“Estudava todo dia”, diz 1º lugar em Medicina na Ufes
Gabriel Murad Mazzini, de 18 anos, teve ótimo desempenho em diversas disciplinas, com destaque para Matemática e Redação
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Foi com as notificações de várias mensagens no celular que Gabriel Murad Mazzini, de 18 anos, acordou ontem. A busca de amigos e parentes pelo estudante tinha um motivo: comemorar a aprovação dele no curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Para sua surpresa, ele ficou em 1º lugar no curso em seu primeiro ano tentando uma vaga pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que teve os resultados divulgados ontem.
Filho dos jornalistas Angèle Murad, de 57 anos, e Fabiano Mazzini, de 59, Gabriel afirmou que o bom desempenho “foi resultado de uma rotina de estudos diários e de revisão de conteúdos nos últimos anos”, disse o aluno do Colégio Marista.
“Estudava todo dia que chegava da escola. No último ano, procurei focar mais nas disciplinas que tinha mais dificuldade, que eram Física e Química”, relatou.
A estratégia deu certo, mas foi em Matemática a sua maior pontuação. O destaque também ficou com a Redação, em que ele tirou 980, bem próximo à nota máxima.
O resultado do Sisu 2025, que seleciona os estudantes aprovados para as universidades e os institutos federais de todo o País, foi divulgado com um dia de atraso e em planilhas de Excel, diferentemente do que foi feito em anos anteriores.
A divulgação estava prevista para o último domingo. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a mudança na data ocorreu devido a problemas técnicos.
O candidato que não foi selecionado na chamada regular em nenhum dos dois cursos escolhidos poderá manifestar interesse em participar da lista de espera de apenas um curso até o dia 31 deste mês, também no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.
A lista de espera poderá ser utilizada pelas instituições durante todo o ano para preenchimento das vagas eventualmente não ocupadas. Ao todo, foram 261.799 vagas para 6.851 cursos de graduação em 124 instituições públicas de ensino superior de todas as regiões do País.
Na Ufes, foram ofertadas 4.997 vagas para os dois semestres letivos. Dessas, 2.538 serão destinadas à reserva de vagas e 2.459, à ampla concorrência.
Gabriel Murad: “Foquei nas matérias que eu tinha mais dificuldade”
A Tribuna – Já esperava ficar em 1º lugar?
Gabriel Murad Mazzini – Não. Ainda estou surpreso com isso. Quando acordei tinham muitas mensagens no meu celular falando sobre o resultado.
E Medicina sempre foi um curso que quis?
Na verdade, tive algumas dúvidas ao longo deste ano. Meus pais me apoiaram muito, deixando que eu decidisse o que achava melhor para mim. No final, Medicina acabou falando mais alto e é um curso difícil de passar.
E qual você acha que foi o segredo para esse resultado?
Acho que foi manter uma rotina de estudos durante boa parte da vida. Eu sempre procurei revisar a matéria quando chegava da escola. Nesse último ano de estudos, eu comecei a estudar onde via que havia demanda. Por exemplo, eu precisava melhorar em Física e Química, então eu foquei no que tinha mais dificuldade. Além disso, fiz um curso de Redação, pois queria melhorar minha nota. Deu certo.
Outros casos
Novos planos
Primeiro lugar em Física na Ufes, o estudante Rafael Leite Villar, de 18 anos, tem outros planos: fazer vestibular no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Ele conta que é a primeira vez que fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para valer, sendo as outras duas como treineiro. No ITA, ele quer tentar uma vaga para cursar engenharia aeroespacial.
“Apesar de ter passado na Ufes, estou me dedicando para passar no ITA. Além de ser uma instituição que me encanta, a prova me motiva a ser melhor.”
Já pensa até no doutorado
O estudante Gabriel Volpato, de 18 anos, foi o 1º lugar no curso de Matemática da Ufes. A pontuação dele para passar também estava entre as mais altas entre os concorrentes em geral.
A realização já vem acompanhada da expectativa de depois seguir na área, fazendo mestrado e doutorado.
“Não estava esperando essa colocação, porque no último ano estava focado nos estudos para a Olimpíada Internacional de Geografia (na Irlanda). Acabei estudando para o Enem na última semana mesmo”.
Mesmo assim, ele destaca que o resultado é fruto da dedicação ao longo dos anos. “Sempre gostei de me desafiar e participar de Olimpíadas em diferentes áreas. Isso acabava me levando a estudar mais e me esforçar. Por isso não tive que me esforçar tanto com foco no Enem”.
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