Deputados e prefeitos do ES reagem ao tarifaço de Trump
Deputados Federais e Prefeitos do Espírito Santo reagiram à carta enviada ao presidente Lula
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Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar para 50% a tarifa dos produtos brasileiros exportados para o país norte-americano, Deputados Federais e Prefeitos do Espírito Santo reagiram à carta enviada ao presidente Lula.
A repórter Eliane Proscholdt conversou com os deputados Hélder Salomão, Evair de Melo, Gilvan da Federal, além dos prefeitos de Serra e Vila Velha, Weverson Meireles e Arnaldinho Borgo, respectivamente, para saber a opinião deles sobre o tarifaço.
Veja o que os Deputados Federais e Prefeitos tem a dizer
Helder Salomão, deputado federal (PT-ES)
“A ameaça do governo Trump ao Brasil é absurda e inaceitável, além de representar ataque à nossa soberania, intromissão em assuntos internos e ameaça à economia brasileira.
É uma investida com objetivos políticos e se traduz numa chantagem para livrar a cara do seu aliado Jair Bolsonaro.
A manutenção dessas medidas pode trazer danos gravíssimos para vários setores da economia brasileira e capixaba.
O Brasil é soberano, não vai se dobrar às atitudes megalomaníacas do presidente norteamericano e poderá usar a Lei da Reciprocidade aprovada pelo Congresso Nacional.
Quem defende essas medidas são os falsos patriotas e não serão perdoados pelo povo brasileiro”.
Jack Rocha (PT-ES)
"O Espírito Santo exporta 34% dos seus produtos para os EUA. Uma decisão como esta pode afetar diretamente o nosso estado. Trump tem que cuidar do seu país e qualquer agente que apoiar ou aplaudir essa medida está, sim, atuando contra os interesses do Brasil e do nosso estado. Isso pode ser chamado com todas as letras de traição à pátria", Jack Rocha
Evair Vieira de Melo (PP-ES)
“Não é realista supor que disputas comerciais em que os EUA estejam envolvidos possam ser tratadas multilateralmente. A OMC está marginalizada e seu órgão de solução de controvérsias, paralisado. Não vai adiantar o Brasil acessar a OMC, como o Lula repete várias vezes. A tendência até há poucas semanas era que as tarifas anunciadas para exportações brasileiras aos EUA (10%) no último dia 2 de abril fossem mantidas após o período de 90 dias de “carência” em que o governo dos EUA está engajado em negociações bilaterais. No entanto, o Brasil deu sopa para o azar. Foi a única das economias do G20 a não manter ativamente negociações bilaterais com os EUA. E Lula foi o único chefe de governo de países do G20 a não manter qualquer contato com a Casa Branca desde que Trump tomou posse. Realisticamente, agora, gestões do atual governo brasileiro junto à atual administração norte-americana em órgãos como o USTR, Departamento de Comércio, Departamento de Estado, terão tratamento meramente protocolar, sem grandes resultados práticos. Isso vai prejudicar estados exportadores como SP, ES,PR, SC e RS. É um golpe duro nas exportações dos próximos 18 meses. É fundamental às empresas brasileiras exportadoras de conhecerem e se aproximarem cada vez mais de seus compradores norte-americanos. Os próprios importadores dos EUA estão preocupadíssimos com a ausência de substitutos internos nas cadeias de suprimentos e em muitos casos não é viável substituir fornecedores brasileiros por fornecedores de outros países. Muitos dos produtos brasileiros não têm substitutos comparáveis em outras origens. Desentendimentos políticos entre EUA e Brasil respingaram para o campo comercial, com restrições/punições a exportações brasileiras. Isso é grave o bastante. Mesmo porque, se estivesse no patamar anterior de 10%, o Brasil ganharia competitividade em relação a tradicionais fornecedores dos EUA localizados no Sudeste Asiático (China, Vietnã, Tailândia, Bangladesh, por exemplo) no quesito “preço” e portanto poderiam representar oportunidades para exportadores brasileiros. O assunto deve respingar também para os investimentos. Os EUA são os maiores investidores diretos no Brasil. O próximo lance deve ser sanções a indivíduos brasileiros, o que gerará por parte do atual governo brasileiro uma reação desproporcional e politicamente motivada — o que é o caminho para um corner indesejável. Vai vendo Brasil.”
Paulo Folletto (PSB-ES)
“Sobre o tarifaço, primeiro o presidente Trump é imprevisível, ele já fez coisas estruturantes e desestruturantes, nesse caso desestrutura parte da nossa economia que exporta para lá, mas no outro dia ele muda. Então assim, primeiro uma coisa, ele é muito instável.
Segundo, se concretizando e valendo, é ruim. Alguns produtos que nós vendemos para lá vão aumentar muito de preço e a gente pode perder para o mercado internacional e para o próprio mercado interno americano se a gente tiver conseguindo competir, é ruim, algumas empresas vão sofrer na fase inicial, sabemos que a Embraer tem um acordo, vende muito avião para os Estados Unidos, peça de avião também e isso vai, essa sobretaxa vai encarecer os equipamentos.
Nesse caso como talvez não haja nem competição, mas aço, alumínio, essas coisas que a gente vende no dia a dia, agropecuária, no primeiro momento você tem, a economia vai sentir, as empresas daqui vão ter que se rearranjar de uma forma muito precoce, muito rápida e muito violenta, isso é ruim, mas vamos aguardar o avançar das coisas. A guerra comercial realmente não interessa o Brasil. fazer a mesma coisa não vai resolver o nosso problema. Então o ideal é que a gente esperar um pouquinho e ver se o Trump, na instabilidade dele, não volte atrás”.
