Bolsas da Ásia abrem em queda nesta sexta-feira (11) após Trump impor tarifa de 145
O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio apresentava as maiores perdas entre os países asiáticos, com uma variação negativa de 4,61%
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As Bolsas da Ásia abriram o pregão desta sexta-feira (11) registrando queda após a Casa Branca manter um imposto universal de 10% para todos os países e aumentar para 145% as tarifas para produtos chineses.
O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio apresentava as maiores perdas entre os países asiáticos, com uma variação negativa de 4,61%. Já o Topix, também do Japão, tinha queda de 4,30%.
Na véspera, os índices japoneses acumularam os maiores ganhos, encerrando o pregão de quinta (9) com altas de 9,12% e 8,09%, respectivamente, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas para a maior parte dos países.
Outros mercados asiáticos também estavam no vermelho. Na Coreia do Sul, o índice Kospi recuava 1,62%, depois de ter encerrado com aumento de 6,6% no dia anterior.
Já a China, de longe a mais prejudicada pelo tarifaço global de Trump, seguia a mesma tendência de baixa.
O CSI300 (que reúne companhias listadas em Xangai e Shenzhen) se desvalorizava 0,58%; o SSEC (de Xangai) caía 0,24%; e o Hang Seng (de Hong Kong) tinha variação negativa de 1,05%.
Diante da volatilidade do dólar e das tensões comerciais, o Banco Popular da China (PBOC, o banco central chinês) tem ajustado a taxa de referência da moeda chinesa, o yuan, para manter a estabilidade cambial.
Nesta sexta-feira, o PBOC aumentou a taxa de referência do yuan para 7,2087 por dólar.
Ao definir uma taxa mais forte, o BC chinês busca evitar uma desvalorização excessiva do yuan, o que poderia impactar negativamente a economia chinesa.
A prática de determinar taxas de referência permite que o PBOC influencie o valor da moeda sem recorrer a intervenções diretas no mercado.
Trump chegou a dizer que a decisão de aumentar as sobretaxas aos chineses tinha como base a "falta de respeito que a China tem demonstrado aos mercados mundiais" e que, "esperançosamente", Pequim irá perceber "que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis".
As duas maiores economias do mundo estão em cabo de guerra desde quarta-feira da semana passada, 2 de abril, quando Trump tornou o tarifaço público.
Inicialmente, a China seria taxada em 34%, além do piso básico de 10% para todas as importações que chegam aos EUA e de outras tarifas impostas ao país asiático ao longo dos últimos três meses.
Pequim, em resposta, retaliou com tarifas da mesma magnitude. Trump, então, subiu a régua para 50% caso a retaliação não fosse suspensa, levando o montante total a 104%. Pequim não recuou. Pelo contrário: aumentou as taxas sobre os EUA para 84%, o que culminou nos encargos de 125% anunciados por Trump na quarta.
A justificativa para os 145% de agora são os 125% anunciados nesta semana somados aos 20% implementados no início deste ano.
A China não alterou o percentual de tarifas que impôs às importações vindas dos EUA (84%), mas anunciou que vai limitar a importação de filmes de Hollywood.
Trump chegar a ironizar a retaliação do país asiático. "Acho que já ouvi coisas piores", disse. Ao mesmo tempo, o presidente reforçou sua disposição para negociar com os chineses. "Adoraríamos poder fechar um acordo."
Para analistas, a China aposta que tem mais fôlego econômico e político para aguentar a guerra comercial do que os EUA, sujeitos à pressão de eleitores.
A guerra de tarifas entre as duas maiores economias do mundo esteve no radar do mercado brasileiro. O dólar fechou em forte alta de 0,91% nesta quinta, cotado a R$ 5,897. Já a Bolsa fechou com perdas de 1,12%, a 126.354 pontos.
As bolsas americanas também foram arrastadas para perdas. O S&P500 caiu 3,46% e o Nasdaq Composite, 4,31%. O Dow Jones ainda registrou perdas de 2,50%.
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