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Economia

Trocar de dívida pode ser a saída para quem não consegue pagar as contas

Outra dica é tentar achar meios de aumentar a própria renda, afirma especialista


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Imagem ilustrativa da imagem Trocar de dívida pode ser a saída para quem não consegue pagar as contas
Arilda Teixeira deu dicas a quem está endividado, entre elas verificar os custos da nova instituição financeira |  Foto: Antonio Moreira

Além de ser um direito garantido a todos que estão endividados, buscar uma outra instituição financeira que ofereça melhores condições de pagamento pode ser uma das saídas para conseguir quitar uma dívida, consideram especialistas.

A educadora financeira Herica Gomes destaca que esses consumidores devem estar atentos não só ao tempo de pagamento da dívida, mas ao juros que é oferecido.

“Vale a pena fazer a portabilidade da dívida para outra instituição financeira quando esta oferecer juros menores. O objetivo sempre será reduzir os juros”, relata.

Ela afirma que é preciso ponderar antes de realizar a portabilidade. Segundo ela, esta atenção é essencial para que o consumidor não caia em nenhuma armadilha e que nem precise fazer novas dívidas.

A educadora financeira orienta ao consumidor devedor que tenha certeza se os juros serão menores ou não. “Em caso de aumentar o número de parcelas dessa dívida, se realmente você terá condições de arcar até o final. Não adianta renegociar e continuar sem condições de pagar.” 

Além de observar o juros que é oferecido por cada instituição, Herica recomenda priorizar as dívidas que ofereçam maior risco ao endividado. “Buscar pagar as dívidas que comprometam algum bem (que talvez te faça perder uma casa, um carro, por exemplo)”

Outra dica da especialista foi tentar achar meios de aumentar a própria renda. “Não significa pedir aumento. Pode ser fazer algo extra, descobrir se há alguma habilidade que pode ser colocada em prática e cobrar por isso”, explica.

A educadora financeira contou que muitas pessoas conseguem se livrar de dívidas realizando bicos, como fazendo doces, levando cães para passear ou  cuidando de idosos, por exemplo.

Quanto a trocar de dívida, a professora de Economia da Fucape, Arilda Teixeira faz uma ressalva. 

“Tem que saber qual é a taxa deve ser paga nessa outra instituição. Muitas reduzem a taxa de juros, mas aumentam as alíquotas de outros serviços relacionados”.

Uma alternativa cogitada em situações extremas pode ser a venda de algum bem pessoal. “Para dizer quando e/ou quanto, é necessário saber quais bens seriam vendidos. Não se paga uma dívida contraindo outra. A venda do bem, requererá a compra de outro para substitui-lo.”

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Boleto |  Foto: Beto Moraes

Vilões do endividamento

Especialistas em Direito do Consumidor destacam que em termos de endividamentos os dois campeões são as financeiras e os cartões de crédito.

Segundo a Serasa, os bancos e cartões de crédito correspondem a 28% das dívidas de quem está inadimplente. No Estado, este número é de 25%.

Para o advogado do consumidor Bruno da Luz as financeiras são as grandes vilãs. Segundo ele, os maiores alvos delas são os idosos.

“Sem dúvida alguma as financeiras [são campeãs entre os endividamentos], eu diria que em  70% dos endividamentos, os  responsáveis  são as financeiras. Muitos idosos são assediados e muitos  acabam contraindo empréstimos que sequer sabem e nem queriam”.

A diretora do Procon Andréa Munhós orienta que  recomenda aos consumidores a preferirem evitar o cartão, isso porque os juros do rotativo são arriscados.

“Cair no juros rotativo no cartão pode virar uma bola de neve difícil de se administrar. E se for usar ele, é importante ter esse planejamento. As vezes o juros cresce numa velocidade que a pessoa não consegue acompanhar”

Inflação dos alimentos piora endividamento de mais pobres

A alta nos preços dos alimentos, que atingiu o país nos últimos meses, segue pressionando o orçamento das famílias. E os lares mais pobres são os mais impactados pelo encarecimento dos alimentos.

Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, em um ano, os itens alimentícios subiram 13,43%. Isso ocorreu após eles já terem ficado 13,94% mais caros no ano passado.

O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES) Claudeci Pereira Neto destaca que a inadimplência provocada por este cenário, além de prejudicar a qualidade de vida, também afeta o psicológico das famílias.

“É todo um conjunto que faz com que as famílias de menor renda sofram com o processo inflacionário e com um ambiente de incertezas, de economia que não cresce”, relata.

O economista também destaca que a situação é acompanhada pelas condições salariais, que não acompanham o aumento dos preços.

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