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Economia

Ganho real da poupança ultrapassa 5% pela primeira vez desde 2017

Os resultados já são positivos desde setembro do ano passado e vêm crescendo desde então


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Imagem ilustrativa da imagem Ganho real da poupança ultrapassa 5% pela primeira vez desde 2017
Ganho real da poupança ultrapassou 5% |  Foto: José Cruz/Agência Brasil

Na esteira do alívio na pressão inflacionária, a poupança rendeu 5,22% acima da inflação em um período de 12 meses encerrado em junho de 2023, de acordo com o monitoramento feito por Einar Rivero, da plataforma TradeMap. Esta foi a primeira vez que o ganho real, ou seja, o rendimento acima da inflação, ultrapassou o patamar de 5% desde agosto de 2017.

Os resultados já são positivos desde setembro do ano passado e vêm crescendo desde então. Em maio, quando o rendimento real era de 4,40%, o indicador alcançou o maior retorno desde outubro de 2017.

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O retorno real da poupança ficou negativo no período entre setembro de 2020 e agosto de 2022, em um cenário de alta nos preços - estimulado, entre outros fatores, pelos estímulos fiscais concedidos pelo governo Bolsonaro.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira (11), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou deflação de 0,08% em junho. Esta é a primeira queda do indicador desde setembro de 2022, quando houve variação negativa de 0,29%. Na ocasião, a economia vivia os reflexos dos cortes de tributos promovidos pelo governo Bolsonaro às vésperas das eleições.

Apesar do recuo na inflação e do aumento no ganho real da poupança, especialistas dizem que a caderneta não é a melhor opção para fazer o dinheiro render. Segundo eles, o CDB e investimentos atrelados ao CDI, por exemplo, são alternativas mais vantajosas.

"Em termo real, a poupança está melhorando seu rendimento por causa da queda da inflação. Só que, junto com isso, no CDI está se ganhando muito mais. No final das contas, o que interessa para o investidor é render acima da inflação e aumentar o poder de compra", diz Francisco Levy, estrategista-chefe da Empiricus.

Michael Viriato, sócio-fundador da Casa do Investidor e colunista do blog De Grão em Grão, diz que, no momento, vale mais a pena investir em aplicações como o Tesouro Direto. Segundo ele, no longo prazo a caderneta deve perder ainda mais força, principalmente para as novas gerações. "Com o passar do tempo e com a evolução da educação financeira, haverá cada vez menos pessoas aplicando na poupança. Com as novas gerações, a tendência é a poupança acabar. Hoje existem muito mais possibilidades de investimento."

Bruno Mori, economista e sócio-fundador da consultoria de planejamento financeiro Sarfin, aponta uma vantagem do CDB sobre a poupança: o dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento já com os rendimentos diários. "A poupança só remunera a cada 30 dias. Se quiser resgatar antes, não recebe nada do rendimento daquele período", afirma.

A remuneração da poupança é de 0,5% ao mês sempre que a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR) - hoje, a taxa básica de juros está mantida em 13,75%. Já quando a Selic é de até 8,5%, o rendimento da poupança equivale a 70% da Selic mais a TR.

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