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Esportes

Milei demite subsecretário que cobrou desculpas da seleção após cantos racistas

"Nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina, Campeã Mundial", escreveu Milei


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Imagem ilustrativa da imagem Milei demite subsecretário que cobrou desculpas da seleção após cantos racistas
Javier Milei demitiu integrante do governo |  Foto: Gian Ehrenzeller/Associated Press- 14/018/2024

O presidente da Argentina Javier Milei demitiu o subsecretário de Esportes do país, Julio Garro, na noite desta quarta-feira. A demissão ocorreu após Garro cobrar um pedido de desculpas da seleção argentina por conta de um canto racista reproduzido na comemoração do título da Copa América 2024.

"A Presidência informa que nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina, Campeã Mundial e Bicampeã Americana, ou a qualquer outro cidadão. Por isso, Julio Garro deixa de ser Subsecretário de Esportes da Nação", comunicou o governo argentino no X, o antigo Twitter.

Em entrevista ao jornal Corta, o político intimou Lionel Messi e Claudio Tapia, o presidente da AFA. "O capitão da seleção nacional deve pedir desculpas. O mesmo que o Presidente da AFA. Isso nos deixa, como país, em uma situação ruim depois de tantas glórias", disse o subsecretário de Esportes.

Em seu X, o ex-subsecretário também se manifestou. Ele agradeceu a Milei por escolhê-lo para compor seu governo e lamentou a demissão. "Lamento muito se o meu comentário ofendeu alguém, essa nunca foi a minha intenção. Por isso, coloquei meu cargo à disposição, mesmo estando sempre do outro lado da discriminação em todas as suas formas", afirmou Julio Garro.

ENTENDA O CASO

Na madrugada da última segunda-feira, um vídeo viralizou onde jogadores da seleção argentina cantam uma música racista e transfóbica contra a seleção francesa. O momento foi capturado pelo jogador Enzo Fernández, que fazia uma live no Instagram no ônibus do time nacional após a conquista da Copa América 2024.

"Eles jogam pela França/mas são de Angola/que bom que eles vão correr/se relacionam com travestis/a mãe deles é nigeriana/o pai deles cambojano/mas no passaporte: francês", afirma a música. Ao perceber o que estava sendo cantado, o jogador do Chelsea alertou os colegas de que estava ao vivo e fechou a live na rede social.

O grito faz referência a ancestralidade dos jogadores franceses, visto que muitos são filhos de imigrantes, e ao boato de que o atacante Kylian Mbappé já se relacionou amorosamente com uma mulher trans, a modelo Inès Rau.

Enzo Fernández se pronunciou na noite desta terça-feira, dia 16, e pediu desculpas pelo ocorrido. Em seus stories, Fernández reconheceu que a canção transmitida "contém linguagem ofensiva" e que não há justificativa para a cantoria argentina.

"Eu sou contra a descriminação em todas as formas e peço perdão por ter me entregado a euforia da nossa comemoração da Copa América. O vídeo, o momento e as palavras não refletem meus valores e meu caráter. Eu estou verdadeiramente arrependido", disse o volante.

Também na terça-feira, a Federação Francesa de Futebol anunciou que entrará com uma ação na Fifa contra os jogadores da Argentina. Amélie Oudea-Castera, ministra francesa de esportes, repudiou o ocorrido. "Patético. Um comportamento ainda mais inaceitável se for repetido. Fifa, alguma reação?", indagou a política.

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