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Famosos

Dennis Carvalho diz que ficou entre a vida e a morte

"Tenho plena consciência de que ganhei uma segunda chance", disse Dennis Carvalho


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Imagem ilustrativa da imagem Dennis Carvalho diz que ficou entre a vida e a morte
O ator, diretor e dublador Dennis Carvalho |  Foto: Alex Carvalho/TV Globo

O ator e diretor Dennis Carvalho, 75, deu entrevista a Veja e falou sobre sua internação no final do ano passado, após sofrer septicemia, uma infecção generalizada, que o deixou em estado grave. Acompanhe abaixo trechos do depoimento dado à revista. 

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Internação

"Em 26 de dezembro, após semanas de um forte cansaço que nunca passava, resolvi procurar um hospital. A última memória que eu tenho é de ter ido dirigindo até lá. A partir desse ponto, deu-se um apagão e não me recordo de mais nada. Acordei depois de um mês, no quarto daquele hospital, cercado por meus três filhos e minha ex-­mulher e melhor amiga Deborah Evelyn".

Custei a acreditar no que ouvia: tinha ficado em estado gravíssimo e permanecido dias seguidos no delicado equilíbrio entre a vida e a morte. Só estou aqui hoje porque, além de contar com a competência de bons médicos, acho que não era minha hora mesmo. Tenho plena consciência de que ganhei uma segunda chance.

Longa lista de problemas de saúde

"O que achava ser fadiga e estresse acumulados era uma pneumonia extensa, que levou a uma septicemia (infecção generalizada). Precisei ser intubado e ficar em coma induzido. Para piorar, soube que tive ainda uma embolia pulmonar. Foi barra-pesada, e não parou por aí. Após a primeira alta, passei por mais duas internações para controlar novos princípios de pneumonia e instalar um marca-­passo, devido a uma arritmia cardíaca"

Demissão da Globo

"Esse furacão todo aconteceu numa época em que ainda estava sob o impacto da saída da Globo. Não chegou a ser surpresa. Toda hora a gente vê notícias de talentos sendo dispensados, e sabia que podia chegar em mim. A questão foi quem e como me comunicaram que eu não era mais útil".

O Ricardo Waddington (então diretor dos Estúdios Globo), que foi meu assistente e aprendeu muito comigo, me chamou na sala e disse: "Nós não vamos renovar seu contrato, querido. Preferimos te chamar por obra certa, tá bom?". O que me restava responder? "Tá bom", falei, e saí. 

Dennis considera a nova política da emissora "precipitada e injusta"

"Eles deveriam encontrar um meio-termo, no lugar de perder tanta gente boa. Também não considero correto alguém passar três anos sem trabalhar, como acontecia com alguns contratados. Mas, no meu caso, sempre produzi - dirigi mais de quarenta programas, dos quais 28 novelas, entre as quais Dancin' Days, Vale Tudo e O Dono do Mundo. Bate um vazio, claro. Sinto saudade das pessoas, do convívio nos estúdios. É inevitável guardar uma certa mágoa. Acho que merecia um pouco mais de respeito".

Apesar da mágoa, ele voltaria a trabalhar no canal

"Caso seja chamado pela emissora para dirigir uma obra, aceitarei se o projeto me interessar, não só porque é a Globo. Já estou negociando com um canal de streaming a série Classe Média, que deve ter Marcos Caruso e Vera Holtz no elenco, e vou voltar a ensaiar o musical Elis, no qual estreei na direção de teatro e que retorna aos palcos neste ano".

Diretor quer se dedicar à recuperação

"Perdi massa muscular e, por enquanto, só consigo andar em casa. Tenho saído a bordo de uma cadeira motorizada e feito fisioterapia duas vezes por dia. Estou tentando manter uma alimentação mais saudável e, assim como o cigarro, cortei o álcool. Nunca gostei de ficar bêbado, mas tomava todos os dias para relaxar, antes de dormir, uma dose de vodca com Coca-Cola. Sempre gostei de me reinventar e tenho muito gás, muita lenha para queimar. Quero morrer trabalhando".

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