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Economia

No ES, mulheres comandam segurança e tráfego nos principais portos capixabas

Toque feminino se faz presente com duas supervisoras que garantem a segurança do tráfego nos portos da Grande Vitória


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Imagem ilustrativa da imagem No ES, mulheres comandam segurança e tráfego nos principais portos capixabas
As supervisoras de Tráfego Carolina Natali Halász e Andreia Santos |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

No litoral capixaba, duas mulheres estão à frente de uma missão vital para a segurança e eficiência dos portos: o controle do trânsito de navios.

Carolina Natali Halász, 41 anos, e Andreia Santos, 40, fazem parte da equipe que opera o Sistema de Informação e Gerenciamento do Tráfego de Embarcações (VTMIS), um serviço estratégico ainda pouco explorado por mulheres no Brasil.

Elas são pioneiras entre mulheres nessa área na Vports e integram um grupo de sete supervisores, além de um gerente e operadores, que garantem que os gigantes do mar naveguem com segurança nos portos de Vitória, Tubarão e Praia Mole.

Andreia diz que o VTMIS é um sistema utilizado nos portos de Vitória e Açu (Norte fluminense), e que ela foi a única mulher a atuar com essa tecnologia em ambos os terminais.

“Poucas mulheres atuam no VTS (Serviço de Tráfego de Embarcações), e é muito gratificante saber que estou fazendo parte da história. Que venham muitas outras! Para estar aqui, fui me capacitando e estudando”, conta.

Em Açu, Andreia era operadora sênior, e em dezembro de 2023, quando veio para Vitória, passou a ser supervisora, mas teve que aprender as especificidades, já que cada porto tem uma carta náutica, contou Andreia.

“A interação com as embarcações, falar, mesmo que tecnicamente com tripulação de diversos países, e o contato com diferentes culturas são pontos muito legais”, destacou ela, que pôde conhecer o trabalho em Roterdã (Holanda) e Antuérpia (Bélgica).

Já Carolina tem 20 anos de carreira naval, pilota navios (é oficial de náutica), e tem 10 anos atuando com VTS, além de oito no mar, e outros dois ministrando cursos na área náutica.

Ela é de Vitória e contou ser gratificante atuar no porto capixaba. “Acredito que a presença da mulher nesse trabalho representa uma diversidade de olhar, torna o ambiente mais saudável, e mais organizado.”

Mulheres oficiais de náutica estão mais em navios offshore (em alto-mar), mas Carolina lembrou ter trabalhado em navio de contêineres, indo até para a Europa. “Trabalhava quatro meses e folgava dois”, contou.

Ela acredita que, com mais divulgação sobre a profissão, outras mulheres poderão se interessar pela carreira náutica no Estado, que têm diversos portos.

Carolina tem apoio em casa: o marido, Saulo Luís Halász, também atua na área marítima. E o interesse dela pela área surgiu num cursinho pré-vestibular, em que o professor deu dicas e opções de carreiras, citando como exemplo a Marinha Mercante.

Sistema mais moderno no porto

Controle do sistema por elas

Localizado no Terminal Portuário de Vila Velha (Capuaba), o Centro de Controle de Operações (CCO) utiliza o mais moderno sistema de monitoramento e controle de tráfego de embarcações do mundo: o Navi-Harbour 4.6 3D.

O VTMIS (sigla em inglês para Vessel Traffic Management Information System) começou a operar em 2016 e homologado em 2017, sendo operado pela Vports. Na época da inauguração, a autoridade portuária era chamada de Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).

O VTMIS é composto por um avançado e complexo grupo de equipamentos que fornece informações de segurança da navegação, condições meteorológicas e controle sobre toda área de fundeio (local onde as embarcações lançam âncora), canal de acesso, bacia de manobra e terminais portuários.

O sistema opera com dois radares, localizados nos Morros do Moreno e de Atalaia, Vila Velha. Eles monitoram a navegação na barra, incluindo o canal de acesso ao Porto de Vitória, além dos Portos de Tubarão e de Praia Mole.

