Escolas de samba vão produzir 20 mil máscaras para moradores
Acostumadas a levar alegria para a avenida, as escolas de samba estão unindo forças para ajudar no combate ao novo coronavírus no Estado. Algumas das agremiações iniciaram a produção de máscaras de tecido a serem distribuídas para a população. A meta das instituições junto com a Liga das Escolas de Samba do Espírito Santo (Lieses) é produzir cerca de 20 mil máscaras.
A Boa Vista, escola da cidade de Cariacica, iniciou a produção desses equipamentos na semana passada, segundo o presidente Ermerson Xumbrega. Inicialmente, a ideia era produzir cerca de seis mil máscaras, mas a agremiação quer ampliar essa produção e chegar a 10 mil.
A entrega das máscaras está prevista para segunda-feira (13). "Vamos colocar uma quantidade de máscaras em cada uma das 28 unidades de saúde de Cariacica. Elas são para os profissionais da saúde e também para a população que reside perto dessas unidades", afirmou Xumbrega.
Duas costureiras da escola estão se revezando nesse trabalho de confecção das máscaras, mas, segundo ele, se for preciso mais pessoas serão mobilizadas para ajudar na produção, que é feita com tecidos que sobraram do Carnaval, como algodão e tricoline, os mais indicados para fazer esses itens.
"Mesmo com as dificuldades que as escolas têm, se todo mundo fizer um pouquinho, vai dar certo", ressaltou ele.
Outra escola que já iniciou a produção desde a semana passada foi a Chega Mais. Situada entre os morros do Cabral e do Quadro, em Vitória, a agremiação começou a fazer as primeiras máscaras na quinta-feira (2).
A presidente da escola, Maria José Gegenheimer, a Zezé, informou que 500 máscaras já foram feitas e distribuídas para a população desses bairros. "Junto com a associação de moradores estamos tentando fazer essa ponte para ver se amenizar a dor do pessoal", disse.
Até mesmo para os vendedores de palmito, que estão trabalhando na região do Sambão do Povo, o grupo confeccionou máscaras, já que eles não conseguiram comprá-las.
Da mesma forma como na Boa Vista, Zezé informou que duas costureiras fazem as máscaras. Elas têm o reforço de mais uma pessoa que é responsável por cortar os tecidos.
Zezé destaca que outras escolas como a Andaraí e Mocidade da Praia também estão se mobilizando para ajudar em ações para amenizar os impactos do coronavírus na vida das pessoas.
"Acho que a importância disso tudo é que nós, como escolas, somos unidas, independente de se lá na avenida somos adversárias. Nessa hora, essa união faz força. Uma escola está dando tecido, a outra costurando e a outra dando elásticos. Todas estão se unindo nesse momento crítico que o mundo está vivendo", analisou ela.
O presidente da Lieses, Edson Neto, destacou que praticamente 100% das escolas estão mobilizadas nessa luta com algumas produzindo máscaras, como Boa Vista, Mocidade da Praia, Chega Mais e Jucutuaquara, e outras arredacando alimentos, como a Andaraí, Novo Império e Imperatriz do Forte.
"A liga vai entregar 500 metros de tecido para as outras escolas, que se colocaram a disposição para chegarmos a marca de 10 mil máscaras", afirmou ele.
Para ele, essa atitude das escolas vai além do Carnaval, porque as agremiações, em sua maioria tem suas raízes em comunidades carentes e estão vendo de perto a realidade dessas pessoas.
"As escolas estão unidas para combater a covid-19. Vamos dar nossa parcela de contribuição para nossa sociedade. Nunca foi só carnaval", enfatizou ele.
Vale lembrar que a máscara é para uso individual, ou seja, o mesmo equipamento não pode ser usado por mais de uma pessoa. Além disso, a recomendação é que ela seja sempre lavada e o ideal é que ela seja trocada e higienizada a cada duas horas.
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