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Tribuna Agro

De restaurante fundado há 30 anos para fábrica de embutidos e frigorífico

Em Vargem Alta, a Capital Capixaba da Culinária Suína, família Mosquini ousou e virou referência na carne, em torresmo e linguiças


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Imagem ilustrativa da imagem De restaurante fundado há 30 anos para fábrica de embutidos e frigorífico
Alexandre e Lucas mostram torresmos e linguiças produzidas e comercializadas pelas empresas da família |  Foto: Clóvis Rangel/ AT

Reconhecida oficialmente como a Capital Capixaba da Culinária Suína, Vargem Alta é a cidade onde a família Mosquini transformou a tradição de criar porcos em negócio lucrativo.

O sucesso do restaurante especializado em receitas à base de carne suína, fundado há 30 anos às margens da ES-164, impulsionou a criação de fábrica de embutidos e até de um frigorífico, onde são abatidos 5 mil suínos por ano.

O engenheiro de alimentos Alexandre Mosquini, 32 anos, explicou que grande parte da carne produzida é utilizada na fabricação de linguiças, torresmos, defumados e cortes nobres, comercializados pelas empresas da família.

“Nosso empreendimento, que hoje reúne seis empresas registradas, inclui também açougue, supermercado e uma granja de suínos, empregando cerca de 100 colaboradores. Nosso objetivo é expandir ainda mais devido à alta demanda pelos nossos produtos.”

Segundo Alexandre, o início do negócio familiar remonta ao asfaltamento da Rodovia Cachoeiro–Vargem Alta, que facilitou o acesso ao restaurante.

“Tudo começou com meu pai, Elias, e meu tio, José. Naquela época, tio José fabricava linguiça e chouriço para uma clientela fiel. Com a rodovia asfaltada, eles enxergaram a chance de abrir as portas do Mosquini e criar um ponto de referência para os produtos”.

Irmão de Alexandre, Lucas Mosquini revelou que a ideia foi inicialmente vista com ceticismo. “Muitos nos taxaram de loucos. Diziam que o negócio não daria certo e que meu pai e meu tio estavam desperdiçando dinheiro. Hoje, sabemos que tomaram a decisão certa.”

O título de Capital Capixaba da Culinária Suína foi dado a Vargem Alta em outubro, por meio de projeto de lei do deputado estadual Wellington Callegari, com apoio da Associação Comercial e Empresarial de Vargem Alta (ACE) e da Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases).

Presidente do Conselho Deliberativo da Ases, Marco Mosquini enfatizou a relevância da cidade no cenário estadual: “A culinária suína é uma tradição muito forte em Vargem Alta. Para se ter uma ideia, o município representa 11% de toda a produção suína do Estado”.

Saiba mais

No País e no Estado

Em 2023, a suinocultura brasileira registrou um aumento de 1,3% no abate de suínos, alcançando o recorde de 57,17 milhões de cabeças.

No Estado, o peso total das carcaças também teve crescimento, de 5.959 toneladas no primeiro trimestre de 2023 para 7.564 toneladas no mesmo período de 2024, alta de 26,94%.

Em nível nacional, as exportações de carne suína atingiram recorde em 2023, especialmente para a China e outros asiáticos.

Consumo

No Espírito Santo, o consumo interno de carne suína se manteve estável, acompanhando a alta competitividade com outras proteínas, como frango e carne bovina.

A produção capixaba investe cada vez mais em boas práticas de bem-estar animal e sustentabilidade.

Fonte: Embrapa

Exportações batem recorde

De janeiro a novembro de 2024, as divisas geradas com as exportações do agronegócio no Estado somaram quase US$ 3,3 bilhões — ou R$ 20,7 bi, na cotação atual.

O valor obtido em 11 meses superou todo o valor gerado com o comércio exterior do agro capixaba desde o início da série histórica para os anos completos. O resultado representa um crescimento de 71,1% em relação ao mesmo período de 2023 (US$ 1,9 bilhão).

O crescimento foi consideravelmente superior em relação aos dados nacionais, nos quais o índice do Brasil decresceu 0,28% no valor e de 1,3% em volume.

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