Nick Cruz, capixaba ex-participante de reality, volta a trabalhar como pedreiro
O serrano, natural de Jacaraípe, contou que, apesar de ter vivido "a melhor experiência como artista", não recebeu o retorno que esperava
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O capixaba Nick Cruz, de 26 anos, artista com músicas publicadas e ex-participante do reality show "Estrelas da Casa", transmitido pela TV Globo em agosto de 2024, voltou à trabalhar com construção civil, área em que atuava antes do programa.
O serrano, que é homem trans e natural de Jacaraípe, contou à equipe do TribunaOnline que, apesar de ter vivido "a melhor experiência como artista", não recebeu o retorno que esperava da indústria musical.
"Não fui chamado para shows, parcerias, colaborações, ou publicidades. Eu esperava que o programa fosse me trazer essa ponte. Lógico que ganhamos visibilidade, mas o reconhecimento do público não me rendeu tantas oportunidades", lamentou.
Nick disse, também, que está passando por um momento turbulento como artista, mas que não vê problema em voltar a trabalhar com construção civil.
"Em certos momentos pode ser muito frustrante, mas a música é um sonho, e o meu trabalho é um dos principais pilares para viabilizar esse sonho. Já trabalhei em diversas áreas, nunca tive problema com isso, tenho orgulho de ter resiliência", destacou.
Com o dinheiro que conseguiu reunir das premiações que ganhou no reality, Nick se mudou, junto do sócio da empreiteira de construção predial que trabalha, para o Rio de Janeiro. Segundo ele, a intenção é estar mais próximo do "networking musical".
A primeira temporada do reality durou 50 dias, mas teve uma baixa audiência. Mesmo assim, a Globo decidiu renovar a atração para uma segunda temporada este ano. Ana Clara segue como apresentadora do reality musical.
"Ainda penso em investir na carreira musical", diz o artista
Nick conta que iniciou a carreira aos 18 anos, cantando e tocando violão em bares da Serra. Em 2019, assinou contrato com a Warner Music Group (WMG), parceria que durou cerca de dois anos.
O cantor reforçou que ainda tem o sonho de investir na carreira musical, mesmo enfrentando dificuldades como artista independente.
"É um sonho que tenho. É uma luta, que é mais difícil para quem é independente. Eu lancei alguns covers no meu perfil no Instagram, mas não consegui movimentar uma grande produção, ou um estúdio para gravar, porque isso é caro no mundo da música", relatou.
O músico falou ainda sobre como é ser um artista trans no meio musical. Nick afirma que luta para ser enxergado como artista, e para se desvincular de um estereótipo.
"No mês do orgulho LGBTQIAPN+ surgem várias oportunidades, mas e no resto do ano? Quando falo que sou trans, só querem saber disso, e eu trabalho para as pessoas enxergarem o meu talento, a minha música em primeiro lugar. Eu já toquei três vezes na Parada LGBT de São Paulo, mas nunca fui chamado para tocar no Parada LGBT de Vitória, ou da Serra", pontuou.
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