“A doença me ensinou como a beleza é passageira”, diz Isabel Fillardis
A atriz, cantora e compositora Isabel Fillardis, que encena peça neste domingo em Vitória, fala ao AT2 sobre fase de dor e transformação
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Aos 50 anos, Isabel Fillardis está plena: com um corpo de dar inveja, trabalhando bastante e, o principal, com a saúde em dia! Mas até um tempo atrás, nem tudo era um mar de rosas na vida dessa atriz, cantora e compositora, que teve seu nome revelado na primeira versão de “Renascer”, de 1993, como Ritinha.
Isso por conta da descoberta de uma rara doença de pele, chamada líquen plano, caracterizada por manchas e feridas, às vezes dolorosas. Isabel, que ficou livre do problema em 2022, contou que ainda hoje precisa de acompanhamento médico, mas que o pior já passou.
“Hoje eu consigo viver. Não me atrapalha mais. No ato da descoberta, foi impactante, foi um período de muita dor, que me ensinou o quão frágil nós somos e como a beleza é passageira”, contou ao AT2.
A doença mexeu profundamente com a atriz. “Isso faz com que a gente tenha mais humildade, empatia, generosidade, colabora com nossa transformação”. Passado o sufoco, Isabel agora está seguindo a vida com leveza e equilíbrio.
E quem quiser conferir o talento dessa veterana, que já soma 30 anos de carreira, pode dar uma passadinha neste domingo (03), às 17h, no Teatro da Ufes, onde ela encena, ao lado de Emiliano d´Avila e Vitória Strada, a peça “Abismo de Rosas: Uma Comédia Policial”.
Além disso, a atriz esteve nos capítulos finais da novela “Fuzuê”, interpretando uma juíza.
ENTREVISTA | Isabel Fillardis, atriz e cantora: “Foram mais acertos do que erros”
AT2 - “Abismo de Rosas” é mais uma comédia ou uma peça policial?
Isabel Fillardis - É uma comédia policial. Com bastante riso, segredos e discussões sociais, de uma forma relativamente leve.
O que te atraiu no texto?
O dinamismo, a discussão social, por exemplo, de uma personagem que eu faço, que é uma mulher à beira de seus 50 anos que se descobriu bissexual. A discussão sobre as relações, relacionamentos tóxicos que a gente ainda hoje vive na sociedade. Esse texto não é de agora, mas é como se fosse, então, isso me atrai.
Como avalia sua carreira até aqui? Foram mais acertos do que erros?
Até aqui são 30 anos de carreira, 50 anos de vida. Alguma novelas, filmes, peças, enfim, eu posso avaliar com um olhar muito grato e de expansão. Considerando que a gente possa viver 100 anos, estou na metade do caminho, posso dizer que a minha primeira metade foi enriquecedora, onde estabeleci meu nome como atriz, artista, cantora, apresentadora.
Eu venho me experimentando e abrindo novas frentes artísticas, e isso me estimula a fazer mais. Foram muito mais acertos do que erros, se é que posso considerar erro nessa trajetória.
Se pudesse voltar no tempo, que conselho daria para a Isabel jovem?
O que diria é: ‘olha, você, menina, foi escolhida para representar um povo e tá tudo bem, tudo bem que você não tenha compreendido isso desde o início e compreendeu no meio do caminho. Tá tudo certo’.
E como se vê no futuro?
(Cantando) “Eu vejo a vida melhor no futuro”. (Risos) Eu vejo tanta coisa boa, tantas estradas novas que eu vou percorrer, personagens que irei fazer. Me vejo conhecendo lugares, me vejo feliz. (Risos) Quero interpretar novos papéis, eu quero ser uma protagonista, uma antagonista, ter personagens desafiadores.
Sente saudades daquela época da novela “Renascer”?
Sim, eu sinto saudade de “Renascer”, sinto saudade daquela época, daquele momento. Foi a minha primeira grande escola dentro da dramaturgia, onde eu pude estar ao lado de Chica Xavier, Grande Otelo, Antonio Fagundes, Osmar Prado, tantos colegas que puderam, através de sua arte, me inspirar, me dar munição e acolhida, por ser o meu primeiro trabalho enquanto atriz.
A Ritinha tem um lugar especial na minha vida e no meu coração. Sou muito grata a ela.
Se fosse chamada para algum papel nessa nova versão da trama, aceitaria? Qual gostaria de interpretar?
Claro! Quem sabe, né? Vamos ver. Que personagem seria? Não faço a menor ideia, de repente a Marianinha, a irmã de Maria Santa, que volta pra lá.
Você está com 50 anos. Sente o “peso” da idade? O que a maturidade te trouxe?
Eu não sinto peso da idade, essa palavra não entra no meu vocabulário aos 50 anos. Eu sinto uma virada de chave, eu me sinto mais segura para fazer novas escolhas, mais serena em determinados assuntos. Claro que tem os desafios nessa nova estrada que vou percorrer, isso causa expectativa.
Tem segredo para manter toda essa beleza aos 50?
(Risos) Se tenho, estou expondo ultimamente nas minhas redes sociais. Atividade física quase que diariamente, um equilíbrio alimentar. Tem o lado espiritual, porque a gente é mente, corpo e espírito, então, eu cuido dessa tríade para me manter bonita e saudável.
Serviço
- O quê: Comédia policial com Emiliano d´Avila, Isabel Fillardis e Vitória Strada.
- Quando: Hoje, 17h.
- Onde: Teatro Universitário da Ufes. Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.
- Ingressos: R$ 100 (inteira) na Plateia A e B e R$ 39 (inteira) no Mezanino.
- Vendas: sympla.com.br.
- Produção local: WB Produções.
- Classificação: 14 anos.
- Informações: (27) 2142-5350 ou wbproducoes.com.
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