Escolas adotam cartões pré-pagos nas cantinas para "driblar" falta de celular
Algumas unidades estão organizando espaços de interação e até a volta de brincadeiras antigas nos recreios
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A proibição dos aparelhos eletrônicos, como celulares e tablets, trouxe para as escolas novos desafios e demandas. Algumas unidades mudaram até as formas de pagamento, com cartões pré-pagos e novas tecnologias nas cantinas.
Outras estão organizando espaços de interação e até a volta de brincadeiras antigas nos recreios.
No Colégio Batista Brasil, em Vila Velha, o diretor Almir Pacheco Scheidegger explicou que estão sendo instalados painéis na cantina para o pagamento com cartão pré-pago, como demonstraram Larissa Aparecida Sandra, Dandara Moura e Thays Amorim à reportagem.
“Além disso, a cantina criou uma central de atendimento via telefone ou WhatsApp para que os responsáveis que preferirem façam o pagamento por Pix”.
O diretor geral do UP Centro Educacional, Fábio Portela, também contou que muitos alunos costumavam utilizar o celular como instrumento de pagamento na cantina da escola.
“Diante da nova realidade, pedimos que os responsáveis fiquem atentos e enviem o recurso financeiro para uso do aluno de alguma outra forma, como por exemplo, em espécie, cartão de débito, cartão de crédito ou pré-pago”.
Sem os aparelhos em mãos na hora do recreio, outras escolas também têm pensado em formas de retomar a interação dos estudantes nos intervalos.
A secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, salientou que a legislação federal surgiu da dificuldade dos relacionamentos interpessoais entre as crianças.
“Após a pandemia, percebemos as crianças muito conectadas, muito expostas à tecnologia. Essa legislação, então, tem o objetivo de cuidar um pouco da saúde mental e física das nossas crianças. Temos observado apontamentos como a redução do número de fraturas e de joelho ralado na infância, mas também o aumento de obesidade e de diabetes”.
Ela destacou que o município se reuniu com diretores de escolas de forma a traçar diretrizes para cumprir a nova lei.
“Com a ausência do celular, a gente precisa criar alternativas para os estudantes. Então, estamos orientando os diretores que criem cantinhos na escola para interação, com bancos e espaços coletivos, aproveitando os espaços da escola para a interação”.
Além disso, a secretária destacou que as escolas da rede têm jogos de tabuleiro para a hora do recreio, assim como vão estimular brincadeiras antigas, como de elástico e pula cordas. “Do 1º ao 5º ano, sabemos que é mais tranquilo. Já do 6º ao 9º ano, já há uma maior resistência a ficar sem celular”.
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