Copa do Brasil: por que os 'azarões' perderam espaço na competição?
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A Copa do Brasil, torneio que mais paga premiação aos clubes no País, começou nesta terça-feira. A primeira fase reúne 80 dos 92 times que disputam a competição e continua nesta semana e na próxima. Há 20 anos, o Santo André foi campeão contra o Flamengo. Em 2005, o Paulista, de Jundiaí, bateu o Fluminense para ficar com a taça. Desde então, o torneio teve apenas campeões da Série A do Campeonato Brasileiro. Mudanças de regulamento tornaram a disputa mais difícil para os times de menor tradição.
Apesar dos títulos mencionados terem ocorrido duas décadas atrás, a regra que inclui os clubes classificados à Copa Libertadores na Copa do Brasil passou a valer apenas a partir de 2013. Até então, os participantes da competição continental ficavam fora do torneio nacional. Depois da mudança, os representantes do País na disputa sul-americana, teoricamente mais fortes, ingressavam nas oitavas de final, enquanto as demais equipes já haviam jogado três fases prévias.
O intervalo entre 2005 (título do Paulista) e 2013 mostra que a disputa era menos desigual mesmo quando não havia títulos surpreendentes. Figueirense, Vitória e Coritiba (duas vezes) chegaram à final e ficaram com o vice-campeonato. O Ipatinga jogou a semifinal em 2006, e o Brasiliense, em 2007. Atlético-GO (2010), Avaí e Ceará (ambos em 2011) também chegaram a ficar entre os quatro melhores no período.
Pode-se debater o título do Sport, em 2008, como uma surpresa. A equipe pernambucana, contudo, eliminou Palmeiras, Internacional e Vasco no caminho até a final, quando enfrentou o Corinthians. Na época, o rubro-negro tinha um dos seus melhores times da década, com o goleiro Magrão, o zagueiro Durval e o atacante Carlinhos Bala. Do outro lado, o Corinthians, de Mano Menezes, tinha qualidade, mas vivia momento de reestruturação depois do rebaixamento para a Série B.
MAIOR PREMIAÇÃO
O campeão da edição de 2024 vai acumular R$ 95 milhões em premiações. O São Paulo, atual vencedor, recebeu R$ 88,7 milhões, cumulativos, até o fim do torneio de 2023. O Palmeiras, campeão brasileiro em 2023, faturou R$ 47,5 milhões com o título - 53% do prêmio conquistado pelo rival do MorumBis. O valor só supera com o acréscimo recebido por transmissões em pay-per-view, TVs aberta e fechada e por ser um dos times que mais tiveram jogos exibidos, somando R$ 106 milhões, ao todo.
Enquanto a regra de quem participa mudou só em 2013, em 2018 o torneio deu um salto comercial. Naquela edição, a premiação aumentou 900% (de R$ 5 milhões para R$ 50 milhões). O que garantiu a mudança foi uma série de alterações que datam desde 2013. A partir daquela edição, o torneio passou a durar todo o ano e não mais somente no primeiro semestre. A Globo aportou um valor maior do que vinha sendo negociado para transmitir os jogos em TV aberta e pelo canal SporTV.
Outro fator para esse aumento nos valores partiu da gestão da CBF. No Brasileirão, por exemplo, cada clube vende as propriedades comerciais dos seus jogos. Na Copa do Brasil, as empresas patrocinadoras estão presentes em todas as propriedades. Desde 2023, além dos canais Globo, o streaming Prime Video, da Amazon, também transmite a competição.
TÉCNICO DO PENTA É UM DOS PRINCIPAIS CAMPEÕES
O técnico com mais títulos da Copa do Brasil é Luiz Felipe Scolari, o Felipão, hoje no Atlético-MG. Ele venceu o torneio com Criciúma, em 1991; Grêmio, em 1994, e Palmeiras, duas vezes, em 1998 e 2012. Atrás dele, estão Mano Menezes e Dorival Júnior, atualmente no comando da seleção brasileira.
Dorival é o atual campeão, com o São Paulo. Ele também venceu em 2022, com o Flamengo, e em 2010, com o Santos de Neymar e Paulo Henrique Ganso. Mano foi campeão com o Corinthians, em 2019, e fez uma dobradinha com o Cruzeiro, em 2017 e 2018. Apenas duas vezes um clube venceu, no mesmo ano, Copa do Brasil e Brasileirão. Foi a dupla de Minas Gerais. O Cruzeiro foi o máximo campeão nacional em 2003. Já o Atlético-MG faturou os dois títulos em 2021.
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