Filipe Luís minimiza polêmica e blinda jogadores do Flamengo após crise e demissão de médico
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O Flamengo se reaproximou da liderança do Campeonato Brasileiro ao vencer o Red Bull Bragantino por 2 a 1, de virada, em Bragança Paulista (SP). O resultado coloca o time a apenas um ponto do Cruzeiro e dá um respiro ao clube, que vivia tensão no bastidor envolvendo o chefe do departamento médico, José Luiz Runco, e o meia Nicolás de La Cruz.
“Essas coisas externas machucam, mas esse grupo é um grupo de amigos, um grupo blindado para esse tipo de coisa. Eu sei que é ruim, mas eles mesmo se blindam, no final das contas, o futebol é dos jogadores, são eles que entram em campo e eles querem sempre dar o melhor pelo Flamengo”, comentou o técnico Filipe Luís, em entrevista coletiva após a partida.
O problema citado por Runco seria uma sinovite crônica no joelho direito do jogador flamenguista. Segundo apurou o Estadão, a questão é conhecida e tratada abertamente entre De La Cruz e o clube desde a chegada do atleta ao Rio. O uruguaio já passou por quatro cirurgias na carreira, três no joelho direito e uma no esquerdo, e todas antes da passagem pelo Flamengo.
A sinovite trata-se de uma inflamação no tecido que reveste as articulações. Isso pode causar dor, inchaço e acúmulo de líquido no local. O desgaste em um joelho pode fazer com que o atleta “compense” no outro, também o prejudicando.
De La Cruz atuou em 47 partidas no ano de 2024, sendo que 41 delas foram pelo Flamengo (as demais pelo Uruguai). Arrascaeta, por exemplo, entrou em campo 43 vezes com a camisa rubro-negra na mesma temporada.
Já neste ano, De La Cruz caminhava para uma assiduidade maior. Até aqui, foram 28 partidas entre clube e seleção. “A gente entende que ele teve um primeiro semestre muito bom, talvez com a melhor sequência no Flamengo. Só que, depois de uma lesão traumática no mês de maio, inerente a qualquer atleta, ele teve esse período de afastamento maior”, explica o médico cardiologista do Flamengo, Luiz Macedo.
Conforme o departamento médico do futebol do clube, poupá-lo tem o objetivo de que uma nova sequência longa possa acontecer. “Na tentativa de fazer com que ele tenha a mesma sequência, optamos por retirá-lo e fazer um trabalho especializado. Para que ele consiga ter um desempenho tão bom quanto no primeiro semestre”, conclui Macedo.
Entenda a polêmica envolvendo De La Cruz e o departamento médico do Flamengo
Runco, que não trabalhava exclusivamente no futebol flamenguista, acabou demitido do clube. O mal-estar começou após uma mensagem enviada por ele em um grupo de WhatsApp com dirigentes e ex-diretores rubro-negros ter vazado. No texto, o médico dizia que De La Cruz tinha uma “lesão crônica e irreparável”.
O vazamento foi estopim para descontentamento do staff do atleta e do próprio jogador, que fez uma publicação nas redes sociais, comentando o assunto indiretamente. “Nunca deixe que ninguém te diga que não pode fazer algo”, escreveu.
O Flamengo evitou tratar sobre o tema publicamente, ainda que tenha confirmado a veracidade da mensagem. O que provocou descontentamento para o clube foi a forma que Runco se manifestou sobre a situação.
O atacante não gostou e caiu de rendimento nos treinamentos. Isso fez com que ele ficasse fora dos relacionados para os dois primeiros jogos após a volta da pausa para a disputa do Mundial de Clubes e fosse criticado por Filipe Luís.
Pedro voltou contra o Fluminense e fez o gol da vitória flamenguista. Nesta terça-feria, ele começou como titular e foi substituído. Ao deixar o campo, o atacante abraçou o treinador.
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