Neymar vive primeira grande polêmica na volta ao Brasil: lesão, carnaval e eliminação no banco
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Pouco mais de um mês desde seu retorno ao Santos, Neymar viveu neste domingo sua primeira polêmica no País. A ausência do camisa 10 no clássico com o Corinthians, pela semifinal do Campeonato Paulista, ainda contou com o ‘agravante’ da ida à Sapucaí, no carnaval do Rio, mesmo após sentir um incômodo na coxa nas quartas de final do Estadual. O clube aguardou até este domingo para definir se o atacante teria condições de entrar em campo.
O primeiro incômodo muscular do atacante se deu contra o Red Bull Bragantino, no domingo de carnaval. Neymar marcou um dos gols da vitória por 2 a 0, mas precisou deixar o gramado aos 31 minutos do segundo tempo. Depois da partida, ele afirmou que a lesão não seria nada grave e deveria estar à disposição de Pedro Caixinha para a partida contra o Corinthians, pela semifinal.
Na quinta-feira, o atacante reclamou novamente do desconforto na coxa durante os treinamentos. Mesmo assim, foi convocado por Dorival Júnior para os duelos da seleção brasileira com Colômbia e Argentina. Até aquele momento, o treinador não mostrou ter ciência da condição física do jogador.
“Ninguém precisa a falar a respeito do que representa Neymar. Ele vive um processo da readaptação. Mas as qualidades de um jogador como esse são um condicionante para que ele possa superar as situações de uma partida”, afirmou o treinador, na última quinta-feira. “Neymar já atuou por 90 minutos em duas partidas desde que voltou ao Santos. Em outras, tem sido poupado. Vai depender muito dessa sequência pelo clube. Vamos aguardar para ter uma definição a respeito de sua utilização.”

No dia seguinte, sexta-feira, o camisa 10 foi preservado do treinamento com bola no CT Rei Pelé. O Santos divulgou o atacante entre os relacionados, mas só definiu que ele não começaria entre os titulares no domingo, já no dia da partida contra o Corinthians. “Tudo que eu queria era estar em campo hoje e ajudar de alguma forma meus companheiros, mas na quinta-feira passada senti um desconforto e isso me impossibilitou. Fizemos um teste hoje de manhã e eu acabei sentindo novamente (a lesão)”, afirmou o atacante, por meio do Instagram.
Ao final, Neymar não entrou em campo na derrota por 2 a 1 diante do Corinthians. Pedro Caixinha, técnico do Santos, optou por mantê-lo no banco de reservas, como fora de apoiar os companheiros na Neo Química Arena. A principal preocupação, tanto do treinador, quanto dos dirigentes santistas, era de que Neymar agravasse a lesão ao tentar atuar neste domingo.
“Era perder o Neymar para essa partida ou perder o Neymar por um ou dois meses”, enfatizou Pedro Martins, CEO do Santos, na saída do estádio. O clube realizou exames no camisa ainda no hotel, e acharam por bem preservá-lo para sua utilização para o restante da temporada. No final de março, o Santos estreia no Campeonato Brasileiro.
Do banco, Neymar tentou orientar os companheiros, reclamou das decisões de arbitragem e ameaçou ir para o aquecimento. Em determinado momento, as câmeras da transmissão flagraram o atacante apontando o incômodo na coxa durante a partida.
Críticas pelo carnaval
A ida ao carnaval, no entanto, foi o principal motivo de críticas ao atacante durante e após o jogo. Mesmo que não esteja constatada um agravamento da lesão por sua viagem ao Rio, jornais destacaram esse “nocaute carnavalesco” após a eliminação no Campeonato Paulista.
“Santos foi eliminado nas semifinais do Paulistão e a estrela brasileira viu a partida do banco por causa de dores, mas que não o impediram de pular o carnaval”, escreveu o jornal espanhol As. “O carnaval mais triste do atacante desde que foi descartado pelo Barcelona: banco de reservas e eliminado”, complementou o Marca. Nas últimas semanas, Deco, diretor esportivo do clube catalão, descartou a possível contratação do camisa 10 para um retorno à equipe que o lançou na Europa neste momento.
O contrato de Neymar se encerra em junho deste ano, mas o Santos trabalha com uma renovação até a Copa do Mundo de 2026. Oficialmente, o clube não trata da não utilização de Neymar como uma forma de preservá-lo para os próximos duelos da seleção brasileira, em março – os primeiros do camisa 10 desde 2023, quando se lesionou em confronto com o Uruguai. “A única coisa que foi pensada foi o desconforto. Eu penso no Santos, e não na seleção brasileira. Eu não poderia arriscar. Uma promessa que nós temos é fazer de tudo para que o Neymar não se lesione”, afirmou Caixinha.
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