Mergulho de Tameirão em “Águas de Mim”
Com baterias gravadas por Bruno Kalic e flautas por Marcelo Porto, “Águas de Mim” é o carro-chefe de “Sal”, álbum de estreia de Ícaro
Escute essa reportagem
Até se encontrar na nova MPB, Ícaro Tameirão, 35, passou por bandas covers de rock e chegou a tocar músicas indianas e espiritualistas. A primeira amostra desse encontro musical acaba de ficar disponível nas plataformas digitais e leva o nome de “Águas de Mim”.
“Essa música inicia a fase onde finalmente me descubro em termos musicais. Já toquei de tudo um pouco, porém nunca me senti em casa, como me sinto agora”, revela, ao AT2.
Foi após uma caminhada na época da pandemia que lhe veio à cabeça a primeira frase da canção, já com a melodia. “Ela trata sobre os sentimentos e como lidamos com eles. Mesmo sendo bem pessoal, a letra carrega uma mensagem que vale a pena ser compartilhada”.
Com baterias gravadas por Bruno Kalic e flautas por Marcelo Porto, “Águas de Mim” é o carro-chefe de “Sal”, álbum de estreia do mineiro, que cresceu na Grande Vitória. O disco, inteiramente escrito e produzido pelo artista, sai em outubro.
Tameirão lembra ainda que foi conhecendo a fundo as discografias de João Gilberto e Tom Jobim que ele amadureceu sua escrita. Daí em diante, caiu na MPB de Caetano e Gil e, depois, na nova MPB de Silva, Rubel e Cícero.
“Nunca me imaginei em carreira solo e autoral. Mas não consegui ignorar a vontade dentro de mim e a pilha de composições que acumulava. Para fazer esse disco acontecer, bastou eu me encontrar musicalmente, a ponto de acreditar de fato na minha música e no que tenho a dizer”.
AT2: O que te inspirou a escrever “Águas de Mim”?
Ícaro Tameirão: Com o passar do tempo, comecei a enxergar as coisas com mais leveza e menos cobrança no âmbito pessoal. O título se deu devido à canção tratar sobre os sentimentos e como lidamos com eles.
O que pode adiantar pra gente sobre os lançamentos do álbum “Sal”?
A recém-lançada “Águas de Mim” vai ganhar videoclipe, que sai na semana seguinte. Logo depois, tem mais dois singles e um clipe que saem em setembro. Em outubro, vem o disco inteiro.
O álbum terá 12 faixas inéditas, sendo três instrumentais, todas autorais e produzidas por mim.
As músicas conversam entre si, mesmo tendo de samba a funk. Pois o tema central se mantem fiel à canção, o violão e a voz.
E, meio que contra a maré, se trata de um álbum mais conceitual do que uma coletânea de singles, já que sempre foi um sonho meu poder ter um disco cheio.
Por que “Sal”?
O nome se deve ao processo que o álbum levou para existir, pois o sal está na lágrima (canções sinceras), no suor (do trabalho que deu para fazer) e no mar (o destino emocional).
Minha meta era fazer um disco para se ouvir na praia ou numa viagem relaxante, pois, quando fiz boa parte dessas canções, estávamos em pandemia, e o desejo de viagem e praia se tornava latente em mim, o que refletiu nas composições.
Qual o motivo de lançar algo autoral apenas agora?
Sempre toquei em pequenas bandas covers de rock e grupos holísticos, desde a adolescência, porém nunca me imaginei em carreira solo e autoral. Mas não consegui ignorar a vontade dentro de mim e a pilha de composições que acumulava.
Com isso, juntei todas as energias e aqui estou, iniciando algo que pretendo fazer por toda vida.
Pode me falar mais sobre a jornada musical anterior ao álbum “Sal”?
Sou músico desde jovem, toquei em várias bandas covers de rock, no estilo banda de garagem. Depois dessa fase, toquei muito tempo músicas indianas e espiritualistas, até que me encontrei na nova MPB, através, é claro, da bossa e da MPB tradicional.
Hoje, vejo que foi algo que sempre esteve dentro de mim, essa vontade efervescente de criar e tocar música, fazer arte, por isso tanta sinceridade nas canções desse disco.
Comentários