Petrobras e indústrias limitam home office
Estatal anunciou que a partir de abril todos vão ter de fazer pelo menos três dias no presencial. Vale e Suzano tomam medidas semelhantes
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Grandes empresas como Petrobras e Vale estão ampliando o trabalho presencial e consequentemente reduzindo o home office. A pandemia de covid-19 popularizou o teletrabalho, modelo que vem sendo substituído pelo sistema híbrido — em que se trabalha alguns dias em casa e outros na empresa — ou totalmente presencial.
A Petrobras anunciou que, a partir de abril, todos os funcionários terão de passar dos atuais dois para três dias de trabalho presencial. Os gerentes já estão nesta escala desde setembro passado.
Em novembro, a Vale definiu a volta de empregados que estavam em home office para o escritório. A empresa confirmou que alterou seu atual modelo de trabalho híbrido, passando de “acesso eventual ou frequente” para presença de, no mínimo, três vezes por semana.
Outras empresas estão no mesmo movimento. Na Suzano, o trabalho é híbrido, ou de acordo com definição das respectivas áreas.
No Grupo Águia Branca, o conceito de home office, que se tornou uma realidade necessária na pandemia, trouxe uma flexibilidade para algumas funções específicas.
“Mas, como defendemos que o modelo presencial é uma forma de manter a cultura da empresa, optamos pelo home office apenas em casos pontuais”, disse a empresa.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado (ABIH-ES), Fernando Otávio Campos, destacou que esse retorno ao trabalho presencial é uma tendência por alguns fatores.
“No mundo, existe a preocupação de redução da produtividade e segurança cibernética. Já no Brasil, soma-se as exigências de segurança do trabalho e agora de garantir que o trabalhador tenha saúde mental”, explicou.
No entanto, o principal fator para as grandes empresas é garantir o cumprimento das obrigações de cuidar da saúde do trabalhador em problemas como ergonomia, mas principalmente na saúde mental, destacou o empresário.
José Carlos Bergamin, vice-presidente da Fecomércio-ES assinalou que é preciso equilibrar trabalho presencial e remoto para atender às diferentes demandas das empresas e dos trabalhadores. “A interação presencial é fundamental para fortalecer relacionamentos e garantir que valores e objetivos da empresa sejam compartilhados”.
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