Engenheira comanda plataforma de petróleo com 150 pessoas
Amanda Barbosa, de 30 anos, vai liderar os 150 funcionários que atuarão na Anita Garibaldi, embarcação que deixa hoje o Estado
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A plataforma Anita Garibaldi deixa o Espírito Santo hoje. Ela parte para operar nos campos de pós-sal de Marlim e Voador e no pré-sal de Brava, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
Na segunda-feira, a reportagem conheceu o interior da embarcação a convite da Petrobras. À frente do gerenciamento de toda essa operação, em terra, está a engenheira Amanda Barbosa, 30 anos. Ela vai liderar uma equipe com 150 profissionais.
A Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO) tem capacidade de produzir até 80 mil barris de petróleo por dia e processar até 7 milhões de m de gás/dia.
A previsão é que o processo de produção comece no segundo semestre deste ano. “A responsabilidade é enorme. Mas a gente confia muito no time. Temos muita gente experiente”, destacou Amanda.
Mais de 50 profissionais atuaram nas obras da plataforma no Estaleiro em Aracruz. O time que vai trabalhar na operação já foi selecionando. Não há vagas abertas.
Desbravando tanto a área de engenharia quanto o segmento de petróleo e gás, Amanda Barbosa inspira outras mulheres e conta um pouco do próprio trabalho: “Fico em terra e faço a ponte entre o pessoal que responde diretamente a mim e está no navio e todos os recursos que eles precisam”.

A conversão e integração da plataforma foram feitos na China. No Estaleiro Jurong, em Aracruz, aconteceram as fases de teste. O gerente de projetos de unidades afretadas de produção da Petrobras Carlos Romeiro explicou sobre o processo.
“Ainda tivemos algumas atividades de construção aqui. Mas o grosso das atividades aqui foi comissionamento, que é testar todos os sistemas que foram construídos”, comentou, referindo-se ao Estaleiro Jurong, em Aracruz.
Sobre a construção na China e não no Brasil, ele explicou: “Foi a estratégia adotada com base em requisitos que a gente tem, tanto do contrato quanto da concessão”.

Juntas, as FPSOs Anna Nery e Anita Garibaldi compõem o Projeto de Revitalização dos Campos de Marlim e Voador. Elas têm capacidade de produzir até 150 mil barris por dia, e substituem as 10 unidades que produziam nesses campos.
“Tirando várias unidades antigas e colocando novas, temos esse ganho de cerca de 50% na redução dos gases do efeito estufa”, destacou Romeiro. Um dos diferenciais da plataforma são as bombas injetoras de água. Além disso, é curioso ver como o ser humano fica pequeno próximo aos equipamentos.
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“Comecei em 2013, como estagiária”
Ser responsável pela operação de um navio é um grande desafio. A engenheira Amanda Barbosa, Gerente de Operações do FPSO Anita Garibaldi, vai comandar 150 pessoas. A equipe é composta 75% por homens, 25% por mulheres.
A reportagem conversou com ela, que é natural de Macaé (RJ), para entender melhor o trabalho que desempenha.
A Tribuna – Quais são as expectativas para o início das operações da plataforma?
Amanda Barbosa – Queremos acima de tudo uma produção estável e segura. São os nossos principais pilares. A partir do momento em que entrarmos em operação, serão muitos barris de óleo, de água, muitos metros cúbicos de gás. Então a responsabilidade é enorme. Mas a gente confia muito no time. Temos muita gente experiente.
Na prática, o que você faz?
Trabalho em terra. Um par meu fica no navio e reporta para mim. Basicamente, faço toda a interface com os recursos que a gente precisa, recursos internos e externos, fornecedores, cliente, órgãos e instituições. Faço toda essa ponte entre o pessoal que responde diretamente a mim e está no navio e todos os recursos que eles precisam.
Quais são os papéis da empresa Modec e da Petrobras?
A Petrobras é dona do campo. Ela quem faz a transferência do óleo, distribuição. É ela quem reporta para Agência Nacional do Petróleo (ANP). A gente reporta, só para a Petrobras. A partir daí, ela reporta para os demais órgãos. Nossa responsabilidade é fazer a coisa acontecer a bordo, fazer o processo de separação, ter o produto final que é o óleo e entregar nas mãos da Petrobras.
Quando começou sua história na empresa?
Tenho 30 anos. Comecei na Modec em 2013, como estagiária. Trabalhei em uma unidade de operações. Em 2019 fui para Singapura para ficar como engenheira do projeto desta plataforma (Anita Garibaldi) e em 2021 me mudei para uma posição de coordenação de pré-operações. Acompanhei dois projetos: Carioca MV30 e Guanabara MV31. Um em Angra e o outro em Dubai. Em 2022 voltei para Cingapura e a empresa me convidou para ser gerente de operações deste navio.










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Adaptação
A plataforma é um navio petroleiro adaptado para receber a planta de processos pelo período de afretamento (aluguel). No caso da Anita Garibaldi, esse período é de 25 anos.

Deslocamento
A plataforma vai sair do Estaleiro Jurong, no Norte do Espírito Santo, hoje. A previsão é de que demore dois dias até chegar à Bacia de Campos. Ela vai entrar em operação no segundo semestre deste ano.
Capacidade
A Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO) tem capacidade de produzir até 80 mil barris de petróleo por dia e processar até 7 milhões de m³ de gás/dia.
Fonte: Petrobras e empresa Modec.
Oportunidade
Trabalho embarcado
Superintendente de manutenção da plataforma, Willian Santos falou sobre os desafios e oportunidades enfrentados pelos profissionais que atuam no mar.
“A distância dos nossos familiares é o nosso maior desafio. Com o passar do tempo a gente começa a vivenciar também a experiência das entregas e das oportunidades que a gente tem a bordo. Um projeto desse é maravilhoso. A gente olha para uma obra dessas e se sente maravilhado”, destacou o profissional.
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