Carne capixaba vendida para o exterior passa por ritual religioso
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Ao assinar um contrato de venda de carne para o exterior, frigoríficos concordam em abater os animais de acordo com os costumes e respeitando a religião dos países. Para isso, especialistas como veterinários são enviados para o Espírito Santo no dia que for ocorrer o abate.
Um procedimento que é muito usado no Estado é o abate halal, que é feito para países islâmicos. Neste caso, o abatedor deve pronunciar o nome de Deus antes de fazer o corte com um movimento contínuo da faca afiada. O procedimento é realizado com a face do animal voltada para Meca.
Tanto o frigorífico Frisa quanto a Uniaves são habilitados para fazer o ritual no Estado. Uma das premissas é que o animal deve ser muito bem tratado e que ele não pode ver outros animais sendo sacrificados. Eles também não podem ver a faca sendo afiada. Em um abate halal, o boi, por exemplo, é colocado em um compartimento ainda vivo.
Depois, ele é degolado. “Nós recebemos instruções do país de origem e existe sempre auditoria para saber se estamos podendo atender. O país que fez a compra envia os especialistas próprios para fazer o abate do animal”, explicou Evaldo Mario Lievore, presidente do Sindicato da Indústria do Frio do Espírito Santo (Sindifrios).
O objetivo com o ritual é levar o animal o mais rápido à inconsciência, para que ele morra de falta de oxigênio no cérebro, e não devido à de falta de sangue. “Seguimos rigorosamente a tradição deles”, afirmou Evaldo.
Outra tradição seguida no Estado é a kosher, que é a determinada por Israel. O procedimento é bem parecido com o halal, segundo o presidente da Sindifrios.
Quem não segue os protocolos exigidos, pode perder a habilitação de exportar. “Cada país tem um protocolo rigoroso a seguir. Se o frigorífico não segue o que for determinado, ele pode perder a habilitação para exportar para aquele país”, explicou o consultor de agronegócio Octaciano Neto.
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