Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians são indiciados no caso VaideBet
Em recente entrevista coletiva, o cartola havia afirmado que não renunciaria ao cargo mesmo se fosse indiciado
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O presidente do Corinthians, Augusto Melo, e três ex-integrantes de sua gestão foram indiciados nesta quinta-feira (22) pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro relacionados ao inquérito que apura irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet.
A informação foi divulgada inicialmente pelo site Gazetaesportiva.com e confirmada pela Folha de S.Paulo. A reportagem procurou o clube para comentar o assunto, mas ainda não teve retorno. O texto será atualizado assim que o dirigente se manifestar.
Em recente entrevista coletiva, o cartola havia afirmado que não renunciaria ao cargo mesmo se fosse indiciado. "Jamais. Não tenho nada a ver com isso. São sempre as mesmas negociações. Tudo o que eu faço, tem o jurídico e o compliance que me dão o suporte", disse o cartola.
O inquérito foi concluído nesta quinta-feira. Também foram indiciados o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura, o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano e Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, apontado no contrato entre clube e a casa de apostas como intermediador do acordo.
Os quatro aguardam agora manifestação do Ministério Público de São Paulo a partir do documento produzido pelas investigações do Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC) e da terceira delegacia, especializada no crime de lavagem de dinheiro.
A partir do inquérito concluído pelo delegado Thiago Fernando Correia, o Ministério Público pode oferecer a denúncia, que será analisada por um juiz.
Um relatório parcial da Polícia Civil de São Paulo aponta que uma empresa agenciadora de jogadores de futebol, que foi acusada de ter uma ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), recebeu mais de R$ 1 milhão a partir de pagamentos feitos pelo Corinthians.
Formalmente, a justificativa para os repasses de dinheiro foi a intermediação do contrato entre o clube de futebol e a casa de apostas esportivas online VaideBet.
Ao todo, R$ 1.074.150 chegaram até a conta bancária da empresa UJ Football Talent Intermediação. A empresa foi alvo da delação premiada do corretor de imóveis Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado em novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Segundo a delação, a UJ Football fazia lavagem de dinheiro do tráfico na aquisição dos atletas da elite do futebol brasileiro.
O dinheiro do Corinthians teria chegado até a empresa a partir de pagamentos do clube à empresa Rede Social Media Design. Ela pertence a Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que fez parte da equipe de comunicação do atual presidente do Corinthians, Augusto Melo, durante a campanha eleitoral na qual ele concorreu para o cargo.
A denúncia de que empresas laranjas teriam recebido dinheiro que veio do Corinthians motivou a rescisão do contrato da VaideBet com o clube, em junho do ano passado. O patrocínio da casa de apostas tinha sido o primeiro grande contrato firmado pela gestão de Augusto Melo.
Na próxima segunda-feira (26), a partir das 18h (de Brasília), o Conselho Deliberativo do Corinthians se reúne no Parque São Jorge para votar o impeachment de Augusto Melo. O pedido foi aberto no ano passado por irregularidades no contrato assinado com a VaideBet.
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