Messias Donato (Republicanos/ES)
“O governo Lula tem recorrido a velhas estratégias da esquerda: quando a incompetência interna fica evidente, eles inventam um inimigo externo para desviar a atenção da população. É o que está acontecendo agora com essa crise diplomática. O país vive um caos na segurança pública, o brasileiro está sufocado com aumento de impostos, o governo fecha os olhos para o roubo escandaloso dentro do INSS e, ainda por cima, mantém centenas de presos políticos do 8 de janeiro atrás das grades de forma vergonhosa. O mundo está de olho nisso — hoje, infelizmente, somos um farol negativo para o planeta. O que deveria estar acontecendo é a ANISTIA desses presos políticos, não perseguição. Mas para Lula é mais conveniente criar cortinas de fumaça, até mesmo tentando se aproximar de organizações como o Hamas, do que resolver os verdadeiros problemas do país.
O Brasil se afastou dos Estados Unidos, de Israel e de tantos outros países que sempre foram parceiros estratégicos, democráticos e confiáveis. Em troca, o governo Lula prefere cair no colo de nações totalitárias como o Irã — regimes que perseguem opositores, apoiam grupos terroristas como o Hamas e desrespeitam direitos humanos, das mulheres e das minorias. É vergonhoso. Essa postura afasta investimentos, prejudica nossa segurança e mancha a imagem do Brasil. Enquanto isso, aqui dentro o crime cresce, o contribuinte paga cada vez mais impostos e o governo fecha os olhos para escândalos como o roubo no INSS. O mundo quer previsibilidade, democracia e responsabilidade — não um governo que vira as costas para os seus parceiros históricos para se aliar a ditaduras.
Lula quer transformar o Brasil em linha auxiliar de regimes autoritários e de grupos que espalham terror, como o Hamas. Quer usar nossa diplomacia como peça de um tabuleiro geopolítico que não tem nada a ver com os interesses do povo brasileiro. Enquanto isso, ignora problemas urgentes, como a violência nas ruas, o sufoco dos impostos e a injustiça de manter presos políticos do 8 de janeiro atrás das grades — um verdadeiro atentado à democracia. No Congresso, a oposição vai reagir com todas as forças: vamos denunciar, fiscalizar, votar contra retrocessos e lutar pela ANISTIA dos presos políticos. O Brasil precisa de liberdade, segurança e respeito às instituições — não de aventuras ideológicas que colocam tudo isso em risco”.
Josias da Vitória (PP-ES)
"Taxar os produtos brasileiros em 50% é uma pancada na nossa economia, principalmente para o Espírito Santo, que tem uma forte vocação para o comércio internacional e mantém os EUA como principal parceiro comercial. Essa medida pode afetar significativamente setores como a cafeicultura, a mineração, o petróleo e a celulose.
A postura do presidente Lula em relação aos EUA colocou o Brasil em uma posição delicada e gerou esse entrave diplomático e econômico para o nosso país.
O governo agora precisa buscar uma solução por meio da diplomacia para não colocar em risco os empregos e a economia brasileira."
Gilvan da Federal (PL-ES), deputado federal
“A culpa desse tarifaço é do presidente Luis Inácio Lula da Silva das decisões arbitrárias do ministro Alexandre de Moraes”
Amaro Neto, deputado federal (Republicanos-ES)
"O aumento de tarifas comerciais dos EUA contra o Brasil é motivo de preocupação. Como membro da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara, acompanho esse movimento com atenção, pelos impactos no agro, na indústria e no comércio exterior. Esses setores são fundamentais para o crescimento do Brasil e da economia capixaba.
Precisamos agir com responsabilidade, buscando estabilidade nas relações internacionais. É essencial garantir segurança jurídica a quem produz e previsibilidade a quem investe. A resposta deve ser firme, mas sempre diplomática".
Prefeitos
Weverson Meireles, prefeito da Serra
O prefeito da Serra, Weverson Meireles, manifesta preocupação com a decisão anunciada pelo governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano.
Trata-se de uma medida com impactos diretos sobre setores estratégicos da economia brasileira — especialmente o aço e as rochas ornamentais, bases importantes da produção e do emprego na Serra e em todo o Espírito Santo.
A cidade da Serra, como maior município do estado e polo industrial de destaque nacional, integra uma cadeia produtiva fortemente conectada ao mercado externo. Os Estados Unidos figuram como um dos principais destinos das exportações capixabas.
É natural que recebamos essa notícia com preocupação. No entanto, reafirmamos nosso compromisso com o diálogo, a articulação com os entes federativos e o apoio às empresas e aos trabalhadores locais. Estamos mobilizados para enfrentar mais esse desafio com trabalho, união e responsabilidade, buscando preservar os empregos, atrair novos investimentos e garantir a continuidade do nosso desenvolvimento.
Arnaldinho Borgo, prefeito de Vila Velha
“O anúncio da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos foi feito sem embasamento técnico e contraria os princípios da liberdade econômica. Diante da vocação exportadora de Vila Velha e do Espírito Santo, acompanhamos com atenção os possíveis impactos negativos dessa medida, que pode reduzir drasticamente as exportações. No entanto, o adiamento da cobrança abre espaço para o diálogo, para a construção de acordos e para novas parcerias comerciais. Defendemos um debate nacional com base técnica e diplomática, em defesa da soberania e dos interesses econômicos do Brasil”.
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