COMO FUNCIONA

> O VTMIS é um sistema de auxílio eletrônico à navegação que gerencia uma série de dados.

> Ele integra um grande volume de informações provenientes de dispositivos e sensores.

> Com isso, ajuda a melhorar a eficiência na movimentação de cargas, a utilização dos recursos da infraestrutura dos portos e a organização do tráfego aquaviário.

> Um VTMIS compõe um Sistema Integrado de Vigilância Marítima, que incorpora diversos recursos de telemática, com capacidade de prover monitoramento ativo, aumentando a efetividade das operações portuárias ou da atividade marítima, contribuindo com a salvaguarda da vida humana no mar, a segurança da navegação, a prevenção da poluição hídrica, bem como com a proteção marítima.

> O sistema é composto por radares que possibilitam o rastreamento de embarcações; AIS (Automatic Identification System), que equipa os navios de grande porte; CFTV (circuito fechado de monitoramento) dotado de câmeras de longo alcance e visão noturna; sensores meteorológicos e hidrológicos; comunicações VHF; e um Centro de Controle Operacional (CCO) para o qual convergem todas as informações capturadas.

A função da supervisora 

> Uma supervisora de serviço de tráfego de embarcações, também conhecida como supervisor VTS, é responsável por controlar e coordenar o tráfego de embarcações em uma área específica, como um porto ou canal. Ela garante a segurança e a eficiência do tráfego, monitorando as embarcações e fornecendo informações e instruções para os navegantes.

> Para se formar como supervisor VTS, é necessário, em primeiro lugar, ter a formação de Operador VTS (VTSO). Em seguida, deve-se completar um curso de Supervisor VTS (C-103/2), da IALA (International Association of Marine Aids to Navigation and Lighthouse Authorities) que normalmente é realizado na modalidade EAD ou em sala de aula. Este curso geralmente inclui aulas teóricas e práticas com simulador de VTS, sendo ofertados pela Marinha Mercante no Rio de Janeiro e no Pará.

> Além disso, é preciso ter inglês técnico, já que o sistema de comunicação com as tripulações é em inglês, com frases que facilitam o diálogo.

As supervisoras de VTS Carolina Natali Halász e Andreia Santos destacaram ter todo um percurso a ser percorrido para atuar na área.

No geral, para trabalhar como operador ou supervisor VTS, é necessário certificado de conclusão do curso de operador VTS (C-103/1, da IALA, em inglês International Association of Marine Aids to Navigation and Lighthouse Authorities), e no caso de supervisor VTS (C-103/2), e comprovação de proficiência no idioma inglês (nível 5 ou 6 IELTS).

Formação para ingressar na área

Andreia, por exemplo, destacou que fez o curso de supervisora numa escola australiana, e que ela era a com menos experiência da turma. “O aluno com menor experiência tinha 15 anos na área. Aqui (no Brasil) começou tem 10 anos”, contou.

Além disso, há o período de On-the-Job Training (OJT), treinamento no local de trabalho para obter habilitação da Marinha.

Imagem ilustrativa da imagem No ES, mulheres comandam segurança e tráfego nos principais portos capixabas
As supervisoras de Tráfego Carolina Natali Halász e Andreia Santos |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Diversidade de olhar

“Sou de Vitória e é gratificante trabalhar aqui. A presença da mulher nesse trabalho representa diversidade de olhar, torna o ambiente mais saudável e organizado. Tenho 20 anos de carreira náutica, 10 trabalhando com o VTS. Sou pilota de navio, pude ver pela ótica do marítimo e hoje tenho o olhar como supervisora”

Carolina Natali Halász, supervisora de Tráfego

Operadora em Açu e supervisora em Vitória

“Sou a única que trabalhou no VTS (Serviço de Tráfego de Embarcações) dos portos de Vitória e Açu, que contam com o sistema. Fui operadora lá e desde dezembro de 2023 sou supervisora em Vitória”

Andreia Santos, supervisora de Tráfego

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