ES: oportunidades e desafios
Artigo publicado na coluna Tribuna Livre, na versão impressa do jornal A Tribuna
Escute essa reportagem
O período de 2023 a 2027 se apresenta promissor para o Espírito Santo. O processo de diversificação econômica deve ser acelerado com a chegada de investimentos, decorrentes da segurança jurídica e localização estratégica do Estado, criando negócios e empregos de qualidade.
Destaca-se a verticalização da ArcelorMittal Tubarão, com a implantação do LTF (Laminador de Tiras Frio) e as linhas de Galvanização e Pintura, que vão propiciar a vinda de empresas das indústrias automobilísticas – dinamizando o parque iniciado com a fábrica de ônibus da Volare – e da linha branca (fabricantes de geladeiras, fogão, entre outros).
Já a Simec deverá implantar seu novo laminador de produtos longos para construção civil.
A Vale deve colocar em operação as duas unidades de produção de HBI (Hot Bricket Iron), chamado briquete verde, produzido usando gás natural, que deve mudar o processo de produção de aço, podendo se expandir para várias regiões do Estado e do País.
A Samarco deve voltar com as suas unidades de pelotização. E a Petrobras colocará em operação sua nova plataforma FPSO Maria Quitéria, retomando a produção de petróleo no Estado aos níveis alcançados em passado recente.
O petróleo onshore (em terra), com desestatização dos campos no Norte do Estado, deve elevar a produção em terra, passando dos cerca de 5 mil bpd (barris por dia) atuais para 20 mil em 2027, numa expectativa de criar mais de 5 mil empregos.
O cluster para beneficiamento de café e as diversas unidades de fabricação de utensílios domésticos devem ser ampliados.
A agroindústria capixaba seguirá em expansão, com produção de frangos, ovos, lácteos, entre outros.
A fabricação de estruturas metálicas e componentes de aço ou alumínio será aumentada. O setor de mármore e granito, referência mundial, segue em constante processo de modernização e ampliação.
Na infraestrutura, estão em andamento diversos projetos, como os portos da Imetame, Central, a Estrada de Ferro EF-118 e a modernização da Codesa, recentemente privatizada,
Em contrapartida, os desafios são muitos. A falta de mão de obra qualificada é sentida e reclamada por todos.
As entidades empresariais, em parceria com o governo do Estado, têm realizado um trabalho para melhoria nos ensinos fundamental e médio, com os resultados sendo percebidos pela sociedade. Hoje existe, no mínimo, uma escola em tempo integral em cada município.
Mas há um vácuo. Profissionais adultos e desempregados sem qualificação não atendem à demanda da indústria, seja na fabricação ou prestação de serviços.
O Senai, em parceria com as indústrias, tem feito um trabalho de capacitação dessa mão de obra, ainda tímido. Precisa ser acelerado e de forma diferente da praticada anteriormente, com novas metodologias e participação de todos envolvidos.
O licenciamento ambiental dos novos projetos e a expansão dos existentes têm sido demorado, causando transtornos aos investidores. O relacionamento entre as partes é bom e respeitoso, precisa-se encontrar uma forma de agilizar o processo, evitando atrasos nos investimentos.
O importante é que tudo isso, as oportunidades e os desafios, é discutido com participação de entidades de classe e do governo, que buscam em conjunto encontrar soluções que para fazer o Espírito Santo ainda melhor.
DURVAL VIEIRA DE FREITAS é consultor empresarial.
Comentários