Biden cita violência e impõe sanções a colonos israelenses na Cisjordânia
Biden tem enfrentado protestos da minoria árabe-americana
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O governo dos EUA impôs nesta quinta-feira, 1º, sanções contra quatro colonos israelenses na Cisjordânia. É a segunda vez que a Casa Branca anuncia punições contra israelenses no território palestino, ambas em consequência da violência na região, depois que Israel e o Hamas entraram em guerra na Faixa de Gaza, em outubro. Em dezembro, um grupo de colonos foi proibido de entrar nos EUA.
O governo israelense criticou a decisão. "A absoluta maioria dos colonos é de cidadãos que respeitam a lei. Israel atua contra todos os que violam a lei em todas as partes", afirmou, em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.
O presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou as sanções com uma ordem executiva que vai além da diretiva emitida em dezembro pelo Departamento de Estado, que impôs proibições de vistos a dezenas de colonos israelenses que cometeram atos de violência na Cisjordânia.
Pressão
A nova ordem retira as pessoas do sistema financeiro dos EUA, impede movimentação de bens ou propriedades em território americano, além de impede a entrar no país. Segundo funcionários do governo Biden, haverá mais anúncios em breve.
A ordem executiva surge no momento em que Biden enfrenta críticas crescentes sobre o apoio dos EUA à guerra de Israel em Gaza, vindas até de seu próprio Partido Democrata. Autoridades americanas temem que uma recente onda de ataques de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia possa desencadear uma violência ainda maior, agravando a situação.
Os palestinos e alguns analistas dizem que o governo de Israel permite que os colonos, muitas vezes fortemente armados, operem com impunidade. No histórico do conflito entre israelenses e palestinos, sanções contra colonos judeus são raras, ainda que o governo americano costume pressionar Israel contra a ampliação desses assentamentos.
A Casa Branca anunciou as sanções poucas horas antes de Biden comparecer a um evento de campanha em Michigan - um Estado importante na briga pelos delegados do colégio eleitoral -, que tem uma grande população árabe-americana e tem sido palco de numerosos protestos contra a guerra em Gaza.
Disputa
Em 2020, Biden venceu a disputa no Estado contra o republicano Donald Trump com vantagem de 154 mil dos quase 5,5 milhões de votos. Michigan é onde vivem centenas de milhares de americanos de origem árabe, a maioria na região de Detroit. Essas áreas votaram com grandes margens em Biden.
Mas, desde a guerra em Gaza, pesquisas mostram que o presidente está perdendo apoio entre os palestinos e outros árabes americanos. Uma sondagem do fim do ano passado mostrou que o apoio ao presidente, entre esses eleitores, caiu de 59% para apenas 17%, uma queda de mais de 40 pontos porcentuais desde a última eleição.
Mortes
Biden tem enfrentado protestos da minoria árabe-americana. A raiva dirigida ao presidente é, em grande parte, alimentada pela crença de que seu governo não fez o suficiente para evitar a morte de milhares de palestinos em Gaza.
A Cisjordânia vive sua maior onda de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005). Este ano, 54 palestinos morreram, todos por tiros disparados pelas forças israelenses, incluindo menores. Entre os mortos está um adolescente identificado como Tawfic Abdel Jabbar, de nacionalidade americana, morto em meados de janeiro em Ramallah.
Desde que a guerra eclodiu em Gaza, após os ataques do Hamas, que deixaram 1,2 mil mortos em Israel, a situação piorou e 378 palestinos na Cisjordânia morreram devido a episódios violentos ligados ao conflito. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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