Governo Lula retoma apoio a cursinhos populares com bolsa de R$ 200 a estudantes
Foram selecionadas 130 entidades de todas as regiões do país
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Para aumentar o ingresso de estudantes vulneráveis no ensino superior público do país, o governo Lula (PT) retomou neste ano o programa Diversidade na Universidade, que vai dar apoio financeiro para cursinho populares.
Foram selecionadas 130 entidades de todas as regiões do país. Eles vão receber R$ 163 mil para cada turma (que poderá ter até 40 alunos), além de materiais didáticos gratuitos para a preparação dos alunos e formação dos professores.
Desse valor, os cursinhos terão que destinar ao menos R$ 200 mensais por aluno, como uma bolsa de permanência. Os estudantes podem receber o auxílio por seis meses (de julho a dezembro), e a equipe pedagógica, por sete meses (a partir de junho).
O programa tem como público-alvo os jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. As bolsas são destinadas a estudantes de escolas públicas, com renda familiar per capita de até um salário mínimo (R$ 1.518, em 2025) e, também, indígenas, pessoas com deficiência, negras ou quilombolas.
O programa Diversidade na Universidade foi criado em 2002, mas desde 2007 não foi feito nenhum repasse de apoio aos cursinhos populares. Em março deste ano, o presidente Lula editou um novo decreto regulamento regras específicas e retomou a iniciativa.
"Nosso objetivo é reconhecer a importância e excelência do que os cursinhos populares fazem historicamente, mesmo sem apoio do poder público. Esses cursinhos receberam apoio formal por muito pouco tempo e, mesmo assim, continuaram ajudando pessoas a acessar o ensino superior", diz Zara Figueiredo, secretária da Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão), órgão do MEC responsável pelo programa.
Para este ano, o governo federal reservou R$ 24,8 milhões do orçamento para financiar o programa. Zara disse que há uma possibilidade de ampliar o financiamento e atingir mais instituições que ofertam o modelo, já que ao todo receberam 401 inscrições de cursinhos habilitados.
"Esses cursinhos cumprem um papel importante que é o de dar possibilidade para jovens vulneráveis, historicamente excluídos do ensino superior, de conseguir uma vaga no curso sonhado. O ministro Camilo Santana está tentando espaço orçamentário para que a gente possa atingir os 401 cursinhos habilitados ainda este ano, o que seria três vezes mais o que estamos apoiando agora", disse Zara.
Segundo ela, o ministério pretende ainda criar uma Escola Nacional de Cursinho Populares, já que o programa recebeu muitas solicitações de pessoas que têm iniciativas nesse sentido, mas que não atendiam aos critérios exigidos.
"Essa escola nacional vai oferecer apoio técnico para ajudar quem quer construir cursinhos populares. Tem muitas iniciativas que não possuem, por exemplo, CNPJ. Nossa ideia é dar assistência técnica para que eles possam se preparar e concorrer nos editais dos próximos anos. E dar também apoio pedagógico, ajudar a montar as melhores estratégias de ensino, evitar evasão", conta a secretária.
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