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Economia

Preço do cacau é o maior em 45 anos e atrai produtores

Estado produz 12 mil toneladas por ano e tem amêndoas entre as melhores do planeta


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Imagem ilustrativa da imagem Preço do cacau é o maior em 45 anos e atrai produtores
José Edmilson é gerente de uma fazenda que produz cacau na Serra |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

A saca de 60 quilos da amêndoa seca do cacau está custando R$ 1.250, mais caro que o café arábica. O preço do produto vem batendo recorde no mercado mundial porque a procura está maior que a expectativa de oferta.

No Espírito Santo, a melhora do preço aumentou o interesse dos produtos em relação à cultura. Eles estão investindo mais na cultura , aumentando plantações e contratando profissionais para ajudar, segundo o extensionista do Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Lucas Calazans.

José Edmilson Silva Gonçalves, 51, é gerente de uma fazenda que produz cacau, na Serra, e vende para empresas em Linhares. A fazenda é uma das que aumentaram a plantação do cacau. Atualmente tem 30 mil pés da fruta, sendo que em torno de 15 mil estão produzindo e o restante ainda não chegou nesta fase. “Vendemos a R$ 1.300 a saca”, comemorou.

As plantações do oeste da África são responsáveis pela oferta de 70% do cacau mundial. E efeitos climáticos tem grande influencia impactando a produção. A estimativa da Organização Internacional do Cacau é de um déficit global 116 mil toneladas na temporada 2022/23.

O chocolateiro e fundador da Espírito Cacau, Paulo Roberto Gonçalves, lembrou que o preço do cacau acompanha o mercado internacional, como o café, a pimenta-do-reino.

O Estado produz 12 mil toneladas por ano. Já pensando no preço do produto para o ano que vem e na produção no Estado, ele destacou que ainda é uma icógnita.

“Vai depender muito das chuvas no final do ano. Estamos passando por um período de seca e mesmo com irrigação não conseguimos ter uma boa produção porque o clima está seco, quente e ventando bastante”, disse.

Amêndoa de Linhares entre as melhores do planeta

Se no passado se pensava que o cacau brasileiro não dava um bom chocolate, hoje as amêndoas produzidas no País se destacam em concursos internacionais. No Estado, Linhares já teve amêndoas premiadas entre as melhores do mundo no Salão do Chocolate de Paris.

O cacau de Linhares está na lista dos 36 produtos tipicamente brasileiros com reconhecimento de sua indicação geográfica. O selo atesta a origem do produto com características únicas da região. Esse reconhecimento aumenta o valor do produto entre 20 e 50% de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

“Essa conquista é resultado do esforço dos cacauicultores, e Linhares tem focado desde 2017 no fomento e resgate de uma cultura que faz parte da história da cidade”, frisou o prefeito Bruno Marianeli.

A prefeitura informou que distribuiu 110 mil mudas de cacau, um investimento de mais de R$ 500 mil em três editais via Programa Municipal de Revitalização da Cultura. Mais 56 mil mudas serão distribuídas a partir de março do ano que vem. Para incentivar, no município também é realizado um Concurso de Qualidade de Amêndoas de Cacau Capixaba.

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