Carne produzida no Espírito Santo faz sucesso em 44 países
Um mercado em crescimento e que tem levado alimentos produzidos no Estado para países de diferentes costumes e tradições. O setor frigorífico capixaba vem atendendo os quatro cantos do mundo e se destacando pela qualidade e responsabilidade com que produz as carnes.
Atualmente, pelo menos 44 países compram frango e carne bovina de empresas capixabas. “As nossas carnes são bem recebidas e temos qualidade muito boa. Os nossos produtos atendem ao padrão que o consumidor está querendo”, afirmou o subsecretário de Aquicultura, Pesca e Desenvolvimento Rural Sustentável, Michel Tesch.
Antes de ser abatido para a exportação, o animal é criado dentro do padrão sanitário exigido pelos órgãos de fiscalização. As aves vendidas para o exterior são produzidas em grande parte nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Venda Nova do Imigrante e Vargem Alta. Já a carne bovina é criada em várias cidades.
“No caso do frango, já é entregue pronto para o abate, pois eles têm um contrato de integração e o frigorífico fornece o pinto e a ração. Já tem a métrica de preço definida”, explicou Octaciano Neto, consultor de agronegócio.
Por outro lado, a carne bovina é vendida no “mercado spot”, ou seja, não há contrato de integração: o produtor cria e quando está pronto, ele vende. O frigorífico recebe o animal e prepara a carne de acordo com as regras de cada país.
“Exportar é uma enorme vantagem competitiva hoje em dia, pois o preço subiu em dólar. Com o dólar alto, é possível vender mais caro no mercado externo”, explicou Octaciano.
Mesmo com a demanda, os especialistas garantem que não falta produtos para o mercado interno.
“O frigorífico de bovinos está com 50% da capacidade, então a indústria tem condições de produzir e exportar mais. Se quiser, dá para abater e desossar mais. Não falta para o mercado interno”, ressaltou Evaldo Mario Lievore, presidente do Sindicato da Indústria do Frio do Espírito Santo (Sindifrios).
De janeiro a agosto deste ano, o Espírito Santo exportou mais de 7 mil toneladas de carne de boi e frango, o equivalente a US$ 17,4 milhões (R$ 95,2 milhões).
“Com a qualidade que nós temos, a tendência é que ganhemos cada vez mais, e nos mercados mais exigentes”, destacou o subsecretário Michel Tesch.
Hong Kong e África do Sul são os maiores consumidores
Entre os 44 países que compraram carnes produzidas no Estado de janeiro a agosto deste ano, Hong Kong é que adquiriu a maior quantidade, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia. Até agora, foram 2.400 mil toneladas de frangos e carne bovina.
Depois, vem a África do Sul, com quase duas mil toneladas. Países como Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Argélia, Japão, Catar e Itália também estão na lista dos maiores compradores.
“É tudo vendido em partes, conforme o que o mercado pede. Exportamos para o Japão a perna sem o osso, para o Oriente Médio a coxa em bandeja, para Hong Kong o pé e o meio da asa, principalmente. Cada mercado tem a sua parte preferida”, afirmou Claudemir Alessi, diretor de operações do frigorífico Uniaves.
Ele explicou ainda um dos motivos de Hong Kong ser o país que mais compra carne do Espírito Santo. “Eles consomem partes como o pé que não é muito consumida aqui, por hábito mesmo”.
Por outro lado, diversas partes do boi também são exportadas. Umas delas, no entanto, e que é a preferida dos brasileiros, não faz muito sucesso lá fora.
“O boi é um animal de onde se aproveita tudo. Não apenas carnes e miúdos, como couro, sebo, ossos. Mas não exportamos picanha. Nossas linhas especiais são totalmente direcionadas ao mercado local”, frisou Marcelo Colonezi Chaves, gerente de exportação do frigorífico Frisa, que exporta carne bovina.
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