98 mil saem do SPC em um mês no Espírito Santo
Na contramão do que ocorre nacionalmente, a inadimplência no Estado vem caindo, o que motiva lojas a reforçarem quadro
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A inadimplência no Espírito Santo caiu em julho deste ano, quando comparada ao mesmo período do ano passado. É o que aponta levantamento do Connect Fecomércio-ES, painel de dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).
Foram 98.500 consumidores capixabas que conseguiram quitar dívidas em atraso no último ano e deixaram a lista de inadimplentes, uma queda de 2,4 pontos percentuais.
De acordo com o estudo, o resultado se deve principalmente às famílias com renda de até 10 salários mínimos — ou seja, R$ 15.180 — que quitaram seus débitos.
Em julho de 2025, a taxa de inadimplência desse grupo chegou a 37,2%, uma retração de 1 ponto percentual comparado a junho (38,2%). Também em julho, essa taxa ficou 3,4 pontos percentuais abaixo do observado no mesmo mês de 2024 (40,6%), indicando a saída de 120 mil capixabas do vermelho.
O recuo na inadimplência mostra que mais famílias estão conseguindo reorganizar seu orçamento, segundo o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza.
“Esse movimento pode gerar reflexos imediatos para o comércio, especialmente em agosto”, afirma o representante.
Para o vice-presidente da Fecomércio-ES José Carlos Bergamin, a solidez economia do Espírito Santo é um dos fatores que auxiliam nesse cenário positivo.
“Ela tem performado acima da média nacional e isso reflete nos investimentos, na criação de novas oportunidades de emprego — e a empregabilidade aqui também é uma das mais altas do Brasil. Com isso, melhora a renda por causa da competição em busca de trabalhadores”, explica.
Outro fator marcante, segundo Bergamin, é a “cultura da responsabilidade com as contas” do capixaba, o que ajuda no alcance de uma situação economicamente boa.
Bergamin relata que comércios e serviços já estão antecipando a parte das contratação para o fim do ano.
“Mas a maioria será a partir de outubro — cerca de 6 mil temporários para comércio e serviço”, diz.
Cartão de crédito motiva 94% dos débitos
Dados
O levantamento foi realizado pelo Connect Fecomércio-ES, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado, com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
De acordo com o estudo, o resultado se deve principalmente por conta das famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180).
Em julho de 2025, a taxa de inadimplência desse grupo chegou a 37,2%, uma retração de 1 ponto percentual comparado a junho (38,2%).
Dívidas e atrasos
Outro dado positivo é que o percentual das famílias com renda de até R$ 15.180 que declararam não conseguir quitar suas contas caiu de 56,8% para 55% na comparação entre julho de 2024 e de 2025.
Além disso, o perfil dos atrasos nas dívidas também registrou mudanças significativas. Entre famílias com renda de até 10 salários mínimos, o percentual de contas vencidas há mais de 90 dias caiu para 55,7%, uma redução de 2,4 pontos percentuais.
Paralelamente, houve 1% de aumento nas dívidas com atraso de 30 a 90 dias e naquelas com até 30 dias de inadimplência (1,4 pontos).
Vilões
O cartão de crédito continua sendo a principal forma de endividamento no Espírito Santo, presente em 94% dos lares endividados. Em seguida aparecem o crédito pessoal (13,8%) e o uso dos carnês (8,7%).
Mais crédito
A redução da inadimplência beneficia diretamente o comércio varejista, segundo o levantamento.
Com menos restrições de crédito, os consumidores voltam a ter acesso a financiamentos e parcelamentos, movimentando setores como vestuário, eletrodomésticos, tecnologia e lazer.
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