João Fonseca preocupa ex-número 4 do mundo no Rio Open: ‘Está jogando muito bem’
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O bom desempenho do jovem João Fonseca no Aberto da Austrália já causa preocupação aos futuros rivais do brasileiro no Rio Open. O maior torneio da América do Sul, que garantiu a presença do carioca de 18 anos na chave principal, terá a presença do dinamarquês Holger Rune, ex-número quatro do mundo e atual 14º do mundo. Aos 21 anos, ele é da mesma geração do brasileiro e reconhece que o possível rival no Jockey Club Brasileiro “vem jogando realmente muito bem”.
“Ele é um jovem tenista incrível. Eu o vi ser campeão do Next Gen Finals, ele está jogando realmente muito bem. Ele tem um futuro brilhante pela frente, com certeza. Vamos ver como ele vai se sair no Rio Open neste ano”, disse o dinamarquês em entrevista ao Estadão.
Uma das apostas da organização do Rio Open, Rune fará sua estreia no torneio de nível ATP 500. Animado pelo retorno ao Brasil, o dinamarquês, acostumado com o frio nórdico, contou o que espera encontrar na competição carioca. “Espero um pouco de calor, um grande público, muitos torcedores e uma ótima atmosfera”, comentou, bem-humorado. “Acredito que o Rio deve ser um ótimo lugar para conhecer, visitar e jogar. Não vejo a hora de jogar diante dos fãs de tênis do Brasil.”
Parte da ansiedade se deve à oportunidade de jogar no saibro pela primeira vez neste ano, na capital fluminense. Foi na terra batida que Rune ganhou dois dos seus quatro títulos de nível ATP e obteve dois vice-campeonatos nos últimos anos.
“Eu não tenho um piso favorito, mas com certeza gosto muito do saibro. É o tipo de jogo em que você precisa construir melhor os pontos, você pode usar vários recursos, como dropshots, slices. Eu gosto bastante. É um pouco diferente, mas eu amo”, comentou.
Apesar da estreia no Rio Open, Rune já jogou em solo brasileiro, ainda na época de juvenil, em torneios em Porto Alegre e Criciúma (SC). “Quando eu estive no Brasil pela primeira vez, tive uma grande experiência”, disse o tenista.
Desde então, a trajetória do dinamarquês deu uma guinada. Em 2022, ele passou a ser reconhecido no mundo do tênis. Foi quando levantou seus três primeiros troféus de nível ATP. O mais importante deles, o Masters 1000 de Paris, veio com vitória sobre o favorito Novak Djokovic na final, com direito a virada no placar.
“Desafiar esses tenistas é uma questão de confiança. É claro que você precisa estar jogando bem, mas uma vez que o jogo está lá, é preciso acreditar que você consegue. E é preciso lutar”, conta o dinamarquês.
Em 2023, ele manteve o bom nível, com um título e dois vices em Masters 1000. Naquele ano, alcançou sua melhor posição no ranking, o quarto lugar. No entanto, não conseguiu se sustentar no Top 10. Ele reconheceu que a falta de maturidade pesou na queda de rendimento.
“Eu aprendi muita coisa (desde então), tive muitas experiências, com certeza. Estar na quarta posição do ranking me ensinou muito sobre o que é preciso para alcançar essa colocação. Foram aprendizados interessantes…”, admitiu o jovem atleta à reportagem.
Em busca da reação no circuito, Rune contratou técnicos badalados, como Patrick Mouratoglou, ex-treinador de Serena Williams, a lenda Boris Becker e o suíço Severin Luthi, ex-técnico e amigo de Roger Federer. Curiosamente, Rune recuperou suas melhores performances ao retomar a parceria com o compatriota Lars Christensen, um dos responsáveis por sua guinada entre os profissionais.
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