“Não pode é envelhecer por dentro”, afirma atriz Dig Dutra
O passar do tempo não é um problema para Dig Dutra. Prestes a fazer 45 anos em dezembro, a atriz e comediante encara esse momento, como diria o eterno síndico Tim Maia, “numa relax, numa tranquila, numa boa!”
“Envelhecer por fora é inevitável, mas o que não pode é envelhecer por dentro”, ressalta, ao AT2, a artista que ficou conhecida pela personagem Abadia, aquela que rodava as tranças no humorístico “Zorra Total”.
Dig conta também que o bom humor é um aliado no dia a dia.
“Tenho um olhar muito divertido para a vida. Uma meninice que me acompanha e mantém minha alegria de viver. Vou ser uma velhinha bem maneira!”, brinca a curitibana.
E esse alto-astral, aliado a muito cuidado com o corpo, é item primordial para manter sua beleza.
“Nada como umas boas gargalhadas para deixar a gente leve, com ar jovem e saudável”, revela ela, que pode ser vista em quatro reprises na TV. Atualmente, está em “Zorra Total”, “Malhação - Viva a Diferença”, “A Força do Querer” e “Floribella”.
Apesar da “overdose”, ela gosta de rever esses trabalhos: “Isso me estimula a buscar novos desafios!”.
"Sou inquieta e apaixonada"
AT2 Não é todo mundo que larga uma vida estabilizada para ir atrás do seu sonho. Você deixou Curitiba para trabalhar com televisão no Rio. Qual foi o impulso para que tudo desse certo?
Dig Dutra Tenho como filosofia de vida acreditar nos sonhos. E isso sempre me leva além. Sou determinada e, quando quero uma coisa, corro muito atrás, me dedico, estudo e faço o meu melhor.
Saí de Curitiba muito certa do que queria. Coloquei uma mochila nas costas e vim para o Rio de Janeiro muito focada. Disciplina e dedicação são fundamentais quando se tem um objetivo.
Disse que, desde o início da sua vida artística, você colocava um tijolinho na sua história. Olhando hoje, para trás, que edificação é essa?
Sim, costumo dizer que, durante a minha carreira, fui subindo degrau por degrau. Nada aconteceu da noite para o dia, nem pulei etapas. Mas não acho isso ruim. Vivenciei muitas experiências que só ajudaram a me tornar a atriz que sou hoje.
Dou valor a cada degrau e a cada tijolinho. Hoje moro num castelo feliz, com vista para um horizonte de possibilidades. E lá vou eu atrás de cada uma delas!
Durante o período que trabalhou no programa “Zorra Total”, você teve a oportunidade de estar lado a lado de comediantes experientes. Qual deles mais te marcou? O que levou dessa experiência?
Eu adoro composição de personagens e o humor me deu essa possibilidade de brincar com os tipos, vozes e trejeitos. Adoro caracterização e maquiagem.
Então, imagine o tamanho da minha admiração pelo mestre Chico Anysio. Na época do “Zorra Total”, fui convidada por ele para participar da sua peça chamada “Chico e seus Amigos”. Que honra! Inesquecível!
No próprio programa, contracenei e convivi com grandes nomes do humor brasileiro. Sempre foi uma aula observá-los em cena e ouvir suas histórias nos bastidores. Um ídolo que levo no coração pelo talento, pela doçura e pela generosidade é o Pedro Bismarck, o querido Nerso da Capitinga.
Depois de Kátia, em “Malhação - Viva a Diferença”, você tem planos de dar vida a uma vilã novamente?
Não vejo a hora de fazer uma grande vilã! Daquelas personagens bem elaboradas, bem construídas, que, ao mesmo tempo que são odiadas, são amadas. Porque todo vilão tem seu lado bom e é muito gostoso estudar e descobrir essas nuances.
O que de mais importante a idade trouxe para você?
Aprendi a me cobrar menos. Sempre fui muito exigente comigo, chegava a ser cruel. Hoje sou bem mais leve e consigo aceitar, sem sofrimento, quando alguma coisa não dá certo. Estou mais segura sobre os planos que Deus faz para a gente. Tem coisa que não é para acontecer.
Disse que se rever na televisão a estimula a buscar novos desafios. Que novidades vêm aí?
Sou inquieta e apaixonada pelo meu trabalho. Dois fatores que, juntos, nos levam para frente! Estou sempre fazendo planos e desenvolvendo projetos. E faço isso com o maior prazer.
Podem esperar sempre o melhor de mim. Seja na TV, no teatro ou nas artes plásticas. O trabalho me move e estarei sempre em ação.
Pode falar um pouco sobre a peça infantil que acabou de escrever?
A peça se chama “A Árvore da Amizade”. Fala sobre inclusão e retrata a aceitação das diferenças de uma forma muito leve e bonita. Como deveria ser. É um olhar amoroso para o outro e para a capacidade que temos de nos completar, para, juntos, sermos inteiros. É uma história tão necessária que, além de levá-la aos palcos, estou transformando em livro, com ilustrações minhas.
E o monólogo que tem direção do George Sada?
Eu amo trabalhar com o George. Além de ser um diretor extremamente criativo, é um grande estudioso. Estamos nos dedicando a uma minuciosa pesquisa dramatúrgica. Tem sido um processo muito enriquecedor e instigante para a elaboração de um texto inédito. Não vejo a hora de levantarmos as cenas.
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