Filipe Luís como técnico: estilo de jogo definido e meta de voltar ao Flamengo
Jogador respondeu se trabalhará com Tite em 2024
Escute essa reportagem
"É aqui onde o treinador dá coletiva..." A observação de Filipe Luís sobre o auditório do Maracanã não foi trivial. É uma projeção para um futuro muito próximo para o lateral-esquerdo do Flamengo, que vive os últimos momentos como jogador profissional.
O FUTURO
Filipe se aposentará na quarta-feira (06), mas no dia seguinte já mergulha na nova carreira: treinador.
"Sei o que eu senti esse ano, e sei que não quero mais jogar futebol. Tenho muita vontade de dar o próximo passo", disse Filipe Luís.
Ele estará no curso da CBF Academy, iniciando a Licença A, a segunda em importância, mas que já o habilitará para trabalhar na Série A do Brasileiro.
A turma já se reúne nesta segunda-feira (4), em um planejamento que previa o término do Brasileiro nesta domingo (3). Mas a CBF precisou esticar a competição e Filipe vai participar presencialmente a partir de quinta (7).
O técnico Filipe Luís tem uma meta clara: "Meu sonho é treinar o Flamengo e conquistar títulos no Flamengo. Vou realizar".
"Dificuldade com certeza eu vou ter. Mas o primeiro passo é ter a primeira ideia clara de como jogar. Isso eu tenho. Mas não é tão simples, são vários aspectos. O processo de levar o time para jogar do teu jeito leva um tempo. Não sei quanto é, é o que preciso entender um pouco. Que tipo de treino fazer para que o time chegue à forma que você quer jogar. Nunca fiz um treino na minha vida. Sei fazer, mas pelo que eu vivi e não do que precisa ser feito. Tenho muita experiência, muita vivência como jogador, mas como treinador ainda não. Eu acho que vou conseguir rápido. Acho, é uma coisa minha. Acho que eu vou ser bom também (risos). Vamos tentar", afirmou o ainda lateral do Flamengo e futuro técnico.
O QUE MAIS ELE DISSE?
Como será seu plano de jogo?
"Meu estilo é Flamengo. Só você ver como a torcida quer que jogue o Flamengo, é como eu quero que jogue. Tudo preparado, tudo desenhado. Mas agora é colocar em prática. Porque uma coisa é eu pensar, como jogador. Consigo influenciar alguns dos meus companheiros dentro de campo. Mas como treinador eu não vou estar lá no campo. Não sei se vou conseguir convencer, como é no começo. Mas podem ter certeza que meu pensamento é esse".
Vai trabalhar com Tite em 2024?
"Eu realmente não sei. Vamos esperar passar para a gente sentar e conversar. Tite é um pai para mim também. Não tenho palavras para descrever o que esse cara já fez por mim".
Exigência
"Tenho uma ideia, um modelo, pensamento tão claro do jogo na minha cabeça, que eu quero ficar e continuar no campo. Vou ter que ser bom no que eu faço como treinador".
Referências na função
"Simeone transformou a minha vida. Ele me transformou em um campeão. Se ele foi capaz de fazer isso comigo, eu preciso fazer isso com alguém. Eu tive muitos treinadores que me ajudaram. Mas o que mais me marcou foi o Jorge Jesus. O Tite me reinventou no futebol, me botou para jogar por dentro e me deu mais oito anos de carreira. Dorival me deu um ano maravilhoso e outras coisas. Tenho um pouco de cada um. E tem o que não fazer também".
Exemplos ruins no Flamengo
"Meu caderninho com os treinos do Jorge Jesus tem também todos os treinos do Paulo Sousa, do Rogério, do Dome, do Dorival. E todas as coisas que não se deve fazer também".
Cultura da demissão de técnicos
"Eu pensava na Europa: 'Por que o Brasil troca tanto de técnico, por que os caras não mantêm?' Não dá. 80 jogos por ano. O juiz que te expulsa dois jogadores, todo mundo cai em cima do juiz. Ninguém elogia, só critica o juiz. Tem um programa para falar dos erros do juiz. Cansa. O Abel é um milagre por estar aqui há quatro anos. Temos que agradecer. Se o treinador está aqui há dois anos e está ganhando, fala: 'vou embora, porque isso vai cair'. Os treinadores mesmo pedem para sair muitas vezes. Tem que mudar muita coisa. Primeiro, para mudar, tem que vir de cima. CBF: 'Não queremos mais perda de tempo, então o juiz não vai dar mole para jogador que cai no chão'. Vem de cima. Ou então, a CBF obriga os clubes a terem melhores gramados. Aí os treinadores vão ver que está melhorando e vão querer ficar mais tempo. Chega no aeroporto, estão jogando pedra, pipoca. São poucos os que querem aguentar essa pressão. Tem muita coisa para mudar, antes de a gente achar que é o porque o clube está mandando embora o treinador".
MATÉRIAS RELACIONADAS:
MATÉRIAS RELACIONADAS:
Comentários