História do "trapalhão" Mussum estreia nesta quinta nos cinemas
Filme mostra todas as fases do humorista, como a carreira militar, a paixão pelo futebol e o sucesso com Os Originais do Samba
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Conhecido popularmente e eternizado por todo o Brasil pelo apelido de Mussum, o ex-trapalhão Antônio Carlos Bernardes Gomes tem sua história revelada em filme que estreia hoje nos cinemas de todo o Brasil.
“Mussum, o filmis”, cujo título brinca com o português cheio de “is” do homenageado, uma sugestão do saudoso Chico Anysio, narra sua trajetória de vida desde a infância pobre até os bastidores de Os Trapalhões. No humorístico, brilhou ao lado de Renato Aragão, Dedé Santana e Zacarias.
Contudo, outras fases do artista também são destacadas na produção que promete emocionar e divertir o público: a carreira militar, a paixão pelo futebol, a relação com a Mangueira e o sucesso com Os Originais do Samba. O artista carioca morreu em 1994, vítima de complicações ocorridas após um transplante de coração.
Quem dá vida ao protagonista é o paulista Ailton Graça (“Carandiru”, “Travessia”). “É uma responsabilidade gigante, porque o Mussum era carregado de estereótipos que perpetuavam também um pouco do que é um Brasil que carrega essa herança maldita da escravidão”, disse o ator, no programa “Papo de Segunda”.
Premiado com seis Kikitos no Festival de Gramado, o filme tem como base o livro “Mussum - Uma história de Humor e Samba”, de Juliano Barreto, e traz personagens reais que estiveram presentes na trajetória do ex-trapalhão.
Entre as personalidades estão Grande Otelo (Nando Cunha), Alcione (Clarice Paixão), Jorge Ben (Ícaro Silva), Cartola (Flávio Bauraqui) e Chico Anysio (Vanderlei Bernardino).
“Mussum viveu em um dos períodos mais ricos da música e da televisão brasileira. Onde olhávamos sempre tinha alguém famoso e importante para nossa história – musical e até política – com quem Mussum cruzou. O bar em que ele se apresentou com Os Originais do Samba, acompanhado da Elza Soares, por exemplo, era frequentado pelo presidente João Goulart”, afirmou o roteirista Paulo Cursino.
O longa, dirigido por Silvio Guindane, também revive o famoso grupo que alegrou as tardes da televisão brasileira, “Os Trapalhões”. Antes de se tornar Mussum, “Carlinhos”, como era chamado, é interpretado pelo ator mirim Thawan Lucas Bandeira (infância) e o influenciador digital Yuri Marçal (jovem). Classificação: 12 anos.
Leonardo Sanchez, Folhapress
“Mussum, O Filmis” poderia ser só mais uma biografia na avalanche do gênero que invade o cinema nacional e também o estrangeiro. O longa começa na infância humilde do humorista e vai mostrando sua ascensão, reproduzindo trechos icônicos de sua obra enquanto demonstra cautela para preservar seu legado.
Mas há uma fuga da fórmula devido a um detalhe que reverbera ao longo de suas duas horas. É a mãe de Mussum e sua relação com o filho, e não exatamente a fama e as controvérsias, que dão liga à narrativa. É com a morte dela e sem spoilers aqui – já que os dois estão mortos há anos – que o longa encerra, não com a dele.
Na abertura, também, ela está lá. De mãos dadas com um pequeno Antônio Carlos Bernardes Gomes, chega à casa burguesa onde trabalha como faxineira só para ouvir do patrão que não quer o menino ali, por mais comportado que ele seja.
Malvina percebe que o caminho para seu herdeiro não será fácil, tanto pela condição social quanto pela cor de sua pele, e verbaliza o que será o fio-condutor do filme: “Burro preto tem um monte, mas preto burro não dá”.
Parece haver certa preocupação em distanciar Antônio, um sujeito sagaz, estudioso e multitalentoso, de Mussum, que fez fama na “Escolinha do Professor Raimundo” e com os Trapalhões como um personagem abobalhado, beberrão e que fala errado, adicionado um cômico “is” no fim das palavras.
“Ele sempre teve o humor dentro dele, e uma hora isso transbordou até virar um personagem. Mas nós queríamos humanizar o Mussum, tirar ele dos estereótipos para que chegasse ao público a história de uma pessoa, de alguém que tem uma relação fabulosa com a mãe, por exemplo. E, claro, de alguém que trouxe alegria para milhões de brasileiros”, diz o diretor Silvio Guindane.
Turbinado pelos prêmios em Gramado e a atenção conquistada em outros festivais, “Mussum, O Filmis” é ventilado por muitos da indústria como uma possibilidade de salvação para o cinema nacional, que, no pós-pandemia, não viu o público retornar às salas para prestigiá-lo com a mesma rapidez com que voltou aos filmes hollywoodianos.
As apostas também estão no carisma de Ailton Graça, que vive o protagonista. Ele usou seu treinamento em circo, dança e música para regravar esquetes famosas da televisão nas cenas em que interpreta Mussum, o personagem.
Mas não é só à comédia que o longa se prende. São várias as facetas exploradas, de sua passagem pela Aeronáutica à carreira musical, que muitos não se lembram, mas veio antes e foi igualmente bem-sucedida.
MAIS ESTREIAS
“Taylor Swift: The Eras Tour”
Com quase 3 horas de duração, o longa traz a magnitude da turnê da loirinha, que chega ao Brasil para shows este mês. “A 'Eras Tour' foi a experiência elétrica mais significativa da minha vida”, disse Taylor. A direção é de Sam Wrench, que já trabalhou com Billie Eilish e BTS.
“Não Abra!”
Produzido por Raymond Mansfield e Sean McKittrick, dupla que desempenhou a mesma função no aclamado “Corra!” (2017), o filme de terror é centrado em uma adolescente que precisará enfrentar ser maligno.
“Dinheiro Fácil”
Comédia baseada na história real de um grupo de investidores do site Reddit que causaram um grande caos em Wall Street após apostarem nas ações da GameStop (empresa de eletrônicos de gaming).
No elenco, os atores Paul Dano, Pete Davidson e Vincent D’Onofrio. A direção é de Craig Gillespie, que tem no currículo o filme “Eu, Tonya” (2017).
“Nefarious”
Considerado por padres católicos como o melhor filme já produzido sobre possessão diabólica, o longa retrata o diálogo entre um prisioneiro serial killer que alega estar possuído e um psiquiatra que precisa decidir pela sua execução ou não.
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