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Esportes

Fórmula E: Evans sai de último e ganha prova no Anhembi; campeão capota e brasileiro abandona


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A estreia da 11ª temporada da Fórmula E contou com fortes emoções no circuito montado no Sambódromo do Anhembi, neste sábado, na capital paulista. A terceira edição do E-Prix de São Paulo teve acidentes e interrupções por bandeira vermelha. A batida mais grave gerou o capotamento do atual campeão da categoria de carros elétricos, o alemão Pascal Wehrlein, da Porsche. A vitória ficou com o neozelandês Mitch Evans, da Jaguar, que havia largado em último, fez uma prova espetacular e conquistou um feito inédito. Jamais um piloto na F-E havia partido de 22º e faturado a corrida. O português António Félix da Costa, da Porsche, e o britânico Taylor Barnard, da McLaren, completaram o pódio.

"Ainda estou tentando processar o que está acontecendo. Só queria marcar pontos aqui. Ganhei 10 posições na largada e, então, meu foco mudou. Tive sorte com alguns acidentes que me levaram adiante. Foi uma prova insana. Tive de mudar de estratégia ao longo da corrida. Esse campeonato é muito estressante, você nunca sabe onde está em cada corrida. Até o fim da temporada vou ficar com mais cabelos brancos", brincou o vencedor Evans.

A prova começou com atraso após o carro do holandês Robin Frijns apresentar problemas no grid. O veículo foi retirado da pista e sequer largou. Logo na largada, o britânico Oliver Rowland, da Nissan, assumiu a ponta e deixou o pole Wehrlein para trás. Pouco depois, um acidente exigiu a entrada do carro de segurança. O britânico Jake Hughes, da Maserati, e o suíço Nico Müller, da Andretti, bateram e deixaram a corrida.

Na sexta volta, uma decepção para o público brasileiro. O carro de Lucas di Grassi, da Lola-Yamaha, apresentou uma falha irreversível e o obrigou a desistir da prova. A disputa pela liderança se intensificou e Nick Cassidy, neozelandês da Jaguar, pulou para o primeiro lugar.

O E-Prix contou com outras interrupções. Jake Dennis, da Andretti, perdeu o ponto de freada na chicane da curva 1, na dispersão do Sambódromo, passou reto e não conseguiu retornar para a pista. A saída do britânico gerou bandeira vermelha e paralisou a corrida restando 10 voltas.

A relargada foi feita com os carros parados após cerca de 30 minutos. O português António Félix da Costa, da Porsche, perdeu a liderança para Rowland. Mas o líder teve más notícias após abrir boa margem para o segundo colocado. Ele recebeu uma punição de drive through por uma infração.

ALEMÃO CAPOTA

Depois que Rowland foi para os boxes, um grande acidente marcou a prova. Cassidy empurrou o alemão Max Günther, da DS Penske, no muro na entra da chicane da Avenida Olavo Fontoura e, em seguida, tocou em Wehrlein, que capotou. O halo e o 'santo antônio' protegeram a cabeça do alemão. Ele saiu do veículo e foi conduzido ao centro médico.

O acidente levou a uma nova bandeira vermelha na 30ª volta. Os pilotos voltaram a acelerar em volta lançada após 30 minutos novamente. A batalha pelo primeiro lugar foi intensa, com Evans tentando segurar a ponta pressionado pelo português António Félix da Costa.

ARQUIBANCADAS ESVAZIADAS

Assim como nos outros anos, a etapa paulistana não conseguiu lotar as arquibancadas. O forte calor fez com que muitos se aglomerassem sob a marquise da arquibancada principal no setor B. Durante a prova, com mais nuvens no céu, as arquibancadas ficaram mais sombreadas. Em entrevista ao Estadão, o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) sugeriu que houvesse mudanças quanto a valores dos ingressos e publicidade do evento. A F-E tem contrato com São Paulo por mais duas temporadas.

"É a terceira corrida da Fórmula E em São Paulo. Talvez a organização pudesse divulgar um pouco mais para as pessoas terem conhecimento do evento. Talvez reduzir o valor do ingresso e torná-lo mais popular até se consolidar. Estou dando palpite. Como é muito grande o Sambódromo do Anhembi, às vezes, a percepção é que não esteja tão cheio. A cada ano, tenho certeza, vai aumentar o número de pessoas que acompanham", afirmou o chefe do Executivo municipal.

São Paulo é a única cidade que recebe os três principais eventos de automobilismo organizados pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA): a Fórmula 1, o Mundial de Endurance (WEC) e a Fórmula E. De acordo com Nunes, a capital paulista conta a seu favor com um sistema de infraestrutura capaz de satisfazer os organizadores e promover a imagem da cidade no exterior.

"Nós nos tornamos a capital mundial do automobilismo. A paixão do povo brasileiro pelo esporte ajuda a gerar emprego, rende e receita para a cidade, exibindo uma boa imagem de São Paulo para todos os países que assistem à Fórmula E. São Paulo tem capacidade de administração, logística e sistema hoteleiro para abrigar esses grandes eventos", disse Nunes.

A Fórmula E só volta a correr no início de 2025. Em 11 de janeiro, os carros elétricos vão acelerar na Cidade do México, no Autódromo Hermanos Rodríguez.

Classificação final do E-Prix de São Paulo:

1.º - Mitch Evans (NZL/Jaguar)

2.º - António Félix da Costa (POR/Porsche), a 0s384

3.º - Taylor Barnard (GBR/McLaren), a 0s844

4.º - Sam Bird (GBR/McLaren), a 1s158

5.º - Edoardo Mortara (SUI/Mahindra), a 1s800

6.º - Norman Nato (FRA/Nissan), a 2s174

7.º - Nyck de Vries (HOL/Mahindra), a 2s640

8.º - Sebastien Buemi (SUI/Envision), a 2s997

9.º - Dan Ticktum (GBR/Cupra), a 3s683

10.º - Jean-Éric Vergne (FRA/DS Penske), a 4s216

11.º - Stoffel Vandoorne (BEL/Maserati), a 4s799

12.º - Max Günther (ALE/DS Penske), a 5s093

13.º - Zane Maloney (BAR/Lola-Yamaha), a 6s212

14.º - Oliver Rowland (GBR/Nissan), a 11s385

Não completaram: Nick Cassidy (NZL/Jaguar), Pascal Wehrlein (ALE/Porsche), Jake Dennis (GBR/Andretti), Lucas di Grassi (BRA/Lola-Yamaha), Jake Hughes (GBR/Maserati), Nico Müller (SUI/Andretti) e Robin Frijns (HOL/Envision)

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