Corinthians é condenado pela Fifa e deve R$ 55 milhões por Garro e Félix Torres, mas recorre à CAS
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O Corinthians foi condenado pela Fifa em dois processos que somam mais de US$ 9,4 milhões (cerca de R$ 55 milhões), de acordo decisões tomadas em setembro e outubro do ano passado, mas que só foram publicados nesta segunda-feira no site oficial da entidade. As ações são referentes às contratações do meia Rodrigo Garro e do zagueiro Félix Torres junto ao Talleres, da Argentina, e ao Santos Laguna, do México, respectivamente, e os valores ainda estão sujeitos a juros.
O clube recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS), última instância em casos como este, e o caso pode se estender por até um ano. Enquanto não houver uma resolução, não pode ser punido com transfer ban. Procurado pela reportagem, o Corinthians informou que vai se manifestar por meio de nota oficial ainda nesta segunda-feira.
No caso de Garro, a decisão tomada pela Câmara do Estatuto do Jogador da Fifa conclui que o Corinthians tem de pagar ao Talleres a quantia de US$ 3.612.000 (R$ 21,1 milhões) acrescidos de juros, além de uma indenização de US$ 722,4 milhões (R$ 4,2 milhões) por “penalidade contratual”.
O valor de R$ 21,1 milhões é formado por duas cobranças do clube argentino, que entende ter direito a receber US$ 612 mil (R$ 3,5 milhões) referentes a custos operacionais e impostos da transferência de Garro ao clube brasileiro. Do outro lado, a diretoria corintiana afirma que não se comprometeu com essas despesas no contrato. Tal situação levou ao imbróglio que atrasou o registro do atleta no início de 2024.
Já os US$ 3 milhões (R$ 17,6 milhões) são referentes à antecipação de parcelas estabelecida em contrato em caso de atraso no pagamento. Quando contratou o meia argentino, por US$ 7 milhões, o Corinthians pagou US$ 4 milhões à vista, mas ficou devendo o restante.
Os juros determinados pela decisão da Fifa são de 18% anuais, a partir de 17 de janeiro de 2024 até a data do pagamento, sobre os US$ 3 milhões e de 18% anuais, a contar de 17 janeiro de 2024 até a data do pagamento, sobre os US$ 612 mil.
Já a divida cobrada pelo Santos Laguna, pela negociação de Félix Torres, é de US$ 6 milhões (R$ 35,2 milhões). O clube mexicano alega que recebeu apenas a primeira parcela da compra, no valor de US$ 2 milhões, de um total de US$ 6,5 milhões a serem pagos pelos corintianos.
A segunda parcela venceu em maio de 2024, e a diretoria do clube mexicano acionou a Fifa para cobrar todas as parcelas restantes. Além do montante de prestações, que totalizam US$ 4,5 milhões (R$ 26,4 milhões), a decisão prevê pagamento de US$ 675 mil (R$ 3,9 milhões) de multa pelo atraso e mais 18% de juros anuais, de maio de 2024 até a data do pagamento efetivo, que acrescentariam US$ 810 mil (R$ 4,7 milhões) ao total. Há também US$ 30 mil (R$ 176 mil) de multa à Fifa.
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