentar a regulação como tentativa de conter a criminalidade envolvendo armas. No lado republicano, o argumento contra essas medidas geralmente é de que elas violariam o direito de manter e portar armas previsto na Constituição dos EUA.
"Com a nova regulamentação, não importa se as armas são vendidas na internet, em feiras de armas ou em lojas físicas", disse o secretário de Justiça, Merrick Garland, em um comunicado.
Estima-se que 23 mil pessoas estejam envolvidas no comércio não licenciado de armas nos EUA, e a regra terá impacto em milhares de vendas de armas por ano, segundo a Casa Branca.
O número de crianças mortas por armas de fogo nos EUA atingiu um pico em 2021, os ataques a tiros aumentaram nos últimos anos, e o país em geral tem taxas de morte por armas de fogo muito mais elevadas do que outras nações ricas.
Em março de 2023, Biden emitiu uma ordem executiva destinada a expandir as verificações de antecedentes para compras de armas e pediu ao Congresso que tomasse medidas adicionais para reduzir a violência armada.
Na Casa Branca, há a expectativa de que a decisão anunciada nesta quinta seja questionada na Justiça por grupos pró-armas. Um funcionário da Casa Branca disse que o governo Biden acredita que a nova medida seja contestada em tribunal por grupos pró-armas.
Segundo o Gun Violence Archive, que contabiliza os índices relacionados às armas de fofo, 2023 registrou mais de 40 mil mortes do tipo nos Estados Unidos.
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