Em Pratos Limpos: Licença social é destaque entre empresários do ES
Palestra em evento da Rede Tribuna abordou o tema, em reflexão sobre um negócio ser não só lucrativo, mas criador de bem-estar e benefícios
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A “licença social” é um termo relativamente novo na mesa de negócios, mas já praticado e defendido por alguns empreendedores com visão ampla do papel da empresa na sociedade, quase que de forma intuitiva.
Na prática, ela funciona como uma espécie de contrato não-formal, estabelecido entre empresa e sociedade, em que a atuação do negócio no território é realizada de forma justa, benéfica e sustentável.
No Espírito Santo, alguns empresários destacam esse tipo de ação como um dos desafios mais importantes quando se pensa estrategicamente onde a marca quer chegar em um determinado território.
Esse foi um dos assuntos discutidos durante o evento “Em Pratos Limpos”, promovido pela Rede Tirbuna em parceria com entidades empresariais e políticas. O assunto foi discutido durante a palestra do especialista em negócios desafiadores Jaques Paes.
Comprometer todo o negócio é um risco para as empresas quando as responsabilidades sociais não são colocadas no mesmo nível que a busca pelo retorno financeiro, diz o diretor do Acquamania e do Flamboyant Hotel, Marco Azevedo.
“Atender às obrigações legais é fundamental, mas ir além delas pode ser não apenas lucrativo, como também uma fonte de satisfação e propósito”, diz.
Na prática, a conexão com a sociedade pode se dar levando setores da sociedade civil para dentro do empreendimento ou proporcionando alguma oportunidade fora, mesmo que isso não represente um negócio de fato.
“Se tem um colégio na região, a gente convida. Trabalhamos com os times de futebol da região, com hospital, a Apae, adquirimos produtos locais. Em tudo o que vemos que é algo para a sociedade, estamos juntos”, diz Valdeir Nunes, proprietário do Hotel Fazenda China Park, nas montanhas capixabas.
Para a vice-prefeita de Vitória, Cris Samorini, que também é empresária, a chamada licença social ainda é um tema desconhecido, mas acontece de forma melhor quando se coloca em prática.
“Não há como avançar em uma cidade, com o desenvolvimento, sem ter o equilíbrio do diálogo. Principalmente dando referência ao que é equidade para todos”.
Para o diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André de Oliveira, a construção de uma licença social precisa ser dia após dia, com atuação responsável, inovadora e, principalmente, humana.
Entenda
Responsabilidade
A licença social é a aceitação e legitimidade que uma empresa ou projeto recebe da comunidade local e outras partes interessadas, ou seja, a percepção de que as operações da empresa são socialmente aceitáveis.
Essa forma de atuação cria conexão entre negócio e comunidade, que ajuda a construir imagens duradouras, auxiliando no desenvolvimento local e na atividade da empresa, defende Jaques Paes.
Para o diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André de Oliveira, ter uma conexão forte e real com as comunidades é um excelente caminho que gera reconhecimento, valorização e retornos para todos os lados, como fazem as cooperativas.
O “Em pratos Limpos”, iniciativa promovida pela Rede Tribuna, trouxe o tema para o debate junto à comunidade empresarial e política, estimulando a inclusão do assunto na estratégia das empresas e fomentando uma melhor relação entre desenvolvimento e bem-estar social.
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