Suely Franco: 'Trabalhar é me divertir. Quando falta isso é a morte'
Em entrevista ao AT2, atriz de 84 anos fala sobre a importância de se sentir ativa e a surpresa de interpretar a vedete Virgínia Lane no teatro
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Fôlego e disposição não faltam para a atriz Suely Franco. Aos 84 anos, ela continua pleníssima nos palcos e não pensa em se aposentar tão cedo. O combustível que a move é o amor pela profissão.
“Quando a gente faz o que gosta, a gente não trabalha nunca, então é isso que acontece. Para mim, trabalhar é me divertir. Quando falta isso é a morte, a gente fica caída, pra baixo”, contou a veterana em entrevista ao AT2, em meio a muitos risos e gargalhadas.
E quem acompanha o trabalho de Suely não pode deixar de assistir ao espetáculo “A Vedete do Brasil – Um Mu sical Brasileiro”, em cartaz no próximo sábado e no domingo, no Teatro Universitário da Ufes, em Vitória.
No palco, Suely interpreta ninguém menos que Virgínia Lane, artista que começou a carreira como cantora na adolescência nos anos 1930, atuou no Cassino da Urca, trabalhou e foi amiga de personalidades como Carmen Miranda, Oscarito e Grande Otelo.
Quando recebeu o convite para viver a vedete, Suely conta que levou um susto. “Eu, com essa idade, fazer Virgínia Lane, que coisa!”, comentou. No musical, ela vive Virgínia no final de sua vida. É véspera de Natal e a artista prepara a ceia para sua filha, Marta, e o amigo Alex.
Enquanto relembra episódios como a sua relação com o presidente Getúlio Vargas, o sucesso na TV, no cinema e no teatro de revista, o preconceito sofrido e todo o glamour das plumas e paetês, a eterna vedete se reencontra com ela mesma na juventude, interpretada por Bela Quadros, e acerta as contas com a filha, vivida por Flávia Monteiro. Para fãs e para quem quer conhecer a história de Virgínia Lane!
Suely Franco atriz: “Maravilhosaaaa, queridaaaa, forte”
AT2: Qual a principal sensação em interpretar Virgínia Lane?
Suely Franco: É uma sensação muito terrível, porque ela era uma mulher maravilhosa, incrível. Eu levei um susto quando me convidaram. Eu, com essa idade, fazer Virgínia Lane, que coisa! É uma honra participar disso.
Como foi a preparação para o musical?
Nós tivemos muitas conversas com a filha adotiva da Virgínia, que nos contava como ela falava, como agia, como ela andava; e também com um grande amigo dela, o Alex, que foi o visagista dela por anos.
Qual a parte mais difícil de “ser” Virgínia no palco?
A parte em que ela canta, dança e tem uma energia enorme. E a gente tem colocar isso para o público! (Risos)
Tem algo parecido com ela?
Eu tenho essa energia! (Gargalhada) E, a alegria que ela tinha no palco, isso eu também tenho. Quando a gente ama o que a gente faz é tudo alegria.
Se Virgínia estivesse viva e a senhora pudesse encontrá-la, o que diria a ela?
Maravilhosaaaa, queridaaaa, forte, absoluta! (Gritando)
Qual parte da vida dela mais te emociona?
A parte que ela enfrenta todas as situações com uma força, apesar de estar sofrendo muito. Ela enfrenta tudo com muita energia.
A senhora está com 84 anos, a idade pesa na hora de partir em temporada de espetáculos pelo Brasil?
Claro que a gente sente, né? Mas é aquilo que eu já falei antes: é a alegria com que a gente faz. A gente enfrenta tudo com muita alegria e tudo se torna maravilhoso.
Olhando sua trajetória, se arrepende de algum trabalho? Existe algum papel que ainda planeja interpretar?
Qualquer trabalho que a gente faça, a gente aprende. Mesmo que não dê resultado, a gente aprende com esse mau resultado, para não repetir esse erro. Tudo é um aprendizado, e, qualquer papel que apareça, eu gosto de representar.
Eu gosto de fazer teatro, cinema, rádio, televisão. Eu gosto de dublar! Essa é minha vida! Mas o teatro é o melhor de tudo, a gente sente a energia do público na hora. Essa reação do público, para nós, é a coisa mais forte que existe.
Qual foi o trabalho que mais te deu orgulho?
A gente fica muito satisfeita quando as pessoas gostam do espetáculo. Todos os sucessos que eu já tive na vida, que foram muitos, fazem parte de uma coisa gloriosa.
O que acha dos atores da nova geração? Alguém que gostaria de destacar?
Tenho trabalhado demais, não tem dado tempo de ver televisão, as novelas, de ir ao teatro. Mas, por exemplo, da nova geração que está trabalhando comigo, é a Bela Quadros, que está fazendo a Virgínia mais nova. Ela é uma revelação.
Acompanha as novas tecnologias?
Eu uso o celular apenas como telefone. Eu não sei fazer nada do que tem naquele celular. Meu filho é quem me ajuda. Então, só sei atender e telefonar. O resto, eu não sei mais nada! (Risos)
Se pudesse voltar no tempo, para que fase de sua vida voltaria?
Para todas! (Gargalhadas) São todas muito alegres, maravilhosas, e quero que continue assim até o fim! (Risos)
Quais os planos para o futuro?
Continuar trabalhando, morrer no palco! (Gargalhadas)
Serviço
“A Vedete do Brasil – Um Musical Brasileiro”
O quê: Musical sobre Virgínia Lane com Suely Franco, Flávia Monteiro e Bela Quadros.
Quando: Sábado (18) às 20h e domingo (19) às 17h.
Onde: Teatro Universitário da Ufes. Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.
Ingressos: Plateia a R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia). Mezanino a R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).
Vendas: www.sympla.com.br e na bilheteria do teatro, de terça a sexta, das 14h às 19h.
Clas.: 12 anos
Realização: WB Produções
Inf.: (27) 2142-5350 ou wbproducoes.com
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