X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Letras

Ex-auxiliar de Bento XVI lança livro com acusações ao Papa Francisco

Obra expõe os bastidores e segredos do Vaticano, em especial da última década


Ouvir

Escute essa reportagem

O alemão Georg Gänswein, ex-secretário do papa emérito Bento XVI, morto no dia 31 de dezembro de 2022, lançou nesta quinta-feira (12) um livro em que expõe bastidores do Vaticano - em especial da última década.

Chamado "Nient'altro che la verità. La mia vita al fianco di Benedetto XVI" ("Nada além da verdade. Minha vida com Bento XVI", em tradução livre), o livro traz revelações sobre a relação entre Bento XVI e o papa Francisco, a quem o autor tece críticas.

Imagem ilustrativa da imagem Ex-auxiliar de Bento XVI lança livro com acusações ao Papa Francisco
Papa Francisco é considerado progressista pela Igreja Católica |  Foto: Alessandra Tarantino/AP/Agência Estado

Segundo Gänswein, Francisco, considerado pela Igreja Católica progressista, não gostava das intervenções de Bento XVI, que era conservador, e agiu de forma a isolar o papa emérito.

Depois de sua renúncia em 2013, a primeira de um pontífice desde a Idade Média, Bento XVI prometeu viver "afastado do mundo", mas interveio algumas vezes em questões polêmicas, como quando se pronunciou a favor da manutenção do celibato dos padres, em 2020, indo contra Francisco.

Leia mais:

Papa fala em 'polarização exacerbada' como sinal de enfraquecimento democrático

Morte de Bento XVI: o que acontece quando morre um papa emérito?

Gänswein, que foi secretário particular de Bento XVI desde 2003, antes mesmo de sua eleição como papa, era prefeito da Casa Pontifícia da Santa Sé na época da polêmica. Ele afirma que, depois desse episódio, Francisco o privou das funções executivas do seu cargo, embora tenha mantido o título, e o fez um pedido: "A partir de hoje, fique em casa. Acompanhe Bento que precisa de você e aja como um escudo".

Quando Gänswein contou a Bento XVI o que havia acontecido, ele respondeu: "aparentemente, o Papa Francisco não confia mais em mim e fez de você meu vigia". Por terem uma relação próxima e de confiança, o papa emérito fazia confissões ao então secretário, segundo ele.

O Vaticano não reagiu oficialmente às críticas ao papa argentino - amplamente divulgadas na imprensa internacional -, mas, na última segunda-feira (9), o ex-secretário foi convocado para uma audiência a portas fechadas com Francisco. O conteúdo da conversa não foi divulgado, mas, segundo fontes, o pontífice estaria desapontado e pediu discrição a Gänswein.

Na véspera do lançamento do livro, Francisco advertiu no Angelus (uma oração recitada pelo pontífice em recordação ao Mistério perene da Encarnação três vezes ao dia da janela do Palácio Apostólico), que "a fofoca é uma arma letal que mata. Mata o amor, a sociedade e a fraternidade", mensagem interpretada como uma suposta reação à publicação de Gänswein.


Divergências e atritos

Gänswein conta que, em diversas ocasiões, Bento XVI e Francisco divergiram por causa de suas correntes ideológicas. Ele utiliza o termo italiano "tifoserie", como torcedores de futebol, para se referir aos conservadores e progressistas.

Segundo o ex-secretário, o papa argentino "partiu o coração" de seu antecessor ao reverter sua decisão sobre o uso do latim nas missas, por exemplo.

Fica nítido no livro, também, que o autor tem questões pessoais com o atual papa. Ele diz que sempre teve uma relação "fria" com Francisco, que "teria inveja" da sua relação de confidencialidade com Bento XVI.

Entre muitas outras coisas, Gänswein censura Francisco por ter feito com que ele

Imagem ilustrativa da imagem Ex-auxiliar de Bento XVI lança livro com acusações ao Papa Francisco
Bento XVI renunciou em 2013 |  Foto: Arquivo/AT

perdesse o seu prestígio como prefeito da Casa Pontifícia, um dos cargos mais importantes da Cúria, desde que o encarregou de cuidar de Bento XVI em seu retiro no mosteiro vaticano de Mater Ecclesiae. Atualmente, ele ainda ocupa o cargo, mas segue afastado de suas funções.

Após a morte de Bento XVI no último dia de 2022 aos 95 anos, há dúvidas sobre o futuro do ex-secretário. Principalmente após a publicação, é muito improvável que ele volte a exercer plenamente o cargo de prefeito da Casa Pontifícia, indicam fontes do Vaticano.

Algumas pessoas dizem que o pontífice argentino poderia nomear Gänswein como embaixador, com o objetivo de afastá-lo da Santa Sé e de suas intrigas. Outras possíveis opções são deixar o Vaticano para lecionar em uma universidade católica no exterior ou retornar à sua Alemanha natal.

O ex-secretário já deixou o mosteiro de Mater Ecclesiae nesta quinta-feira, 12. Segundo a mídia católica alemã, no dia do enterro de Bento XVI, Gänswein recebeu uma carta assinada pelo próprio papa Francisco informando-o de que deveria deixar o mosteiro até 1º de fevereiro. (Com agências internacionais).

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: