Oito bairros capixabas na lista do metro quadrado mais caro do País
Ranking encabeçado por Leblon e Ipanema traz a Mata da Praia em nono, à frente, por exemplo, da Barra da Tijuca, no Rio
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Leblon, das novelas de Manoel Carlos, e Ipanema, eternizada por Tom Jobim e Vinícius de Moraes. As regiões das praias cariocas que encabeçam a lista do metro quadrado mais caro do País têm agora a companhia de oito bairros capixabas.
Entre os 60 com preço mais alto no Brasil, estão Mata da Praia, Praia do Canto, Enseada do Suá, Barro Vermelho, Jardim Camburi, Bento Ferreira, Santa Lúcia e Praia do Suá, em Vitória. A Mata da Praia, por exemplo, ocupa a nona posição, à frente de Moema, na capital paulista.
O panorama detalhado foi extraído do relatório de maio de 2025 do Índice FipeZAP de Venda Residencial. O estudo analisou os valores médios por metro quadrado.
Coordenador do FipeZAP, Alison Oliveira, disse que mensalmente é feito um monitoramento da evolução dos preços anunciados de imóveis urbanos com base em registros de anúncios extraídos de plataformas digitais do Grupo OLX Brasil, assegurando ampla cobertura territorial e atualização em alta frequência.
“A construção do índice utiliza procedimentos metodológicos para controle de qualidade dos dados, garantido a consistência e comparabilidade dos preços ao longo do tempo”, disse o coordenador do FipeZAP.
O cálculo dos preços e das variações agregadas, segundo Alison Oliveira, é considerando atributos estruturais (como número de dormitórios e área privativa) e localização geográfica (município, bairro ou zona), assegurando a comparabilidade entre observações.
“A série histórica do índice remonta a 2008 e atualmente abrange 56 municípios, incluindo todas as capitais dos estados brasileiros. Em razão de sua metodologia consolidada e ampla representatividade, o Índice FipeZAP é utilizado como referência para o monitoramento e análise do mercado imobiliário nacional”, ressaltou Alison Oliveira.
Ele destacou que Vitória se consolidou como uma das capitais com maior valorização do metro quadrado entre as 22 monitoradas pelo Índice FipeZAP.
“Em maio de 2025, o preço médio de venda na capital capixaba foi de R$ 13.349/m², o mais alto entre as capitais monitoradas. A variação mensal foi de +2,01%, significativamente acima da média nacional do índice (+0,46%) e da inflação do IPCA-15 (+0,36% no mesmo mês). No acumulado de 12 meses, os preços em Vitória tiveram alta de +18,33%, ficando entre os maiores aumentos do País, atrás só de Salvador (BA)”.
Desde o início do ano, como complementou, a valorização acumulada chega a +8,94%. “Esses dados indicam um mercado aquecido e com forte demanda na capital capixaba”, finalizou.
Saiba mais
Os 60 bairros mais caros por metro quadrado

Valorização
Vitória se consolidou como uma das capitais com maior valorização do metro quadrado entre as 22 monitoradas pelo Índice FipeZAP. Segundo Alison Oliveira, coordenador do FipeZAP, esse movimento é resultado de uma combinação de fatores econômicos e estruturais. A capital capixaba vem registrando estabilidade macroeconômica, renda domiciliar superior à média nacional e um mercado de trabalho formal mais dinâmico que em outras capitais.
Além disso, há escassez de terrenos disponíveis em áreas nobres, o que limita a oferta de novos empreendimentos e pressiona os preços, especialmente em regiões com barreiras geográficas à expansão urbana.
Análise: Efeito colateral com a valorização

“A valorização desses bairros é fruto de uma combinação de fatores, como a localização privilegiada, a infraestrutura consolidada, a segurança e o perfil de alto padrão, marcado pela baixa disponibilidade de terrenos e imóveis.
Esses elementos tornam a região central e nobre de Vitória um ponto fora da curva no mercado imobiliário, atraindo compradores de alto poder aquisitivo e investidores.
No entanto, com os preços cada vez mais altos, famílias de classe média e de baixa renda são progressivamente empurradas para as periferias e cidades vizinhas.
Esse deslocamento pode comprometer a qualidade de vida e ampliar, ao longo do tempo, as desigualdades urbanas”.
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