Maioria das empresas ainda se sente exposta a ataques hackers
Levantamento mostrou que 79% das empresas brasileiras se dizem expostas a hackers
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Levantamento nacional realizado pela pela Grant Thornton e pela Opice Blum Advogados mostrou que 79% das empresas brasileiras se dizem expostas a hackers.
O levantamento, feito com 248 empresas brasileiras de diversos portes e setores, ainda revela que 66,5% dos negócios apontam a cibersegurança entre os cinco maiores riscos corporativos.
Entre as principais vulnerabilidades citadas pelos entrevistados no estudo se encontram o phishing (69%) — ataque que tenta roubar dinheiro ou identidade, revelando informações pessoais — e o ransomware (67%) — tipo de software malicioso que emprega criptografia, evitando que a vítima tenha acesso aos dados.
“As principais ameaças partem de grupos organizados, muitas vezes internacionais, que utilizam diferentes técnicas, como ransomware, phishing, ataques de negação de serviço e exploração de vulnerabilidades conhecidas em sistemas desatualizados”, explica o advogado especialista em Direito Digital e em Privacidade e Proteção de dados Carlos Augusto Pena da Motta Leal.
Leal complementa que ameaças internas, como erros humanos, vazamento intencional de informações por ex-colaboradores ou falhas de configuração, também são relevantes e requerem atenção constante.
O especialista em segurança digital Eduardo Pinheiro disse que a cultura de cibersegurança nas empresas está mudando, e que há previsão de que, até 2030, 80% delas tenham implementado um programa de gestão de riscos humanos.
Ele cita um estudo da Gartner, empresa de consultoria em tecnologia da informação, que mostrou que 85% dos ataques bem-sucedidos por Ransomware são consequência direta de sistemas desatualizados ou configurações de segurança inadequadas, evidenciando falhas humanas na manutenção da integridade dos sistemas.
“Esta estatística destaca a importância crítica de atualizações regulares e aderência às recomendações dos fabricantes, fundamentais para a defesa contra invasões”, explica Rafael Leão, especialista em marketing e IA.
E completa: “Vivemos um momento em que os ataques cibernéticos deixaram de ser eventos isolados e se tornaram um fenômeno constante, sofisticado e global. Empresas de todos os setores, e não apenas do sistema financeiro, passaram a operar sob o risco permanente de invasões que podem comprometer dados sensíveis, impactar a reputação e interromper serviços essenciais”.
Segurança da informação domina contratações
Mesmo com a inteligência artificial em alta, a área de tecnologia da informação (TI) mais demandada durante o 1º semestre de 2025 é a segurança da informação (cibersegurança). É o que revela um levantamento exclusivo obtido pelo g1 com a consultoria de soluções em talentos Robert Half.
Os salários para profissionais de cibersegurança em 2025 podem começar em R$ 6 mil para um cargo júnior e chegar a quase R$ 20 mil para analistas sêniores em contrato CLT.
Segundo o levantamento, isso se deve ao fato de a inteligência artificial ainda ser algo recente, e os profissionais estão em processo de aperfeiçoamento. Já a cibersegurança é prioridade há mais tempo, especialmente após a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que levou as empresas a reforçarem a segurança digital.
“Nos últimos cinco anos, no pós-pandemia, o mercado tem dado mais atenção à proteção de dados, tanto internos quanto de clientes e consumidores. Segurança da informação supera IA porque não adianta lançar um software de IA sem uma segurança robusta”, explica Elisa Jardim, gerente da divisão de tecnologia na Robert Half.
Ela admite que a bolha dos altos salários em TI observada durante a pandemia estourou no final de 2023. E, mais recentemente, muitas empresas deixaram de adotar o home office, exigindo que profissionais acostumados com esse modelo se readaptem. Mesmo assim, a área segue sendo bastante valorizada, segundo Elisa.
Ainda que ela lidere em demanda, as competências técnicas em inteligência artificial também estão em alta, mas figuram entre as mais difíceis de encontrar no mercado.
Comunicação mais efetiva
Com uma base de clientes que contempla diversos setores, a Intelliway também conta com sua própria War Room. “É importante as empresas de segurança e clientes desenvolverem essa metodologia de uso de sala de guerra para se tornar a comunicação mais efetiva durante uma resposta incidente. Porque você basicamente une todas as pessoas responsáveis pelos sistemas por resposta à recuperação de dados comunicação e você deixa todo mundo numa sala para atualizar em tempo real", disse Hugo Frauches, CTO de Security da Intelliway.
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Demanda maior que IAs
Mesmo com a inteligência artificial em alta, a área de tecnologia da informação (TI) mais demandada durante o 1º semestre de 2025 é a segurança da informação (cibersegurança). É o que revela um levantamento exclusivo obtido pelo g1 com a consultoria de soluções em talentos Robert Half.
isso se deve ao fato de a inteligência artificial ainda ser algo recente, e os profissionais estão em processo de aperfeiçoamento. Já a cibersegurança é prioridade há mais tempo, especialmente após a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que levou as empresas a reforçarem a segurança digital.
Déficit de profissionais
Os salários para profissionais de cibersegurança em 2025 podem começar em R$ 6 mil para um cargo júnior e chegar a quase R$ 20 mil para analistas sêniores em contrato CLT.
O problema é que a maioria das organizações não possui funcionários suficientes com as habilidades necessárias em cibersegurança. Esse déficit de profissionais em cibersegurança é uma questão global e também afeta empresas no Brasil.
Um estudo realizado pelo ISC2, uma organização especializada em treinamento em cibersegurança, revelou que o Brasil possui cerca de 752 mil profissionais na área — mas ainda há um déficit de aproximadamente 215 mil vagas.
Esse déficit diminuiu 7,5% entre 2023 e 2024, mas ainda é significativo. O estudo de 2025 ainda não foi divulgado.
“Em um mundo cada vez mais digital, investimentos em segurança da informação e a criação de salas de guerra cibernéticas, são vitais para a resiliência organizacional, visto que sem boas práticas de gestão e segurança da informação, empresas e governos ficam expostos a danos financeiros, operacionais e reputacionais graves.
ANÁLISE
“Ameaças podem vir até de governos estrangeiros” - Bruno Guerra, advogado especialista em Direito Digital
O ideal é que exista uma equipe multifuncional com conhecimentos técnicos na área de segurança da informação, gestão de crise, governança de dados, novas tecnologias, bem como profissionais da área do direito para auxiliar no controle dos passivos jurídicos e administrativos que podem surgir na ocorrência de incidente de segurança da informação.
Dito isto, especialistas em direito digital e compliance legal, Analistas de Security Operation Center, especialistas em Forense Digital, Engenheiros de Redes e Segurança da Informação, especialistas em ameaças digitais, DevOPS são alguns profissionais que podem compor essa equipe multifuncional.
As ameaças cibernéticas são de origem descentralizada, podem surgir dos mais variados locais, podem, inclusive, serem oriundas de pessoas residentes em outros países ou serem ameaças coordenadas por um determinado governo estrangeiro.”
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