Goleiro abandona seleção belga por discordar da convocação de Courtois e reacende polêmica
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O goleiro Koen Casteels anunciou sua renúncia à seleção da Bélgica após o novo técnico, Rudi Garcia, convocar Thibaut Courtois, do Real Madrid, para os próximos compromissos da equipe. Casteels, que havia sido uma peça importante no time belga, expressou sua insatisfação com a decisão, especialmente após o conflito de Courtois com o antigo treinador Domenico Tedesco, ocorrido em 2023.
Segundo informações do The Athletic, o goleiro do Real Madrid havia perdido a braçadeira de capitão para Romelu Lukaku, o que gerou desentendimentos com Tedesco e levou à sua ausência nas convocações subsequentes.
Em entrevista ao podcast “MidMid”, Casteels demonstrou sua frustração com a forma como a federação belga lidou com a situação, afirmando que foi “estranho” ver a federação “estender o tapete vermelho” para Courtois. Ele questionou a decisão de permitir que o goleiro do Real Madrid retornasse à seleção sem uma justificativa clara, o que, segundo ele, não condizia com os valores que um time ou organização esportiva deveria manter.
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“Eu acho que é estranho que Courtois possa decidir por conta própria se ele pode voltar”, comentou Casteels, deixando claro que sua renúncia não era uma questão pessoal contra Courtois, mas uma discordância com a maneira como a federação belga tratou o caso. O goleiro enfatizou que, para ele, a seleção deveria agir de forma mais estruturada e justa em relação aos jogadores, considerando o histórico e as relações internas dentro da equipe.
A reação da Federação Belga de Futebol não demorou a chegar. Em comunicado oficial, a entidade lamentou a decisão de Casteels e agradeceu ao goleiro pelos anos de dedicação à seleção. “Nós fomos informados da decisão de Koen Casteels de se retirar da seleção belga. Nós lamentamos a escolha e queremos agradecer Koen por seus anos de dedicação e pelos momentos que compartilhamos”, disse a federação, reconhecendo o impacto que Casteels teve durante sua passagem pela seleção.

A renúncia de Casteels deve recolocar Courtois como titular da equipe belga, especialmente com a proximidade dos playoffs da Liga das Nações, onde a Bélgica enfrentará a Ucrânia em jogos de ida e volta. O primeiro confronto está marcado para o dia 20 de março, quinta-feira, às 16h45, na Espanha.
Relembre as polêmicas
Os últimos anos foram de muitas polêmicas envolvendo a seleção belga e Thibaut Courtois. Em junho de 2023, durante a disputa das Eliminatórias da Eurocopa, ele se recusou a perder a braçadeira de capitão para o companheiro Romelu Lukaku antes de um duelo com a Estônia. Irritado, deixou o grupo e não foi para o jogo. Desde então, nunca mais foi chamado para defender a Bélgica, até a convocação da atual Data Fifa.
Por causa do episódio, o goleiro foi criticado publicamente por Domenico Tedesco, treinador da seleção belga na época, e até pelo companheiro de elenco Yannick Carrasco. “Estou surpreso e chocado com o que aconteceu”, disse Tedesco. “Estamos decepcionados com sua reação. Afinal ele é parte do time, é um dos três capitães. A braçadeira é só um detalhe. Você tem de demonstrar que é um líder e um capitão com a sua personalidade. Ele decidiu ir embora”, afirmou Carrasco.
Além da disputa pela faixa de capitão em 2023, que culminou em uma instabilidade no elenco, Courtois se envolveu em polêmica com De Bruyne. Os jogadores se conheceram na passagem pelo Chelsea, no início da última década, mas passaram por desentendimentos desde então. Caroline Lijnen, então parceira do meia, viajou para Madri com alguns amigos e se envolveu com o goleiro.
A situação gerou um desconforto no elenco da seleção belga desde então, que teve a melhor geração de talentos de sua história na última década. No Mundial de 2022, Roberto Martínez, então treinador da equipe, Hazard e o próprio Courtois tentaram amenizar os rumores sobre conflitos no elenco.
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