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Coronavírus

Nova variante da covid é a mais transmissível já identificada, diz OMS

Chamada XBB.1.5, ela é descendente da XBB, e já foi identificada em pelo menos 29 países


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Imagem ilustrativa da imagem Nova variante da covid é a mais transmissível já identificada, diz OMS
Vírus do coronavírus Covid-19 |  Foto: Arquivo/AT

A identificação de uma nova variante do coronavírus que pode estar por trás do aumento de casos de Covid nos Estados Unidos acende um alerta para o resto do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Chamada XBB.1.5, ela é descendente da XBB, e já foi identificada em pelo menos 29 países. Nos EUA, ela substituiu as variantes da ômicron BA.5 e BQ.1, chegando a representar mais de 75% das amostras de alguns locais do país, como Nova York.

Em uma apresentação do grupo técnico da OMS nesta quarta (4), a epidemiologista e responsável pelo grupo de Covid da entidade, Maria van Kerkhove, disse que "a variante é a mais transmissível até agora devido às mutações que acumulou" e que possui um escape imunológico, isto é, ela consegue fugir da imunidade conferida por vacinas e infecção prévia.

De acordo com a epidemiologista, o comitê técnico da OMS se reuniu na última terça (3) para discutir a alta de casos de Covid na China, mas acabou discutindo também a rápida dispersão da XBB.1.5, que já demonstra sinais de preocupação ao comitê.

"Quanto mais esta variante circular, mais oportunidades terá de mudar, e com isso esperamos novas ondas de infecção em todo o mundo, embora ainda não tenhamos indicação sobre o potencial de gravidade ou quadro clínico", afirmou.

Kerkhove disse ainda que a XBB.1.5 pode estar crescendo em diversos países do mundo, mas que a demora em processar as amostras dificulta a dimensão do cenário. Ela afirmou que há uma clara vantagem de crescimento da variante no nordeste dos Estados Unidos, onde ela conseguiu se tornar dominante em comparação a outras variantes.

Em um estudo publicado no dia 13 de dezembro na revista especializada Cell, cientistas alertam para o escape de anticorpos de subvariantes das linhagens BQ e XBB, incluindo a BQ.1, que foi identificada no Brasil em outubro, e a XBB.1, que deu origem à variante em circulação.

De acordo com a pesquisa, que inclui cientistas da Universidade Columbia e da Universidade de Michigan (ambas dos EUA), o nível de anticorpos em pessoas que receberam três ou quatro doses de vacinas produzidas contra o vírus original de Wuhan (cidade chinesa na qual o coronavírus foi identificado inicialmente) e aquelas vacinadas com bivalentes adaptadas para a ômicron foi praticamente zero contra a XBB.1.

Os casos chamados de escapes vacinais com as variantes BA.4 ou BA.5 da ômicron também não conseguiram impedir uma nova infecção pela XBB.1.

A mesma preocupação apareceu com os anticorpos monoclonais, terapia utilizada para tratar doentes graves com Covid, que praticamente não surtiram efeito contra as variantes.

"A evolução rápida de novas subvariantes [de BQ.1 e XBB.1] e o acúmulo de mutações que elas possuem, especialmente na proteína S [espícula usada pelo vírus para invadir as células] são semelhantes ao que vimos quando surgiu pela primeira vez a ômicron no início de 2021, levantando assim o alerta de como elas podem prejudicar a eficácia das vacinas contra Covid atuais e de terapias monoclonais", escreveram os autores do artigo.

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