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Música

Do reggae ao tango em “Iririu”, novo trabalho de André Prando

Confira a entrevista do cantor capixaba ao AT2, do jornal A Tribuna


Imagem ilustrativa da imagem Do reggae ao tango em “Iririu”, novo trabalho de André Prando
André Prando está lançando seu 3º álbum de estúdio |  Foto: Divulgação/Melina Furlan

Uma introdução com trombetas estrondosas precedem a definição de “Iririu”, faixa de abertura e que dá nome ao 3º álbum de estúdio de André Prando. “Um cumprimento, um salve inebriante, um grato axé”, explica ele, nos versos do single.

“Apesar de ser alegre e descontraída, é uma palavra que representa uma identidade de uma galera. Quis afirmar aqui uma homenagem e um orgulho de um termo de origem capixaba. A partir dessa afirmação de identidade, o disco segue destrinchando cuidadosamente o meu íntimo, aproximando minha música de quem eu sou como pessoa”, afirma, ao AT2.

É por isso que o projeto carrega ritmos que revelam as diferentes referências de Prando. Enquanto a faixa-título é um reggae, o atual single “Zum Zum Zum”, gravado com a potiguar Juliana Linhares, mistura rock e forró.

“Tem reggae, baião, bossa, tango, blues, congo, balada, dub e rock, tudo de forma bem conectada”, salienta.

Com 11 faixas, o trabalho produzindo por Prando e Rodolfo Simor traz apenas uma releitura: “Nuvem Passageira” (1976), de Hermes Aquino. É uma parceria com Chico Chico, filho de Cássia Eller.

“A faixa que a antecede é 'Patuá' e, quando comecei a tocar e experimentá-la, criei o costume de citar 'Nuvem Passageira' no final. Elas têm mensagens em comum e a harmonia conversa bem”.

Aliás, “Patuá” é um tango e foi escrita com o mineiro Luizga. “Essa canção fala sobre a estrada e a vida quase que nômade, cigana e aventureira do artista cantautor”.

Com arranjos e coro de arrepiar, “Dharma” se destaca entre as faixas finais. “Além da banda base, ela traz quarteto de cordas, cítara, shruti box e um coro formado por artistas da cena de Vitória, amigos e minha mãe… é forte e afetivo”.

ENTREVISTA

A Tribuna - Podemos dizer que é o álbum mais despretensioso da sua carreira a começar pelo título dele?

Sinto que esse disco tem uma produção e uma intenção ousada e bem elaborada de uma afirmação de identidade e expressão corajosa de sentimentos e aprendizados íntimos, traduzidos com mensagens claras e de grande potencial de subjetividade para ressignificados. “Iririu”, apesar de uma palavra alegre, descontraída e curiosa, representa uma identidade de uma galera. Quis afirmar aqui uma homenagem e um orgulho de uma palavra de origem capixaba. Muitos anos antes de eu ter contato com a palavra, muitas pessoas já usavam e se identificavam com esse cumprimento.

Eu, que passei a usar bastante também, inclusive em minhas circulações, achei interessante contar essa história, como uma lenda, citando personagens importantes na história da palavra e da cultura “Iririu”, como o Geléia. A música “Iririu” soa divertida, mas traz referências de um universo rico, tentando explicar algo novo, apresenta um cenário imagético. Uma das referências nessa intenção foi Jorge Ben cantando sobre Hermes Trismegisto e a Táboa de Esmeralda, de forma didática, misteriosa e convidativa. A partir dessa afirmação de identidade, o disco segue destrinchando cuidadosamente o meu íntimo, aproximando minha música de quem sou eu como pessoa.

“Nuvem Passageira” é a única música do álbum que não foi escrita por você. É uma releitura de Hermes Aquino.

Meus trabalhos costumam ser 90% autorais. Costumo regravar canções de compositores amigos ou que admiro, que são referências pra mim e me tocam de alguma forma especial. Apesar de não ter vivido na época do sucesso desse clássico de Hermes Aquino, sempre foi uma música que me tocou, acho a letra bem profunda.

A faixa que antecede ela no álbum é “Patuá” e, quando comecei a tocar e experimentar ela, criei o costume de citar “Nuvem passageira” no final. Elas têm mensagens em comum e a harmonia conversa bem. Então, ao começar a pré-produção do disco, tive a ideia de realmente gravá-la. Por isso, inclusive, elas estão conectadas no disco também, seguindo o roteiro conceitual de ligação entre as faixas.

Por que regravá-la com Chico Chico?

Chico Chico é um querido amigo e eu já queria convidá-lo para gravarmos algo juntos. Temos muito em comum artisticamente, em referências também, e as vozes combinam. Quando convidei ele pra participar do álbum, ele topou de primeira. Sinto que conseguimos fazer algo em total sintonia! As pessoas sentem quando a participação é feita com sinceridade e real conexão.

Em “Zum Zum Zum” mistura rock e forró e no single “Iririu” apostou no reggae. O álbum esconde outras boas surpresas? O que traz mais de novidade em relação aos projetos anteriores?

“Iririu” é um álbum bem diversificado, a instrumentação vai além do formato “banda base”. Aqui os arranjos (assinados por mim e Rodolfo Simor) contam com quinteto de cordas, sopros, cítara, shruti box, violões de nylon e aço, piano de calda e elétrico, sintetizadores, acordeon, mellotron, muita percussão, entre outros instrumentos.

Tem reggae, baião, bossa, tango, blues, congo, balada, dub, rock, tudo de forma bem conectada. Não tem forçação de barra, porque, de fato, tive a intenção de mostrar como eu sou como artista e pessoa. Eu gosto de consumir diferentes referências. No meu cotidiano eu vou ao samba, forró, rock, reggae, teatro, dança, eletrônico… então, pensei, “por que minha música não demonstra isso que eu sou?” A intenção aqui, esteticamente e ideologicamente, foi aproximar minha música de quem eu sou como pessoa. Consequentemente, tornar o público mais íntimo também.

“Patuá” é um tango. É resultado das viagens que fez pela América do Sul?

Não exatamente, mas tem tudo a ver. É importante lembrar que essa é uma composição feita em parceria com o amigo cantautor LUIZGA (ex-integrante e fundador dos grupos Rosa Neon e Graveola), então há um pouco do universo dos dois. Essa é uma música que fala sobre a estrada, sobre a vida quase que nômade, cigana e aventureira do artista cantautor. Isso é algo que eu e LUIZGA temos em comum: viajar o mundo com nossa música, com o violão nas costas, conhecendo diferentes culturas, aprendendo e vivendo as conexões. Isso move a gente, nos emociona e o público também. Então, naturalmente, minha turnê pela Argentina e Uruguai também passam por esse radar de experiências, mas a música já tinha sido escrita antes.

Os arranjos sinfônicos de “Dharma” são de arrepiar. Foi a música que teve mais pessoas trabalhando com você?

Sim! “Dharma” é uma música de destaque no disco e na minha vida. O arranjo, além da banda base, conta com quarteto de cordas, cítara, shruti box, um coro enorme formado por outros artistas da cena de Vitória, amizades, minha mãe… é um coro forte e afetivo. Assim como o conceito hindú por trás de dharma, o arranjo também tem doses de elementos da música oriental, tendo George Harrison como uma referência. Tem muita gente envolvida e o final apoteótico me arrepia toda vez.

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