Herdeiros inovam e investem em novidades nas fazendas
Há propriedades rurais do Estado que chegam à 4º geração de gestores, com estímulo para os jovens permanecerem no setor primário
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Filhos de produtores rurais, os herdeiros do campo ajudam na produção e também passam a comandar os negócios da família, apostando em métodos inovadores nas propriedades rurais.
Há famílias produtoras que já estão na quarta geração. E os desafios de manter o jovem na atividade passam pela transformação tecnológica, novas técnicas, além de aspectos culturais e familiares.
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Há possibilidades que vêm sendo criadas com o objetivo de propiciar a transformação no trabalho e gestão do campo por meio de novas tecnologias, como dizem o secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli, e o diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Franco Fiorot.
É o caso da família de Emir Macedo Gomes Filho, 65 anos, com Marcia Fonseca Alves, 58, e os filhos Kissila Mell Alves Brandão, 41, e Emir de Macedo Gomes Neto, 30, que produz cacau em Linhares, e já está na quarta geração.
Os filhos se qualificaram e hoje estão com os pais na administração. Gomes Filho contou a trajetória das atividades no agronegócio:
“Na década de 1950, meu avô veio da Bahia e aqui começou os trabalhos com cacau. Passou pelo meu pai, por mim, e hoje meus filhos estão juntos. Meu filho é formado em Agronomia e minha filha em Jornalismo, responsável pelo marketing digital, por exemplo.”
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Segundo ele, os filhos começaram a trazer um novo olhar que resulta no agroturismo, com visitas à fazenda, e à venda de produtos. Eles planejam investir numa escola, incluindo curso sensorial de aromas e sabores do chocolate.
“Os filhos trouxeram a questão da tecnologia, ferramentas para o melhoramento genético de plantas de cacau. Temos o maior acervo genético do Estado”, disse.
Bergoli diz que o governo tem fortalecido o investimento em tecnologia para a capacitação dos jovens. “São 32 centros digitais nas escolas agrícolas, para acesso desses jovens a tecnologia e capacitações temáticas, para que levem depois para os negócios da família. Um dos pontos destacados no Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba 4 é a sucessão familiar.”
Já Fiorot explica que há desafios importantes, como a disputa com a indústria, que tem criado essa concorrência saudável no interior “mas há perspectivas muito boas de jovens que estudam e voltam para administrar o negócio da família”.
Ferramentas tecnológicas e aposta em agroindústria
Em Venda Nova do Imigrante, na região serrana do Estado, Lorenzo Carnielli, formado nas engenharias de produção e elétrica, e que trabalhou por 10 anos no setor de distribuição de energia elétrica em Aracaju, resolveu retornar para participar da gestão dos negócios da família na Fazenda Carnielli.
A família está na quarta geração no Estado, e teve início com a chegada em 1888 dos irmãos Domenico e Giovanni, filhos de Francesco Carnielli, vindos de Vêneto, província de Treviso, na Itália. Hoje, Lorenzo que tem a companhia do pai Leandro Carnielli, e também Antônio Carnielli e Pedro Carnielli na administração dos negócios.
“Desenvolvemos muito na agroindústria de laticínios e hoje produzimos e vendemos na loja dentro da fazenda queijos, socol, cafés especiais, fubá, entre outros alimentos. Os visitantes podem degustar todos os nossos produtos, incluindo os queijos premiados”, disse Lorenzo.
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Ele contou também que agregou toda a sua experiência e qualificação para agregar nos negócios da família e com tecnologia para otimizar muitos dos processos de produção.
“Abrimos a fazenda em 1987 para visitação, quando um dos meus tios se formou e trouxe o que tinha de tecnologia naquele período para ser aplicado na fazenda. Hoje é um grande sucesso”.
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O programa Herdeiros do Campo é de extrema importância para o desenvolvimento e continuidade do setor do agronegócio capixaba.
Mas muitos produtores, muitas famílias são refratárias quando se fala nesse assunto. Depois da primeira turma formada, quando viram os resultados positivos e a importância do processo sucessório, já tinha famílias para formar cinco turmas”.
- Júlio Rocha, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes)"
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O programa Herdeiros do Campo é de extrema importância para o desenvolvimento e continuidade do setor do agronegócio capixaba.
Mas muitos produtores, muitas famílias são refratárias quando se fala nesse assunto. Depois da primeira turma formada, quando viram os resultados positivos e a importância do processo sucessório, já tinha famílias para formar cinco turmas”.
- Júlio Rocha, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes)"
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- Júlio Rocha, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes)"
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O programa Herdeiros do Campo é de extrema importância para o desenvolvimento e continuidade do setor do agronegócio capixaba.
Mas muitos produtores, muitas famílias são refratárias quando se fala nesse assunto. Depois da primeira turma formada, quando viram os resultados positivos e a importância do processo sucessório, já tinha famílias para formar cinco turmas”.
- Júlio Rocha, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes)"
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